Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Jessé Souza: O ódio ao pobre é a versão moderna do ódio ao escravo. – Entrevista para TV 247. Muito esclarecedora!



Achei muito interessante e esclarecedora a entrevista com sociólogo Jessé Sousa, realizada por TV 247. Certamente pode servir de boa ajuda para quem estiver interessado em entender melhor a situação no Brasil, e de modo especial os acontecimentoss nos últimos meses (quando foi realizado o golpe parlamentar contra a presidente Dilma Rousseff, e a política do (des)governo Temer).

Não deixe de assistir!
WCejnóg









28/02/2018.

O sociólogo Jessé Souza, autor do best-seller "A elite do atraso", avalia que a intervenção militar no Rio de Janeiro é uma aula de sociologia a céu aberto, com moradores das favelas sendo fichados por soldados, que também vêm das periferias. Segundo ele, o "ódio ao pobre é a versão moderna do ódio ao escravo", que foi a marca do Brasil colônia.

De acordo com Jessé, "o ódio aos pobres é o principal problema político e social brasileiro e vem de 500 anos". Ele destaca que existe "o assassinato indiscriminado de pobres como uma política informal em todas as grandes cidades brasileiras". "Não é a polícia. A polícia só faz isso porque ela é apoiada pela classe média e pela elite", afirma. "O ódio ao pobre é a versão moderna do ódio ao escravo", completa.

O PT, em sua visão, "não saiu e não está sendo perseguido por conta de corrupção", mas por ter destinado mais recursos aos pobres. "O que eu digo no livro é que se monta a partir de 1930 uma aliança de poder entre a elite e a classe média, e que o garantidor desse bloco é manter a distância dos pobres. O governo Lula diminuiu essa distância, não apenas dando poder de consumo aos mais pobres, mas aumentando de três para oito milhões as pessoas nas universidades".

Entrevista:





Assista também à íntegra uma outra entrevista:







terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Sobre a questão da intervenção militar no Rio de Janeiro - Texto de prof. Francisco Costa. Excelente! Vale a pena ler!



Hoje trago aqui, para o blog Indagações-Zapytania, um texto muito oportuno e atual. Fala sobre a situação do Rio de Janeiro. É de autoria do professor e escritor Francisco Costa¹.

É muito importante saber o que realmente está ocorrendo no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, onde foi decretada pelo governo federal a Intervenção militar. Gostei muito do texto e acho que ele diz a verdade. Somos bombardeados, e por todos os lados, pela mídia oficial com as notícias e comentários tendenciosos, que muitas vezes confundem as pessoas, destilando uma falsa visão dos fatos.
O texto foi publicado recentemente pelo autor no Facebook.

Não deixe de ler!
WCejnóg



A MINHA HUMILDE COLABORAÇÃO AO GENERAL BRAGA NETTO, INTERVENTOR MILITAR NO RIO DE JANEIRO.
(Não é uma tese, mas quase é)

Francisco Costa
Rio, 23/02/2018.

Sr. General

Como é do seu conhecimento, não existe geração espontânea, nada nasce do nada, com tudo sendo resultado de uma lenta e gradativa evolução, inclusive a criminalidade.
A situação fluminense, particularmente a carioca, nasceu do arbítrio na ditadura militar e cresceu com a alternância entre a omissão e a cumplicidade, nos diversos governos estaduais e municipais, além dos componentes históricos e geográficos da região.

Durante quatro séculos e meio esta cidade foi a sede dos interesses políticos e econômicos da classe dominante, primeiro como sede da colônia portuguesa, depois sede do império português e, finalmente, sede da república, sendo que durante praticamente por quatro séculos, em regime de escravidão de negros e índios, o que fez aqui conviverem os extremos dos estratos sociais: de um lado a elite político econômica e, do outro, os escravos e seus descendentes, com a luta de classes buscando apoio financeiro, para sustentação, no ilícito, degenerando para a criminalidade depois, quando a classe dominante viu a potencialidade econômica do narcotráfico. Além desses antecedentes históricos, há a geografia da cidade.

Nossa cidade fica na Serra do Mar, relevo que se continua submerso no oceano, com alguns bairros reduzidos a umas poucas centenas de metros entre a linha das marés e os morros, com a elite morando nos baixios e a pobreza e a miséria nos morros, coabitando nos mesmos bairros.

Melhor explicando: enquanto em outras cidades os bairros proletários estão afastados dos chamados bairros nobres, burgueses, aqui as mansões e barracos, choupanas e palácios são vizinhos, não raro estando nas mesmas ruas, o que aguça a luta de classes.

