Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Discípulos a caminho de Emaús. Comentário bíblico de M. Asun Gutiérrez.


Fica connosco, Senhor, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite. Jesus entrou e ficou com eles. (Lc 24, 29)

O comentário bíblico de M. Asun Gutiérrez Cabriada sobre o texto Lucas 24, 13-35  (Discípulos de Emaús) é  muito interessante. É uma excelente oportunidade para compreender melhor esse texto bíblico e fazer uma boa reflexão.
WCejnog


Obs.: Os interessados podem  ler esse texto em apresentação de PPS, acessando o  site das Monjas Beneditinas de Montserrat.  www.benedictinescat.com Trabalho muito bonito!


Re-conheceram Jesus. Jesus era para eles um grande desconhecido.
Julgavam que O conheciam bem. Mas não O conheciam.
Tinham-Lhe lançado em cima todos os mantos, preconceitos e mitos do Messias Davídico,
e, debaixo de tanta roupagem, Jesus ficaa irreconhecível.
Jesus desaparecia sob o fardo de inumeráveiss interpretações de sábios Escribas, que não faziam mais nada que projetar sobre a Escritura os seus próprios preconceitos.
Agora, de repente, conhecem-n’O, re-conhecem-n’O, voltam a conhecê-l’O.
Agora, o próprio Jesus os ensina a ler bem. Como isso é importante!
Aprenderam a ler as Escrituras a partir de Jesus, não ao contrário.
Antes liam o antigo e, com o antigo, vestiam Jesus.
E era fatal, o vinho novo enterrado nas borras dos odres velhos.
Agora  interpretam as Escrituras à luz de Jesus.
E iluminam-se, entendem-se, vê-se que o velho é velho,
quantos acrescentos meramente humanos o velho contém.
Põem-se à mesa, Jesus parte o pão, e os olhos abrem-se-lhes:
As inolvidáveis refeições de Jesus, abertas a todos, inclusive a eles,
que já se iam embora, desiludidos!
Reconheceram Jesus na sua situação mais pessoal:
na ceia com os amigos, e no sinal mais representativo: o pão.

José Enrique Galarreta


Comentário 

Dois dos discípulos de Jesus iam a caminho
duma povoação chamada Emaús,
que ficava a sessenta estádios de Jerusalém.
Conversavam entre si sobre tudo
o que tinha sucedido.
Enquanto falavam e discutiam,
Jesus aproximou-se deles
e pôs-se com eles a caminho.
Mas os seus olhos
estavam impedidos de O reconhecerem.

O relato, exclusivo de Lucas, recolhe temas muito apreciados por ele:
o caminho, a revelação progressiva, a fé, a hospitalidade…
Como sempre, Jesus toma a iniciativa , aproxima-se sem pressa, sem forçar a marcha, caminha na nossa direção, à nossa altura, ao nosso ritmo,  encontra-nos onde estamos.
Jesus continua a sair ao nosso encontro no caminho da vida.  
Caminha sempre conosco, mesmo que os nossos olhos e o nosso coração, por vezes, não sejam capazes de O reconhecer.

Ele perguntou-lhes:
- Que palavras são essas
que trocais entre vós pelo caminho?
Pararam entristecidos. E um deles,
chamado Cléofas, respondeu:
- Tu és o único habitante de Jerusalém
a ignorar o que lá se passou estes dias?
E Ele perguntou:
- Que foi?

Jesus faz-nos essa mesma pergunta. Que Lhe respondemos?
Que é que nos preocupa e o que nos ocupa enquanto caminhamos?
De que falamos? As nossas conversas são profundas, alegres, positivas, construtivas? É Jesus e o seu Reino tema frequente nas nossas conversas?
A tristeza  não é o sentimento próprio das pessoas crentes.
A alegria faz parte do Reino de Deus trazido por Jesus.
Caminhamos pela vida com cara e atitude de alegria, de paz, de confiança?

Eles responderam-Lhe:
- O que se refere a Jesus de Nazaré,
profeta poderoso em obras e palavras
diante de Deus e de todo o povo;
e como os príncipes dos sacerdotes
e os nossos chefes O entregaram
para ser condenado à morte e crucificado.
Nós esperámos que fosse Ele
quem havia de libertar Israel. Mas, afinal,
já é terceiro dia depois que isto aconteceu.
É verdade que algumas mulheres
do nosso grupo nos sobressaltaram:
foram de madrugada ao sepulcro,
não encontraram o corpo de Jesus
e vieram dizer que lhes tinham aparecido
uns anjos a anunciar que Ele estava vivo.
Mas a Ele não O viram.

