Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 29 de maio de 2021

“O nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos". (Mt 28, 19-20)

Hoje trago para este blog uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 28, 16-20 (Fazer discípulos entre todas as nações). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

WCejnóg


 IHU – Adital

28 Maio 2021

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus 28,16-20, que corresponde à Festa da Trindade, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Como se comunicava Jesus com Deus? Que sentimentos se despertavam no seu coração? Como o sentia dia a dia? Os relatos evangélicos levam-nos a uma dupla conclusão: Jesus sentia Deus como Pai, e vivia tudo impulsionado pelo Seu Espírito.

Jesus sentia-se «filho querido» de Deus. Sempre que comunica com ele, chama-lhe «Pai». Não lhe sai outra palavra. Para ele, Deus não é apenas o «Santo» de que todos falam, mas também o «Compassivo». Não habita no templo, acolhendo só os de coração limpo e mãos inocentes. Jesus capta-O como um Pai que não exclui ninguém do seu amor compassivo. Desfruta de cada manhã porque Deus faz nascer seu sol sobre bons e maus.

Este Pai tem um grande projeto no seu coração: fazer da terra uma casa habitável. Jesus não duvida: Deus não descansará até ver seus filhos e filhas desfrutarem juntos de uma festa final. Ninguém o poderá impedir, nem a crueldade da morte nem a injustiça dos homens. Como ninguém pode impedir que chegue a primavera e encha tudo de vida.

Fiel a este Pai e movido pelo Seu Espírito, Jesus dedica-se apenas a uma coisa: fazer um mundo mais humano. Todos devem conhecer a Boa Nova, sobretudo aqueles que menos o esperam: os pecadores e os desprezados. Deus não dá ninguém como perdido. A todos procura, a todos chama. Não vive controlando seus filhos e filhas, mas abrindo a cada um caminho para uma vida mais humana. Quem escuta até ao fundo do seu próprio coração está ouvindo a Ele.

Este Espírito empurra Jesus para aqueles que mais sofrem. É normal, pois vê gravados no coração de Deus os nomes dos mais sós e miseráveis. Os que para nós não são ninguém, esses são precisamente os prediletos de Deus. Jesus sabe que a esse Deus não o entendem os grandes, mas sim os pequenos. O Seu amor é descoberto por aqueles que o procuram, porque não têm ninguém que limpe as suas lágrimas.

A melhor maneira de crer no Deus Trinitário não é tentar compreender as explicações dos teólogos, mas seguir os passos de Jesus, que viveu como Filho querido de um Deus Pai e que, movido pelo seu Espírito, se dedicou a fazer um mundo mais bondoso para todos.

Fonte:IHU – Comentário do Evangelho


sexta-feira, 21 de maio de 2021

“Abertos ao Espírito”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!

Novamente Jesus disse: "Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio". E com isso, soprou sobre eles e disse: "Recebam o Espírito Santo”. (Jo 20, 21-22)

 

Pentecostes

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito precisa e bem atual. Tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 20, 19-23. (Jesus aparece aos discípulos). Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler.

Wcejnog

IHU – ADITAL

21 Maio 2021

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de João 20,19-23, que corresponde à Festa de Pentecostes, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.  

Abertos ao Espírito 

Não falam muito. Não se fazem notar. A sua presença é modesta e calada, mas são «sal da terra». Enquanto houver no mundo mulheres e homens atentos ao Espírito de Deus, será possível continuar à espera. Eles são o melhor presente para uma Igreja ameaçada pela mediocridade espiritual. 

A sua influência não provém do que fazem ou do que falam ou escrevem, mas de uma realidade mais profunda. Encontram-se retirados em mosteiros ou escondidos no meio das pessoas. Não se destacam pela sua atividade e, contudo, irradiam energia interior onde quer que estejam. 

Não vivem de aparências. A sua vida nasce do mais profundo do seu ser. Vivem em harmonia consigo mesmos, atentos a fazer coincidir a sua existência com a chamada do Espírito que os habita. Sem que eles mesmos se apercebam, são sobre a Terra, reflexo do Mistério de Deus. 

Têm defeitos e limitações. Não estão imunizados contra o pecado. Mas não se deixam absorver pelos problemas e conflitos da vida. Voltam uma e outra vez ao fundo do seu ser. Esforçam-se por viver na presença de Deus. Ele é o centro e a fonte que unifica os seus desejos, palavras e decisões. 

Basta pôr-se em contato com eles para tomar consciência da dispersão e agitação que há dentro de nós. Junto deles é fácil perceber a falta de unidade interior, o vazio e a superficialidade das nossas vidas. Eles fazem-nos intuir dimensões que desconhecemos. 

 

Estes homens e mulheres abertos ao Espírito são fonte de luz e vida. A sua influência é oculta e misteriosa. Estabelecem com os outros uma relação que nasce de Deus. Vivem em comunhão com pessoas que nunca viram. Amam com ternura e compaixão pessoas que não conhecem. Deus fá-los viver em união profunda com toda a criação. 

 

No meio de uma sociedade materialista e superficial, que tanto desqualifica e maltrata os valores do espírito, quero recordar estes homens e mulheres «espirituais». Eles lembram-nos o maior anseio do coração humano e a Fonte última onde se apaga toda a sede.

Fonte: IHU – Comentário doEvangelho