Num quadro assim a conjuntura social só poderia ser de instabilidade, com a polícia perdendo o caráter de polícia para ganhar o de força de segurança da elite, mais aguçando o ódio de classe, fazendo a população pobre optar pelos chamados bandidos, dando-lhes guarida nos morros.

Com uma classe política podre, formada pelos defensores dos interesses da classe dominante e dos que, oriundos da pobreza, fizeram da política uma alavanca de ascensão social e econômica, pessoais, aqui sempre imperaram o oportunismo, a demagogia, o populismo, o carreirismo político e a corrupção. 

Um bom exemplo do que afirmo temos no Senhor Moreira Franco.
De origem humilde, pobre, veio, com a família, ainda menino, do Piauí.
Casou-se primeiro com a filha de Amaral Peixoto e neta de Getúlio Vargas, depois com a filha de Vasconcelos Torres, um influente político fluminense, o que facilitou a sua ascensão política.

Líder estudantil, projetou-se na política, tornando-se deputado por três mandatos, depois prefeito de Niterói, e, finalmente, governador do Estado do Rio de Janeiro.

Elegeu-se governador do Estado prometendo acabar com a violência em seis meses, mas, ao invés de atacá-la nas origens, firmou um “pacto de não agressão”, recebendo bandidos do Comando Vermelho em seu gabinete, para acordos de divisão de áreas de influência no Estado.

Nunca é demais lembrar que o seqüestrador do empresário Roberto Medina era mais que amigo particular de Moreira Franco, era o seu personal trainner, segurança pessoal de Moreira e membro do Comando Vermelho.

Onde houve corrupção Moreira estava: na Cedae, na Caixa Econômica, nas loterias da Caixa, na administração do FGTS... Seu nome está na lista da Odebrecht.

Por indicação de Temer, Dilma o nomeou Ministro da Aviação. Ao demiti-lo, sem meias palavras, dura e franca, Dilma justificou: “ele rouba”.

Pois é este homem o mentor da intervenção militar no Rio de Janeiro. Como deixar de acreditar que não é mais uma jogada, agora para desviar o foco das investigações sobre, rigorosamente, todos os membros do governo federal?

Finalmente, Moreira Franco foi o adversário político de Leonel Brizola na famosa eleição do escândalo da Proconsult, liderado pela Globo.
Ao contrário do que pensam, o apelido de Angorá, dado por Brizola a Moreira, não é por causa da sua vasta e grisalha cabeleira, mas pela docilidade dessa raça de gatos, que aceita qualquer colo e qualquer afago. Moreira esteve ao lado de todos os governos, desde a ditadura militar, quando jogou dos dois lados.

Como acreditar, General?
A ciência nos mostra que só neutralizando as causas impede-se os efeitos.

Para secar um rio é necessário secar ou desviar o curso das nascentes, ao contrário de represar a foz, o que só aumentaria o volume do seu leito, inundando tudo.

Atacar o varejo do narcotráfico é represar a foz.
O ataque ao narcotráfico, à criminalidade, à violência deve se dar no seus nascedouros, e para isso é necessário o ataque em duas frentes: na fonte de fornecimento da “mercadoria” e na fonte da insatisfação social.

Não temos plantações de maconha e coca no Rio de Janeiro, não temos grandes refinarias de drogas nem fábricas de armas, vindo tudo do exterior, de outros estados e outros países.

O ataque ao narcotráfico deveria se dar em nível nacional e de forma constitucional, começando pela identificação dos envolvidos no atacado, sejam produtores, importadores ou transportadores, prendendo-os.

A seguir, com a identificação e prisão dos que se associaram ao narcotráfico, movimentando dinheiro, lavando dinheiro, fazendo tráfico de influência ou agindo nas instituições públicas, fazendo vistas grossas a esta economia paralela: empresários, entidades financeiras, fiscais e auditores da Receita Federal e, principalmente, policiais corruptos.

Dificultada a operação criminosa interna, passem para as fronteiras, localizando e destruindo portos fluviais clandestinos e aeroportos, também clandestinos, em fazendas próximas das fronteiras, desde que provado que de uso do narcotráfico e não de serviços outros.
Cheguem aos portos e aeroportos internacionais, com atenção especial aos das cidades do Rio e São Paulo, escoadouros das duas principais organizações criminosas brasileiras, para a Europa e Oriente.
Desmontado, ou pelo menos prejudicado em muito, o fornecimento para o varejo, logo virão as fragmentações das organizações criminosas, que perderão poder, dinheiro e prestígio.