Esperavam… mas já não esperam. Aferram-se às suas expectativas, sem crer no que Jesus tinha dito.
Conhecem de memória as Escrituras, têm todos os dados, mas falta-lhes a fé que lhes dá sentido. Aplicam a Jesus a sua própria interpretação da Palavra. Não podiam esquecer o Mestre, as suas palavras, os seus projetos, os seus sinais, a sua força, a sua verdade, tanta misericórdia... E não podiam esquecer a dramática condenação e a execução na cruz. Pensam que a cruz foi o fim.

Jesus vai-nos ensinar a diferença entre a autêntica esperança e as falsas ilusões, entre o plano de Deus e os próprios planos, entre o que nos gostaria que aconteça e o que acontece na realidade.

Então Jesus disse-lhes:
- Homens sem inteligência e lentos de espírito
para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de sofrer tudo isso
para entrar na sua glória?
Depois, começando por Moisés
e passando por todos os profetas, explicou-lhes
em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito.

Crer na ressurreição, captar todo o seu alcance, é um processo, requer tempo.
Também a nós Jesus nos explica as Escrituras. Diz-nos que nelas encontramos as palavras que nos ajudam a passar da escuridão à luz, da tristeza à esperança, da solidão à felicidade do encontro, do medo à audácia. Lemos a Palavra com perguntas e ela nos interroga. Recorda-nos que a Jesus O encontramos nas pessoas, principalmente nas empobrecidas e excluídas.
A Palavra revela-nos o Deus de Jesus e a nós mesmos.

Ao chegarem perto da povoação para onde iam,
Jesus fez menção de ir para diante.
Mas eles convencaram-n’O a ficar, dizendo:
- Fica connosco, Senhor,
porque o dia está a terminar
e vem caindo a noite.
Jesus entrou e ficou com eles.

Mesmo que continuem sem reconhecer Jesus, põem em prática a atitude de acolhimento e a hospitalidade aprendidas d’Ele. Não é um convite de compromisso, é um grito da alma. Um pedido que brota do Espírito.
Se te afastas chega a noite.
Se nos deixas, voltarão as dúvidas, não teremos luz.
Se não ficas conosco, voltaremos às nossas discussões e tristezas.
Jesus fica. Veio para ficar conosco.
Acompanha-nos sempre no nosso caminho.

E quando se pôs à mesa, tomou o pão,
recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho.
Nesse momento abriram-se-lhes os olhos
e reconheceram-n’O.
Mas Ele desapareceu da sua presença.

Reconhecem-nos a nós, cristãos, por partilhar o nosso pão, o nosso tempo, a nossa solidariedade, a nossa alegria..?
Alguém reconhece a Jesus através das nossas palavras e dos nossos gestos?

Uma vez recuperada a fé, já não nos faz falta a presença física.
Já não se necessita ver para crer.

Disseram então um para o outro:
- Não ardia cá dentro o nosso coração,
quando Ele nos falava pelo caminho
e nos explicava as Escrituras?
Partiram, imediatamente de regresso a Jerusalém
e encontraram reunidos os Onze
e os que estavam com eles, que diziam:
- Na verdade, o Senhor ressuscitou
e apareceu a Simão.

A fé traz consigo conversão; dar a volta. A viagem de ida é triste, pessimista, com os olhos fechados, com grande desilusão. Mas aconteceu algo decisivo: Jesus saiu ao seu encontro. Recuperaram a fé e a esperança. E regressam cheios de alegria, abertos os olhos do coração e da inteligência, impacientes, com entusiasmo e necessidade de anunciar a Boa Notícia.
O encontro será uma festa, todos viram Jesus ressuscitado.

E eles contaram o que tinha acontecido
pelo caminho
e como O tinham reconhecido
ao partir do pão.
  
E nós? Nota-se alguma mudança na nossa vida? Contamo-lo? Estamos ainda na "viagem de ida" ou na “viagem de volta”? Ainda na penumbra e na tristeza, ou já na luz e na alegria? Na covardia ou na valentia do testemunho?

Sabemos que Jesus ressuscitado está na pessoa desconhecida, no peregrino que se aproxima, na escuta da Palavra, no acolhimento, no partilhar.
É nossa missão: anunciar a Boa Notícia, dar testemunho credível “do que vimos e ouvimos”.


