Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O chamado à fé. A fé em Jesus Cristo vivo.


Continuando a reflexão sobre Jesus Cristo, quero abordar a questão da fé.  Sem  a fé em Jesus Ressuscitado não haveria cristianismo. A fé torna-se indispensável e fundamental para o homem vivenciar um encontro pessoal com Cristo vivo.

É bom lembrarmos novamente que Jesus Cristo é o único que se diferencia totalmente de todos os outros líderes e fundadores de outras religiões que existem no mundo. Jesus é único que transcende a morte e promete o mesmo destino ao ser humano.  Nunca existiu alguém outro  igual a Jesus Cristo.  Somente Ele,  Deus que se tornou homem, foi morto  na cruz  e ressuscitou ao terceiro dia.  A morte não teve a última palavra. Jesus está vivo! 

A ressurreição de Cristo mostrou quem realmente Ele é: “Não temas, eu sou o primeiro e o ultimo, o vivente, estive morto, mas eis que vivo pelos séculos dos séculos.” (Ap 1, 17-18).       

Com isso, todos os que acreditam em Jesus Cristo não precisam ter medo da morte, porque podem confiar nas suas palavras que falam da vida eterna. A pessoa que se encontra com Jesus Cristo ressuscitado  passa a acreditar n’Ele profundamente.  Jesus que venceu a morte – Jesus vivo – assegura a vida eterna também para todos aqueles que acreditam n’Ele.

Jesus Cristo vivo, que venceu a morte, sai ao encontro do ser humano e faz surgir nele a fé. Ele sai ao encontro de cada um de nós. E mesmo quando não sabemos tudo sobre Ele e muita coisa ainda não conseguimos entender, podemos ter a certeza de que “Ele é o Senhor!” E nos resta fazer apenas um pedido: Senhor, aumentai a nossa fé!

Mas acreditar em Cristo não depende somente do ser humano.  Estamos diante dum mistério: ao homem cabe a procurar por Deus, abrir-se à verdade, “estar disponível” para o encontro, o que é necessário e indispensável, mas ainda não é  suficiente. A nossa fé só pode ser autêntica e mais profunda, se for dada por Deus, se for fortalecida por Ele. É o próprio Cristo que nos comunica essa fé.

Neste contexto cabe a nós, a cada um de nós pessoalmente, examinar a nossa fé cristã. Acreditamos mesmo nesse Jesus vivo, o mesmo que se deixa encontrar no Novo Testamento? Conseguimos  encontrá-lo?

Por que somente através da fé podemos saber mais sobre Jesus e entender melhor quem realmente Ele é?  Continuaremos refletir sobre isso.
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O texto abaixo traz mais detalhes :


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A fé em Jesus Cristo

A fé em Jesus Cristo constitui o ponto fundamental e principal do cristianismo. A virada que aconteceu na existência de Jesus torna-se também uma virada na existência do ser humano  que acredita.  A aparição de Jesus significa ao mesmo tempo o aparecimento da fé. A partir deste momento começou a pregação de fé em Jesus, daqui saíram os Evangelhos, daqui foi escrito todo o Novo Testamento. A partir deste momento “toda a causa de Jesus vai para frente” (Marxsen). Isso constitui um ponto nevrálgico do cristianismo vivo.

Por causa do fato da ressurreição acontece também a correção de muitas impressões e opiniões erradas que surgiram anteriormente  em relação a Jesus. A imagem torna-se cada vez mais completa. Como acontece com um desenhista talentoso, que  na frente de um público perplexo, de repente, com um último movimento de lápis, torna compreensível o conteúdo e a forma final do quadro, assim também acontece com um ser humano  que é chamado à fé, quando ele experimenta e mergulha nesse acontecimento máximo, isto é, quando olhando para a imagem de Jesus, vê que Deus brilha no rosto de Jesus Cristo: "Pois Deus, que disse: 'das trevas brilhe a luz', foi quem fez brilhar a luz em nossos corações para darmos a conhecer a ciência da glória de Deus na face de Jesus Cristo" (2 Cor 4,6).

Ao olharmos separadamente para os fragmentos estamos perdendo a nitidez, o pensamento se confunde, o sentimento fica perturbado, a vontade fica indecisa.  Porém, quando olhamos para a totalidade de Jesus, uma coisa perfeitamente combina com a outra, e a gente deseja expressar para Ele  um novo “sim”.  No entanto,  a fé em Jesus  é  dom  e nada  aqui  pode-se  forçar ou obrigar a acontecer;  não é a obra do ser humano, não vem “da carne nem osso nem sangue” (Mt 16,17). 

Jesus faz que o homem e a mulher creiam.  Isto é o primeiro dado e o primeiro fato.  É o próprio Jesus vivo quem nos encontra.  Ele é a  primeira causa da fé que desperta para a vida. (...)

(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris,  Éditions Du Dialogue, 1981, p. 74-75)*
Continua...
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*Obs.:Para embasar as minhas pequenas reflexões (simples, diretas e questionadoras) acerca de perguntas que, suponho, perturbam a todos nós, sirvo-me  do  livro do Ferdinand Krenzer- “Morgen wird man wieder Glauben”  e,  usando aqui uma edição desse livro no idioma polonês (Taka jest nasza wiara), faço uma tradução livre (para o português) apontando  alguns trechos, muito bem elaborados pelo autor. É um prazer seguir o seu pensamento.

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