Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A grande importância de Jesus.


Quando lemos o Novo Testamento com o propósito de buscar sinceramente a verdade e despidos de qualquer preconceito, diante de nós surge  Jesus Cristo autêntico, um homem único e extraordinário,  que apresenta-se à humanidade como Filho de Deus, que conhece o Pai e  permanece no mais íntimo contato com Ele.

Este Jesus se revela ao mundo  através dos atos e das palavras, e muitos que O vêem passam  a acreditar n’Ele. Os seus milagres e as suas palavras  geram a fé.   Deste  modo Jesus se revela ao ser humano  e este pode conhecer quem realmente Ele é.

É muito importante notarmos a gratuidade da bondade de Deus: Ele dirige a todos os homens a possibilidade de “ver e acreditar”. Uns aceitam, se alegram, testemunham e partem em missão de divulgar a Boa Nova do Reino de Deus. Outros não aceitam, rejeitando a proposta, ficam indiferentes. Têm outros ainda que assumindo a rejeição,  partem para o combate contra Jesus Cristo e a sua doutrina.
Esta última atitude nada mais significa que o cúmulo de ignorância e arrogância  que uma criatura finita, que é o ser humano , pode pretender a fazer em sua curta e frágil existência.  Esquece o homem das palavras  dirigidas ao todo ser humano:  “Tu és pó e ao pó hás de voltar” (Gen 3,19). 

Somente Deus que é Amor pode comunicar a vida. E  justamente Jesus Cristo, o Filho de Deus Pai, garante ao homem: “A vontade do Pai é que todo aquele que vê o Filho e acredita nele  tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 40), e também: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente." ( Jo  11, 25-26).
                                               
Então, Deus, na pessoa de Jesus Cristo dirigiu  à toda humanidade essa possibilidade de “ver e acreditar”,  para que todos pudessem crer. Esta é a verdade diante da qual ninguém pode ficar indiferente.

O texto  abaixo, de Ferdinand Krenzer,  pode enriquecer muito a nossa reflexão. É muito bom.
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O grande significado de Jesus

A reivindicação de Jesus de se considerar o único Filho de Deus - é algo muito incomum, improvável e até chocante. Sai da boca de um louco ou até mentiroso, ou então corresponde à verdade.

Que Jesus  não é um mentiroso oferecendo ao mundo afirmações absurdas fica claro quando analisamos a sua figura humana. Nunca também Ele foi acusado de ser mentiroso, a não ser quando fizeram isso com malícia, mas sem provas nem fundamentos.

Então, aqui só pode ser revelada uma realidade superior. Quando se trata de Jesus, Ele não só pronunciou toda uma série de coisas muito significantes, mas, ao mesmo tempo, também agiu.  Os seus “próprios atos” (R. Pesch) são explicação de tudo isso que Ele anunciava, são gestos de alguém incomum, são sinais do Reino de Deus que já se inicia, são marcas da salvação. Entrou aqui em ação um homem “maravilhoso”, “cheio de Deus”, e desta plenitude concede aos outros seres humanos. Aqui não age algum charlatão ou irresponsável, alguém que quer demonstrar para as pessoas alguma coisa  para enganá-las pensando no seu próprio interesse. Aqui tem um homem desinteressado, que generosamente dá e distribui, mas que não aceita fazer nada por encomenda, quando se exige dele os sinais (Mc 8,11).  Livre e espontâneo, Ele opera coisas surpreendentes que exigem fé; as coisas inconcebíveis que apontam para as outras, maiores ainda, e onde essas constituem apenas um humilde começo.

Os relatos dos milagres no Novo Testamento surgiram, certamente,  apoiando-se nos relatos semelhantes da literatura daquele tempo. Mas com a sua clareza, humildade e simplicidade se diferenciam positivamente das lendas (mitos  ou invenções  ligados à vida dos grandes “milagreiros”). Os relatos dos milagres no Novo Testamento apresentam os acontecimentos reais, apresentados no primeiro plano, porém, o seu sentido exato não está no fato de cura, ou quando Jesus acalma a tempestade, ou quando multiplica o pão. Os milagres indicam que Jesus, que se apresenta e fala deste modo,  tem o poder e  o direito para trazer para a terra a soberania de Deus, a paz e a salvação para os homens.