Onde estás?

Onde estou me perguntas?
A teu lado estou, amigo, na noite da espera,
na aba da vida, no vento da serra,
na tarde despovoada, no sonho que não sonha,
na fome desgarrada e no pão para a mesa,
na felicidade partilhada e na isolada amarga pena (...)
No silêncio selado e no grito de protesto.
Na cruz de cada dia e na morte que se aproxima.
Na luz da outra margem e no meu amor como resposta. (...)

Onde estou, me perguntas?
A teu lado estou, amigo; vivo e caminho na terra,
peregrino para Emaús para ma sentar à tua mesa;
ao partir de novo o pão descobrirás a minha presença.
Estou aqui, convosco, com a alma em flor desperta,
nesta Páscoa de amor galopando pelas veias
do vosso sangue empapado de um Deus que vive e sonha.

Onde estou, me perguntas?.
A teu lado estou, amigo; despe-te à surpresa,
abre os olhos e olha para dentro e para fora,
que no lagar da dor tenho as minhas alegrias e penas,
e no engenho do amor, eu, teu Deus, chamo à porta.

Onde estou, me perguntas?
NA TUA VIDA, é a resposta.


Antonio Bellido

Sobre a ideologia de gênero. É importante saber de que se trata!



Não  é possível ficar calado diante da tentativa de implantar no Brasil  uma tal “revolucionária” ideologia do gênero por meio de mobilização  e grandes esforços do poder dominante que temos aqui.

A sociedade em geral, na sua grande maioria, nem sabe bem de que se trata e fica passiva. Enquanto isso, uma ‘tarrafa” (bem grande e perigosa!) de ideologia perversa, feita de falsas promessas e interpretações tendenciosas, está sendo lançada em cima dela, por meio de tentativas daqueles que estão no poder de transformar esse seu projeto em leis e, desse jeito, impô-lo à toda a sociedade. Baseiam-se em ‘exemplos’, porque têm países na Europa que já fizeram isso (como a Suécia) ou estão tentando fazer o mesmo.

Mas ai é que está a questão: por que querer implantar aqui no Brasil uma coisa que que não presta, pois irá trazer à sociedade muito mais prejuizos do que supostas ‘vantagens’?  Basta ver os “exemplos”!

As indagações são muitas. Parece que a humanidade (em alguns pontos do Planeta) chegou ao ponto em que até o ‘bom senso’ precisaria ser discutido! Por que se faz isso? A quem realmente interessa essa implantação de projetos absurdos, que só podem levar à confusão e desintegração da família humana? É o homem que se acha em condições de ‘refazer’ a natureza para corrigir o Criador?

Na minha opinião, a questão dessa ideologia de gênero não pode ser ignorada (é isso que os seus protagonistas querem!) e deveria ser divulgada e discutida amplamente em toda a sociedade.

Abaixo, um texto muito expressívo sobre esta questão, publicado recentemente pela entidade Pró-Vida de Anápolis. Posso afirmar que nada nesse texto é exagero ou ‘invenção’, porque eu mesmo tenho parentes que vivem na Suécia (e em outros países da Europa), e eles testemunham exatamente tudo isso, que o texto aponta.
É muito importante! Não deixe de ler.


WCejnog


Zenit.org
22/04/2014

Alerta à sociedade brasileira

O exemplo da Suécia, um país totalmente contaminado pela ideologia de gênero.
Convém olhar para o exemplo sueco antes de se votar a reintrodução da ideologia de gênero no PNE. É a própria família brasileira que está em perigo.

Por Redação
BRASíLIA, 22 de Abril de 2014 (Zenit.org


Por: Pró-Vida de Anápolis

O Projeto de Lei 8035/2010, que aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) para o decênio 2011-2020, trazia termos próprios da ideologia de gênero: “igualdade de gênero e de orientação sexual”, “preconceito e discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero”. O Senado Federal, porém, em dezembro de 2013, aprovou um substitutivo (PLC 103/2012) que eliminou toda essa linguagem ideológica. De volta à Câmara, o projeto agora enfrenta a fúria dos deputados do PT e seus aliados, que pretendem reintroduzir o “gênero” no PNE, a fim de dar uma base legal à ideologia que o governo já vem ensinando nas escolas. O relator Angelo Vanhoni (PT/PR) emitiu em 09/04/2014 um parecer pela rejeição do inciso III do artigo 2º do Substitutivo do Senado Federal (sem “gênero”) e pelo retorno, em seu lugar, do inciso III do artigo 2º do texto da Câmara dos Deputados (com “gênero”).