Parte dos trabalhadores (sim, trabalhadores, ainda que em atividade ilícita) buscarão colocação no mercado de trabalho formal, na licitude, abandonando o crime, e parte, por má índole e condicionamento, buscará novas modalidades de crimes: furtos, roubos, assaltos, seqüestros... Tornando-se presas mais fáceis para a polícia, que deverá prendê-los.

Esta seria a parte operacional, isenta, equânime, honesta, não discriminatória, prendendo o chamado “xerife” do Porto de Santos, e que sabemos quem é (segundo as polícias do mundo todo, o Porto de Santos é o segundo, do planeta, em movimento de drogas).

Prendendo construtores de aeroportos em terras da família, fora da rota dos voos comerciais, mas na rota do narcotráfico. Helicóptero transportando quase meia tonelada de pasta de cocaína. Jatinho executivo transportando quase seiscentos e cinquenta quilos de cocaína, com investigações paradas e/ou arquivadas porque dos poderosos políticos que deflagraram a intervenção militar no Rio de Janeiro.

Este é o passo primeiro para diminuir a violência: neutralizar os mentores da violência, e que não estão nos morros nem nos bairros proletários.
Isto, com investigações, pensadamente, coletando provas insofismáveis, de maneira a dificultar as manobras jurídicas e não como uma guerra, a palavra mais usada pelas autoridades da segurança pública, e mais recentemente, pelo próprio presidente da república.

Se a polícia se acha em guerra com os bandidos e as forças armadas pensam a mesma coisa, que não lastimem os seus mortos, guerras pressupõem baixas dos dois lados.

A questão é técnica e política e não simplesmente bélica.
A outra questão diz respeito à justiça social, o que discutirei no próximo artigo.

Fonte: Facebook
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¹ Francisco Costa  - Professor, Coordenador, Diretor, Escritor · Rio de Janeiro

Lecionando Ciências (Fundamental), Química e Biologia (Médio e Superior)


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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Libertar a força do Evangelho. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!



Então Pedro disse a Jesus: ‘Mestre, é bom estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias’. Ele não sabia o que dizer, pois estavam apavorados. A seguir apareceu uma nuvem e os envolveu, e dela saiu uma voz, que disse: ‘Este é o meu Filho amado. Ouçam-no!’ “ (Mc 9, 5-7)

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito atual e bem concreta. Tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 9,2-10 (transfiguração de Jesus).
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Muito boa. Vale a pena ler.
WCejnóg




IHU - ADITAL
23 Fevereiro 2018

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 9,2-10 que corresponde ao Segundo Domingo da Quaresma, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Este relato da «transfiguração de Jesus» foi desde o início muito popular entre os Seus seguidores. Não é um episódio a mais. A cena, recriada com diversos recursos de caráter simbólico, é grandiosa. Os evangelistas apresentam Jesus com o rosto resplandecente enquanto conversa com Moisés e Elias.

Os três discípulos que o acompanharam até o cimo da montanha ficam surpreendidos. Não sabem que pensar de tudo aquilo. O mistério que envolve Jesus é demasiado grande. Marcos diz que estavam assustados.

A cena culmina de forma estranha: «Formou-se uma nuvem que os cobriu e saiu da nuvem uma voz: Este é o meu Filho amado; escutai-O». O movimento de Jesus nasceu escutando a Sua chamada. A Sua Palavra, recolhida mais tarde em quatro pequenos escritos, foi gerando novos seguidores. A Igreja vive a escutar o Seu Evangelho.

Esta mensagem de Jesus encontra hoje muitos obstáculos para chegar até aos homens e mulheres do nosso tempo. Ao abandonar a prática religiosa, muitos deixaram de o escutar para sempre. Já não ouvirão falar de Jesus se não é de forma casual ou distraída.

Tampouco quem se aproxima das comunidades cristãs pode apreciar facilmente a Palavra de Jesus. A Sua mensagem perde-se entre outras práticas, costumes e doutrinas. É difícil captar a sua importância decisiva. A força libertadora do Seu Evangelho fica por vezes bloqueada por linguagens e comentários alheios ao Seu espírito.

No entanto, também hoje o único decisivo que pode oferecer a Igreja à sociedade moderna é a Boa Nova proclamada por Jesus e o Seu projeto humanizador do reino de Deus. Não podemos continuar a reter a força humanizadora da Sua Palavra. Temos de fazer que corra limpa, viva e abundante pelas nossas comunidades.  Que chegue até os lares, que a possa conhecer quem procura um sentido novo para as suas vidas, que a possa escutar quem vive sem esperança.

