Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 21 de janeiro de 2012

Um novo olhar para a vida


Hoje fala se muito do relativismo. Alguns até consideram a época atual como a época do relativismo, porque o homem passou a relativizar tudo.  Na minha opinião,  isso é a conseqüência do sentimento de liberdade e  de prepotência do ser humano, quando ele põe em dúvida todos os valores éticos e morais,  empolgado com o progresso e as conquistas incríveis dos  últimos tempos,  julgando-se o senhor do próprio destino, da vida e da morte. Pobre do homem: de um extremo (sujeição e escravidão) cai no outro (arrogância e prepotência)!

Em relação a tudo que é material e temporário o relativismo até tem sentido, pois ajuda ao homem a reconhecer que nada neste mundo vale mais que a sua vida (quando, é claro, não considera a sua vida equivalente a uma coisa qualquer). Mas não é assim em relação a Deus.  Quando se relativiza absolutamente tudo, inclusive a Deus,  a pobre criatura do homem tenta ocupar o lugar d’Ele. Uma tentativa  ignorante e tola, predestinada a trazer unicamente as frustrações e derrotas.

No entanto, quando o ser humano humildemente reconhece as suas condições de criatura e abraça o convite de Deus para construir um mundo digno e fraterno  –  ele reconhece  que Deus tem o valor máximo.  Logo também, apesar de poder  parecer um paradoxo,  tudo que é criação, e a própria humanidade,  também se tornam de grande valor.  “Tudo que não é eterno é eternamente inútil!” – este slogan torna se, aqui,  expressivo.  Assim,  reconhecemos que toda a criação  está abaixo de Deus, e só Ele é eterno.  Relativo torna-se tudo que não é eterno, e mesmo assim,  adquirindo um novo e profundo sentido.

Para o homem que crê em Deus, a fé torna-se uma fonte de renovação, de missão e de energia positiva, e não de comodismo e apatia. O seu olhar para a vida e para o ser humano torna se renovado.

Surge uma nova pergunta: será que o mundo de hoje ostenta tanta injustiça e barbaridades não por causa do comodismo dos que acreditam em Deus?  Ou, talvez, porque a nossa fé é muito fraca, superficial e pouco autêntica? Precisamos pensar sobre isso.
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O texto abaixo completa a nossa reflexão:



(9)

(...) A imagem que nós temos de Deus influencia a nossa visão sobre nós mesmos. (...) Se reconhecemos Deus como o objetivo da nossa vida, como uma misteriosa base, então todos  os detalhes  da nossa vida vão receber o sentido mais profundo. Conheceremos melhor para que  vivemos,  compreenderemos com mais profundidade quem somos. 

Como conseqüência  da fé em Deus modifica-se também o sentido da existência terrestre do ser humano. Tudo assume uma nova posição na hierarquia dos valores.  Algo que é finito não poderá continuar para o homem crente como algo “o mais importante nesta vida”. Da posição da fé em Deus estão também esclarecidos alguns enigmas da nossa vida. É claro que para o homem  crente muitas questões ainda permanecerão ocultas, no entanto,  poderá conquistar novas forças para  superar as dificuldades que a vida lhe traz.

Não é verdade que a fé verdadeira coloca o homem contra si mesmo e contra o mundo. Ao contrário, é graças à fé que ele procura se posicionar positivamente em relação a tudo o que o cotidiano lhe traz.

(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris,  Éditions Du Dialogue, 1981, p. 39-40)*

Continua...
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*Obs.:Para embasar as minhas pequenas reflexões (simples, diretas e questionadoras) acerca de perguntas que, suponho, perturbam a todos nós, sirvo-me  do  livro do Ferdinand Krenzer- “Morgen wird man wieder Glauben”  e,  usando aqui uma edição desse livro no idioma polonês (Taka jest nasza wiara), faço uma tradução livre (para o português) apontando  alguns trechos, muito bem elaborados pelo autor. É um prazer seguir o seu pensamento.

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