Nem todos compreendem a importância e a extensão do problema. A vitória da ideologia de gênero significaria a permissão de toda perversão sexual (incluindo o incesto e a pedofilia), a incriminação de qualquer oposição ao homossexualismo (crime de “homofobia”), a perda do controle dos pais sobre a educação dos filhos, a extinção da família e a transformação da sociedade em uma massa informe, apta a ser dominada por regimes totalitários.

Alguns Bispos já alertaram a população para o perigo: Dom Orani Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)[1], Dom Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo de Frederico Westphalen (RS), Dom Antônio Fernando Saburido, Arcebispo de Olinda e Recife (PE), Dom Paulo Mendes Peixoto, Arcebispo de Uberaba (MG), Dom José Benedito Simão, Bispo de Assis (SP) e Dom Fernando Rifan, Bispo da Administração Apostólica São João Maria Vianey.

Se quisermos, porém, ver o que é um país dominado pela ideologia de gênero, basta olharmos para a Suécia.

Exemplo da Suécia:

Pais isolados das crianças

Os dados a seguir foram extraídos de uma entrevista feita em 2011 pelo portal LifeSiteNews a Jonas Himmelstrand[2], um experiente educador sueco, autor do livro “Seguindo seu coração: na utopia social da Suécia[3], publicado em 2007 e ainda pendente de tradução.

Na Suécia, as crianças de um ano de idade são enviadas para as creches subsidiadas pelo Estado, onde permanecem desde a manhã até o entardecer. Enquanto isso, os pais ficam trabalhando fora do lar (a fim de arcarem com os elevados impostos cobrados), inclusive a mãe, pois a ideologia de gênero impede a mulher de ficar “trancada em casa e no fogão”, conforme uma expressão sueca. Num país de aproximadamente 100.000 nascimentos anuais, as estatísticas mostram que das crianças suecas entre 18 meses e 5 anos de idade, 92% estão nas creches.

Você não é forçado a fazer isso… propaganda é uma palavra forte”, diz Himmelstrand, “mas as informações sobre os benefícios das creches” vindas dos meios de comunicação e outras fontes “fazem os pais que mantêm seus filhos em casa até os 3 ou 4 anos de idade se sentirem socialmente marginalizados”.
Segundo Himmelstrand, “o problema central do modelo sueco é que ele está financeiramente e culturalmente obrigando os pais e as mães a deixar nas creches seus filhos a partir da idade de um ano, quer eles achem que isso é certo ou não”.

Crianças massificadas nas escolas

O currículo nacional da Suécia procura combater os “estereótipos” de gênero, ou seja, os “papéis” atribuídos pela sociedade a cada sexo. A escola “Egalia”[4], do distrito de Sodermalm, em Estocolmo, evita o uso dos pronomes “ele” (han) ou “ela” (hon) quando se dirige aos mais de trinta meninos e meninas que lá estudam, com idade de um a seis anos. Em vez disso, usa-se a palavra sexualmente neutra “hen”, um termo inventado que não existe em sueco, mas que é amplamente usado por feministas e homossexuais. A escola contratou um “pedagogo de gênero” para ajudar os professores a removerem todas as referências masculinas ou femininas na linguagem e no comportamento. Os blocos Lego e outros brinquedos de montar são mantidos próximos aos brinquedos de cozinha, a fim de evitar que seja dada qualquer preferência a um “papel” sexual. 

Os tradicionais livros infantis são substituídos por outros que tratam de duplas homossexuais, mães solteiras, crianças adotadas e ensinam “novas maneiras de brincar”. Jenny Johnsson, uma professora da escola, afirma: “a sociedade espera que as meninas sejam femininas, delicadas e bonitas e que os meninos sejam masculinos, duros e expansivos. Egalia lhes dá uma oportunidade fantástica para que eles sejam qualquer coisa que queiram ser”.