Temos de aprender a ler juntos o Evangelho. Familiarizar-nos com os relatos evangélicos. Colocar-nos em contato direto e imediato com a Boa Nova de Jesus. Nisto temos de gastar as energias. Daqui começará a renovação que necessita hoje a Igreja.

Quando a instituição eclesiástica vai perdendo o poder de atração que teve durante séculos, temos de descobrir a atração que tem Jesus, o Filho amado de Deus, para quem procura a verdade e a vida. Dentro de poucos anos daremos conta de que tudo nos empurra para colocar com mais fidelidade a Sua Boa Nova no centro do cristianismo.




terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

“Cristianismo e Judaísmo.” – Uma breve colocação de Albert Einstein. Muito interessante!



Abaixo segue mais um texto que expressa o ponto de vista de Albert Einstein* – um dos mais notáveis físicos, que o mundo já teve.

Ao conhecer melhor as pessoas, é mais fácil respeitá-las, compreendê-las e assim demolir os muros de preconceitos e paradigmas, frequentemente construídos por homens dos dois lados. Estou me referindo às relações entre a ciência e a religião e de seus representantes.

Esse pequeno texto encontra-se no livro “Como vejo o mundo”, escrito por Albert Einstein.

WCejnóg




CRISTIANISMO E JUDAÍSMO


Se se separa o judaísmo dos profetas, e o cristianismo tal como foi ensinado por Jesus Cristo de todos os acréscimos posteriores, em  particular aqueles dos padres, subsiste uma doutrina capaz de curar a humanidade de todas as moléstias sociais.


O homem de boa vontade deve tentar corajosamente em seu meio, e na medida do possível, tornar viva esta doutrina de uma humanidade perfeita. Se realizar lealmente esta experiência, sem se deixar eliminar ou silenciar pelos contemporâneos, terá o direito de se julgar  feliz, ele e sua comunidade.

Fonte: EINSTEIN Albert. Como vejo o mundo. Ed. Especial (Saraiva de bolso). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011, p 113.



* Albert Einstein
Físico alemão
(Por Dilva Frazão)


Albert Einstein (1879-1955) foi um físico e matemático alemão. Entrou para o rol dos maiores gênios da humanidade ao desenvolver a Teoria da Relatividade. Estabeleceu a relação entre massa e energia e formulou a equação que se tornou a mais famosa do mundo: E = mc². Em 1921, recebeu o Prêmio Nobel de Física, por suas descobertas sobre a lei dos efeitos fotoelétricos.

Albert Einstein (1879- 1955) nasceu em Ulm, na Alemanha, em 14 de março, era filho de família judaica, não praticante. Em 1880 a família muda-se para Munique. Iniciou aulas de violino com seis anos de idade. Estudou o primário numa escola católica. Aos dez anos de idade ingressou no Gymnasiun, se preparando para a universidade. Entrou para a Escola Politécnica Federal da Suíça, onde, em 1900, conclui a graduação em Física. Em 1901 escreveu seu primeiro artigo científico "A Investigação do Estado do Éter em Campo Magnético".  Em fevereiro deste mesmo ano recebeu a naturalização suíça. Em 6 de janeiro de 1903 casou-se com Mileva Maric, com quem teve três filhos.
Em 1905, formulou a teoria da relatividade especial, que conduziria à libertação da energia atômica. Nesse mesmo ano, remeteu para a “Revista Anais de Física”, Alemanha, os quatro artigos que se tornariam fundamentais para a Física Moderna. Depois da publicação dos artigos seu talento foi reconhecido. Em 1909, com 30 anos, tornou-se professor na Universidade de Zurique e no ano seguinte lecionou na Universidade de Praga. Em 1912 ocupou a cadeira de Física, da Escola Politécnica Federal da Suíça. Em 1913, foi nomeado professor para a Universidade de Berlim e diretor do Instituto Kaiser Wilhelm de Física. Torna-se membro da Academia de Ciências da Prússia. 

Em 25 de novembro de 1915, ele subiu ao palco da Academia de Ciências da Prússia e declarou ter concluído sua exaustiva pesquisa de uma década em busca de um entendimento novo e mais profundo da gravidade. A Teoria da Relatividade Geral, afirmou Einstein, estava pronta. A nova e radical visão das interações entre o espaço, o tempo, a matéria, a energia e a gravidade foi um feito reconhecido como uma das maiores conquistas intelectuais da humanidade. Em 1921, recebe o Prêmio Nobel de Física por suas descobertas sobre a lei dos efeitos fotoelétricos, publicada em um dos quatro artigos revolucionários que divulgou em 1905.

