Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 27 de junho de 2020

“Dispostos a sofrer”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito oportuna!

E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.” (Mt 10,38)

Procurar a entender melhor a mensagem de Deus Pai/Mãe, Deus Amor - que é fonte de tudo que existe - é a ideia principal  de todas as reflexões colhidas e publicadas neste blog.

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é uma dessas reflexões. Tem como pano de fundo o texto bíblico  Mt 10, 37-42  (Seguir Jesus, aliviando os sofrimentos de outros, presume ser disposto a carregar a cruz e ser rejeitado).

Vale a pena ler e refletir.

WCejnog

IHU – ADITAL

26 Junho 2020

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus capítulo 10,37-42 que corresponde ao 13° Domingo do ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. No Brasil celebra-se a Festa de São Pedro e São Paulo.

Eis o texto.

Jesus não queria ver ninguém sofrer. O sofrimento é mau. Jesus nunca o procurou para si nem para os outros. Pelo contrário, toda sua vida consistiu em lutar contra o sofrimento e o mal, que tanto dano causam às pessoas. 

As fontes apresentam-no sempre combatendo o sofrimento que se esconde na doença, nas injustiças, na solidão, no desespero ou na culpa. Assim foi Jesus: um homem dedicado a eliminar o sofrimento, suprimindo injustiças e contagiando força para viver.

Mas procurar o bem e a felicidade para todos traz muitos problemas. Jesus o sabia por experiência. Não se pode estar com os que sofrem e procuram o bem dos últimos sem provocar a rejeição e a hostilidade daqueles a quem não interessa nenhuma mudança. É impossível estar com os crucificados e não se ver um dia «crucificado».

Jesus nunca escondeu isso dos seus seguidores. Utilizou, em várias ocasiões, uma metáfora inquietante que Mateus resumiu assim: “Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim”. Não podia ter escolhido uma linguagem mais gráfica. Todos conheciam a imagem terrível do condenado que, nu e indefeso, era obrigado a carregar nas costas o tronco horizontal da cruz até ao local da execução, onde o esperava o tronco vertical fixado na terra.

Carregar a cruz” fazia parte do ritual da crucificação. O seu objetivo era que o condenado aparecesse perante a sociedade como culpado, um homem indigno de continuar a viver entre os seus. Todos descansariam vendo-o morto.

Os discípulos tentaram entendê-lo. Jesus vinha dizer mais ou menos o seguinte: “Se me seguis, tendes de estar dispostos a ser rejeitados. Passará convosco o mesmo que a mim. Aos olhos de muitos parecereis culpados. Serão condenados. Procurarão que não incomodeis. Terão de carregar a vossa cruz. Então parecerão mais comigo. Serão dignos seguidores meus. Partilharão o destino dos crucificados. Com eles entrarão um dia no reino de Deus”.

Carregar a cruz não é procurar “cruzes”, mas aceitar a «crucificação» que nos chegará se seguirmos os passos de Jesus. Assim tão claro.

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho



sábado, 20 de junho de 2020

“Seguir Jesus sem medo”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!


“Quem, pois, me confessar diante dos homens, eu também o confessarei diante do meu Pai que está nos céus. Mas aquele que me negar diante dos homens, eu também o negarei diante do meu Pai que está nos céus”.  (Mt 10,32-33)

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito precisa e importante. Tem como pano de fundo o texto bíblico  Mt 10, 26-33 (Jesus instrui os seus discípulos).

Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler.

WCejnog

IHU – ADITAL

19 Junho 2020

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus 10,26-33 que corresponde ao 12° Domingo do ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto.

A lembrança da execução de Jesus ainda era muito recente. Pelas comunidades cristãs circulavam diversas versões da sua paixão. Todos sabiam que era perigoso seguir alguém que havia terminado tão mal. Recordava-se uma frase de Jesus: “O discípulo não está acima de seu Mestre”. Se a Ele lhe chamaram Belzebu, o que não dirão dos seus seguidores?

Jesus não queria que seus discípulos tivessem falsas ilusões. Ninguém pode pretender realmente segui-lo sem compartilhar de alguma maneira sua sorte. Em algum momento, alguém nos rejeitará, maltratará, insultará ou condenará. O que temos de fazer?

A resposta vem de dentro de Jesus: “Não lhes tenhais medo”. O medo é mau. Nunca deve paralisar os Seus discípulos. Não devem calar-se. Não devem cessar de propagar a Sua mensagem por nenhum motivo.

Jesus explica-lhes como eles devem colocar-se ante a perseguição. Com Ele começou já a revelação da Boa Nova de Deus. Devem confiar. O que ainda está “oculto” e “escondido” a muitos, um dia ficará claro: irá conhecer-se o mistério de Deus, seu amor ao ser humano e seu projeto de uma vida mais feliz para todos.

Os seguidores de Jesus estão chamados a fazer parte desde já no processo de revelação: “O que Eu vos digo à noite, dizei em plena luz do dia”. O que lhes explica ao anoitecer, antes de se retirar para descansar, têm de comunicar sem medo “em pleno dia”. “O que Eu vos digo ao ouvido, proclamai dos telhados”. O que lhes sussurra ao ouvido para que penetre bem no seu coração, têm de torná-lo público.

Jesus insiste que não tenham medo. “Quem fica do meu lado”, nada tem que temer. O último julgamento será para Ele uma surpresa alegre. O juiz será o “Meu Pai do céu”, aquele que os ama infinitamente. O defensor serei Eu mesmo: “que me colocarei do vosso lado”. Quem pode infundir-nos mais esperança no meio das provações?

Jesus imaginava seus seguidores como um grupo de crentes que sabem “colocar-se do seu lado” sem medo. Por que somos tão pouco livres para abrir novos caminhos mais fiéis a Jesus? Por que não nos atrevemos a apresentar de forma simples, clara e concreta o essencial do evangelho?