Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Amor perfeito que nunca acaba! – Quem não gostaria?


Onde podemos encontrar Deus?
Buscando  responder  a  pergunta acima, nada melhor que “parar” um pouco e refletir sobre o que mais marca a nossa vida: o sentimento do amor.  Uma das “semelhanças” do ser humano com Deus é a capacidade de amar. É uma faculdade específica do ser humano.  Não acredito que haja alguém neste mundo quem não sabe o que é amor ou o que é amar;  o que é ser amado ou não ser amado.  Mesmo sabendo que muitas  pessoas neste mundo com as suas atitudes negam o amor verdadeiro, movidas pelo egoísmo e exclusivo interesse próprio – isso não nega que essas pessoas também buscam realizar os desejos que, aparentemente possam lhes trazer a felicidade. Na verdade, todo mundo vive em busca da felicidade.

Certamente, também, ninguém duvida que o amor é uma “força invisível”  na vida da humanidade, o que lhe permite auto-preservação,  gerando mais vida, mais energia  e dedicação, mais otimismo e felicidade.  Todos almejam amar e querem ser amados, não é verdade?  Esse desejo de  ser feliz provavelmente fica na base da maioria das decisões que tomamos na vida.
 
Será que isso não tem um significado muito mais profundo do que podemos imaginar? Para muitas pessoas  o fato  do ser humano  sempre querer alcançar a felicidade,  aponta para a existência de um Amor perfeito e infinito, para o qual orientam-se todos os  mais profundos desejos e ‘saudades’ do coração humano. Para muita gente este fato constitui um  argumento suficientemente forte para servir de apoio e base para a sua fé em Deus.

A Bíblia diz que “Quem  não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor”  (1 Jo 4,8).  Se Deus é amor, então  n’Ele existe essa fonte infinita e inesgotável do amor perfeito.  Aliás,  Ele mesmo é essa FONTE!   Quem acredita em Deus  sente-se  atraído e chamado  para  caminhar ao encontro desse Amor, apesar de constantes frustrações e fracassos nesta vida terrena. O Santo Agostinho expressou essa ansiedade do ser humano para alcançar a felicidade plena com esta frase: “Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti.”

Cada um de nós deve procurar as respostas para a pergunta  “Onde podemos encontrar Deus?” –  no silêncio do seu coração.  Para isso, além de querer,  é necessário “parar”, pensar, refletir...     Todos nós  precisamos fazer esta busca!
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O texto abaixo é muito útil para  aprofundar essa reflexão:

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(...) Todas as reflexões  sobre as esperanças e expectativas do ser humano, como também a constatação de todas as contradições existentes nele e suas potencialidades e forças, suas esperanças e ânsias – levam na direção de um fim, que chega ao infinito. Somente ali o homem sacia as  suas  esperanças  e saudades.

Dissemos já que o nosso desejo não conhece limites  e constantemente está em busca de algo “mais”. Sempre temos que ter algo mais para alcançar, esperamos por mais alguma coisa. E até mesmo quando alguém  têm dificuldades para definir o que lhe ainda falta, os seus desejos ainda não são realizados. Persiste um sentimento indefinido de que lhe ainda falta algo, que pode ser chamado de felicidade – infinita e difícil para verbalizar. E não é possível alcançar essa felicidade no mundo em que vivemos.  Para encontrá-la, o homem tem que sair  de si mesmo, transpor todos os seus limites.  E o que não tem limites – chamamos de Deus.   Em todos os atos da nossa esperança, dos nossos desejos é a Ele que nós procuramos. Temos enraizado profundamente, no nosso íntimo, esse pressentimento que Ele existe e é infinito.

Também no amor o ser humano procura algo incondicional, o que seja perfeito, o que nunca  decepcionará, que seja perfeito...  Ao mesmo tempo ele gostaria muito  que essa felicidade em que  participa,  nunca  terminasse.  Apesar disso sabe muito bem, que nenhuma pessoa consegue realizar totalmente esse desejo.  Ademais,  a morte pode, a qualquer hora, separar as pessoas que se amam. Sempre, então, ficará uma  dose de desilusão.

Quando o homem realiza os seus sonhos e desejos sempre encontra frustrações  porque nas limitações da sua vida quer encontrar o que é infinito. É por causa disso que muitas pessoas fazem outras tentativas:  “mais uma vez” e “sempre de novo” – para novamente experimentar a frustração. Parece que através dessas expectativas de conseguir realizar os seus desejos, o homem necessita de sentir a fome de uma realização plena dos seus desejos.

O amor também  leva o ser humano ao encontro com o infinito e, na última instância, com Deus. Neste caso a palavra “Deus” é particularmente bem empregada, porque o amor não se dirige às coisas e nem a uma força anônima do destino. O amor dirige-se sempre a uma pessoa. Somente uma pessoa – amando – pode dar a resposta.  Existe alguém assim - Deus, que responde a todas as perguntas que nos inquietam,  e realiza todos os nosso desejos  e saudades. (...)

 (KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris,  Éditions Du Dialogue, 1981, p. 33-34.)*

Continua...
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*Obs.:Para embasar as minhas pequenas reflexões (simples, diretas e questionadoras) acerca de perguntas que, suponho, perturbam a todos nós, sirvo-me  do  livro do Ferdinand Krenzer- “Morgen wird man wieder Glauben”  e,  usando aqui uma edição desse livro no idioma polonês (Taka jest nasza wiara), faço uma tradução livre (para o português) apontando  alguns trechos, muito bem elaborados pelo autor. É um prazer seguir o seu pensamento.

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