Os atos de Jesus, nos quais se manifesta o seu poder, ilustram a sua palavra, explicam-na, esclarecem e interpretam, fazendo que estas palavras se tornem notadas, alcançáveis e compreensíveis. E vice – versa, as obras de Jesus são interpretadas com ajuda de suas palavras e graças a isso  torna-se mais claro o que elas querem expressar.  As duas coisas se ajudam mutuamente.  Nos relatos das testemunhas  Jesus vivo apresenta-se como Jesus de atos e de palavras, manifestando-se no ato de fé.  As suas obras e palavras  geram a fé.  A própria fé constitui o milagre, que Jesus faz para o homem; o milagre não é, no entanto, “o predileto da fé”.  Jesus fala como alguém que tem poder e age de acordo com isso. Para Ele dizer significa fazer. O que disse - foi dito, o que fez – foi feito. Ele é alguém de quem  pode-se dizer: o que  fez é  inegável, e quando fez - aquela data  é inesquecível. Jesus é plenitude dos  milagres, e consegue fazer milagre de salvar o mundo.

Tudo o que Jesus realmente fez  preserva a marca da sua ação e significa muito (na verdade significa tudo). Muitas pessoas creram nele  e O seguiram.  Com isso Ele se revela ao mundo.  Agindo constantemente Jesus vai se revelando aos homens e lhes mostra quem realmente Ele é.  Fica clara também a importância  que Ele tem na libertação do homem e da mulher e do mundo inteiro, levando-os ao estado chamado de salvação.

Vamos analisar aqui uma cena, onde a palavra e ação de Jesus se misturam em uma coisa só. É o texto de Jo 9,1-41.
    Jesus – a luz do mundo está em frente ao homem cego de nascença, que não enxerga nada. Da terra (matéria que estava ao seu alcance) e da própria saliva (força vital) elabora a pomada curadora. O cego recupera a visão.
    Durante a discussão  e o processo que sucederam o milagre, tentou-se  estabelecer o que realmente ocorrera  e quem é aquele, que consegue fazer as coisas assim. O curado também faz perguntas e, compensando a ignorância, professa a fé em Deus, e fala das conseqüências.
    Os outros, no entanto, permanecem cegos, não querem ver nem ouvir, e como conseqüência do seu preconceito fazem julgamento de si próprios, permanecem no pecado, isto é, permanecem longe de Jesus e longe da salvação que Ele opera.

Para todos foi dirigida a proposta para que vissem e acreditassem. Uns decidiram aceitar essa proposta, outros a rejeitaram. Para isso Jesus veio. Ele mesmo chama atenção para esta verdade. Para isto foram escritos os Evangelhos;  para que os que não enxergam, apesar disso, pudessem acreditar. Para que todos pudessem acreditar: “ Jesus lhe disse: ‘Porque me viste, acreditaste. Felizes os que não viram e creram’. Muitos outros sinais ainda fez Jesus na presença dos discípulos mas não foram escritos neste livro. Estes porém foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome” (Jo 20,29-31).

Deste modo entenderam Jesus os primeiros cristãos, homens da fé. Assim também testemunham sobre Ele e tentam convencer os outros. 

Enfim, é preciso também mencionar o maior sinal de Jesus, a sua RESSURREIÇÃO, que  prova que Ele  vive e em cada momento pode aparecer diante do ser humano, exigindo dele a fé.  (...)

(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris,  Éditions Du Dialogue, 1981, p. 50-52)*
Continua...
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*Obs.:Para embasar as minhas pequenas reflexões (simples, diretas e questionadoras) acerca de perguntas que, suponho, perturbam a todos nós, sirvo-me  do  livro do Ferdinand Krenzer- “Morgen wird man wieder Glauben”  e,  usando aqui uma edição desse livro no idioma polonês (Taka jest nasza wiara), faço uma tradução livre (para o português) apontando  alguns trechos, muito bem elaborados pelo autor. É um prazer seguir o seu pensamento. 

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