“Educação sexual”

Nas creches e escolas, totalmente fora do controle dos pais, as crianças são submetidas a uma “educação sexual”. Johan Lundell, secretário geral do grupo sueco pró-vida “Ja till Livet” (Sim à vida) explica que se ensina às crianças que tudo que lhes traz prazer é válido[5]. Os professores são orientados a perguntar aos alunos: “o que te excita?”. Segundo Lundell, o homossexualismo foi tão amplamente aceito pelos suecos, que “nos livros de educação sexual, eles não falam em alguém ser heterossexual ou homossexual. Tais coisas não existem, pois para eles todos são bissexuais; é apenas uma questão de escolha”.

Lundell cita uma cartilha publicada por associações homossexuais e impressa com o auxílio financeiro do Estado: “Eles escrevem de maneira positiva sobre todos os tipos de sexualidade, qualquer tipo, mesmo os mais depravados atos sexuais, e essa cartilha entra em todas as escolas”.

Perseguição estatal

Na esteira da ideologia de gênero, a Suécia aprovou uma lei de “crimes de ódio” que proíbe críticas à conduta homossexual. Em julho de 2004, o pastor pentecostal Ake Green foi condenado a um mês de prisão por ter feito um sermão qualificando o homossexualismo como “um tumor canceroso anormal e horrível no corpo da sociedade[6].

Os pais são proibidos de aplicar qualquer castigo físico aos filhos, mesmo os mais moderados. Em 30 de novembro de 2010, um tribunal de um distrito da Suécia condenou um casal a nove meses de prisão e ao pagamento de uma multa equivalente a R$ 23.800,00. O motivo foi que os pais admitiram que batiam em três de seus quatro filhos como parte normal de seus métodos de educação. Embora os documentos apresentados não relatassem nenhum tipo de abuso e o próprio tribunal admitisse que os pais “tinham um relacionamento de amor e cuidado com seus filhos”, as crianças foram afastadas da família e enviadas para um orfanato estatal[7].

Em junho de 2009, o governo sueco tomou do casal Christer e Annie Johansson o seu filho Dominic Johansson, depois que a família embarcou em um avião para se mudar para o país de origem de Annie, a Índia. O motivo alegado é que o casal, em vez de enviar seu filho para as escolas estatais, havia resolvido educá-lo em casa, uma prática conhecida como “home scholling” (escola em casa), amplamente praticada nos Estados Unidos e outros países, com excelentes resultados pedagógicos. As autoridades suecas, porém, decidiram remover permanentemente Dominic de seus pais, alegando que o ensino domiciliar não é um meio apropriado para educar uma criança[8].

Aborto

Entre 2000 e 2010, quando o resto da Europa estava dando sinais de uma redução da taxa anual de abortos, o governo sueco divulgou que a taxa tinha aumentado de 30.980 para 37.693. A proporção de abortos repetitivos cresceu de 38,1% para 40,4%. – o mais alto nível já atingido – enquanto o número de mulheres que tinha ao menos quatro abortos prévios cresceu de 521 para aproximadamente 750. A Suécia é o único país da Europa em que o aborto é permitido por simples pedido da gestante até 18 semanas de gestação. Menores de idade podem fazer aborto sem o consentimento dos pais e os médicos não têm direito à objeção de consciência[9].

Decadência social

Segundo Himmelstrand, tudo na Suécia dá sinais de decadência: adultos com problemas de saúde relacionados com “stress”, jovens com declínio na saúde psicológica e nos resultados escolares, grande número de pessoas com licença médica e a incapacidade dos pais de se conectarem com seus filhos[10].
Para Lundell, a Suécia quis criar um “socialismo de famílias” por meio de uma “engenharia social”[11]. Os frutos são patentes: casamentos em baixa, divórcios em alta, a família assediada e oprimida pelo totalitarismo estatal.

Conclusão

Convém olhar para o exemplo sueco antes de se votar a reintrodução da ideologia de gênero no PNE. É a própria família brasileira que está em perigo.


Ligue para o Disque Câmara 
0800 619 619 
– Tecle “9”

Desejo enviar uma mensagem aos membros da Comissão que votará o Plano Nacional de Educação (PL 8035/2010).
Solicito a Vossa Excelência que vote pela rejeição do parecer do relator e pelo retorno ao substitutivo do Senado, que elimina do texto a ideologia de gênero. A família brasileira agradece.

Anápolis, 21 de abril de 2014

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

Presidente do Pró-Vida de Anápolis

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[1] Reflexões sobre a ‘ideologia de gênero’, 25 mar. 2014, emhttp://arqrio.org/formacao/detalhes/386/reflexoes-sobre-a-ideologia-de-genero.