Em 1925, entre os meses de março e maio, Einstein esteve na América do Sul. Foi à Argentina para uma série de compromissos, esteve em Montevidéu e no dia 4 de maio chegou ao Rio de Janeiro, então capital do Brasil, sendo recebido pelo presidente Artur Bernardes. Entre outros compromissos, visitou o Jardim Botânico, o Observatório Nacional, o Museu Nacional e o Instituto Oswaldo Cruz.

Além da ciência, Einstein também dedicou parte de seu tempo a assuntos políticos. Humanista convicto, lutou pela paz mundial e pela justiça social e a liberdade. Na década de 20 atuou em movimentos ati-guerra. Em 1932 partiu de Berlim para uma visita à Califórnia, pois sabia que em breve o nazismo controlaria toda a Alemanha.

Em 1933 renunciou seus cargos em Berlim, retornou para os Estados Unidos e ingressou no Instituto de Estudos Avançados de Princeton. Em 1940 ganhou cidadania norte-americana. Em 1945 encerrou sua carreira em universidades. Em 1946 apoiou projetos de formação de um governo mundial e a troca de segredos entre as grandes potências atômicas, almejando a paz mundial.
Albert Einstein faleceu em Princeton, Estados Unidos, no dia 18 de abril de 1955.


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Entre conflitos e tentações. – Reflexão de José Antônio Pagola. Muito interessante!


Logo após, o Espírito o impeliu para o deserto. Ali esteve quarenta dias, sendo tentado por Satanás. Estava com os animais selvagens, e os anjos o serviam.” (Mc 1, 12-13)

Hoje, uma excelente reflexão, muito interessante e atual. Para alguns, talvez seja uma oportunidade para entender melhor essa passagem bíblica - Mc 1, 12-15  (As tentações de Jesus).  É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
WCejnóg




IHU – ADITAL
16 Fevereiro 2018.

Entre conflitos e tentações

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,12-15 que corresponde ao 1° Domingo da Quaresma, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Antes de começar a narrar a atividade profética de Jesus, Marcos nos diz que o Espírito o empurrou para o deserto. Ficou ali quarenta dias, deixando-se tentar por Satanás; vivia entre vermes e os anjos o serviam. Estas breves linhas são um resumo das tentações ou provas básicas vividas por Jesus até a Sua execução na cruz.

Jesus não conheceu uma vida fácil nem tranquila. Viveu levado pelo Espírito, mas sentiu na Sua própria carne as forças do mal. Sua entrega apaixonada ao projeto de Deus levou a viver uma existência desgarrada por conflitos e tensões. Dele temos de aprender, nós Seus seguidores, a viver em tempos de prova.

“O Espírito empurra Jesus para o deserto”

Não o conduz para uma vida cômoda. Leva-O por caminhos de provas, riscos e tentações. Procurar o reino de Deus e a Sua justiça, anunciar Deus sem falseá-Lo, trabalhar por um mundo mais humano é sempre arriscado. Foi para Jesus e será para os Seus seguidores.

“Ficou no deserto quarenta dias”

O deserto será o cenário pelo que transcorrerá a vida de Jesus. Este lugar inóspito e nada acolhedor é símbolo de provas e dificuldades. O melhor lugar para aprender a viver do essencial, mas também o mais perigoso para quem fica abandonado às suas próprias forças.

“Tentado por Satanás”

Satanás significa “o adversário, a força hostil a Deus e a quem trabalha pelo Seu reinado. Na tentação descobre-se o que há em nós de verdade ou de mentira, de luz ou de trevas, de fidelidade a Deus ou de cumplicidade com a injustiça.

Ao longo da Sua vida, Jesus irá manter-se vigilante para descobrir “Satanás” nas circunstâncias mais inesperadas. Um dia rejeitará Pedro com estas palavras: “Afasta-te de mim, Satanás, porque teus pensamentos não são os de Deus”. Os tempos de prova temos de os viver, como Ele, atentos ao que nos pode desviar de Deus.

“Vivia entre vermes e os Anjos o serviam”

As feras, os seres mais violentos da terra, evocam os perigos que ameaçaram Jesus. Os anjos, os seres mais bondosos da criação, sugerem a proximidade de Deus, que os abençoa, cuida e sustenta. Assim viverá Jesus: defendendo-se de Antipas, a quem chama “raposa”, e procurando na oração da noite a força do Pai.

Temos de viver estes tempos difíceis com os olhos fixos em Jesus. É o Espírito de Deus que nos está a empurrar para o deserto. Desta crise sairá um dia uma Igreja mais humana e mais fiel ao Seu Senhor.