Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

“As coisas nem sempre são o que parecem”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

"E este respondeu: ‘Não quero!’  Mas depois mudou de ideia e foi. O pai chegou ao outro filho e disse a mesma coisa. Ele respondeu: ‘Sim, senhor! ’ Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?  "O primeiro", responderam eles. Jesus lhes disse: ‘Digo-lhes a verdade: Os publicanos e as prostitutas estão entrando antes de vocês no Reino de Deus’.” (Mt 21, 29-31)

Tentar entender melhor a mensagem de Deus, que é a fonte de tudo que existe - é a ideia principal  de todas as reflexões colhidas e publicadas neste blog.

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é uma dessas reflexões. Tem como pano de fundo o texto bíblico  Mt 21, 28-32  (Faça mais, fale menos).

Vale a pena ler e refletir.

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IHU - ADITAL

25 Setembro 2020

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus 21,28-32, que corresponde ao 26° Domingo do ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

A parábola é uma das mais claras e simples. Um pai aproxima-se dos seus dois filhos para pedir-lhes que trabalhem na vinha. O primeiro responde com uma negativa rotunda: “Não quero”. Então ele pensa melhor e vai trabalhar. O segundo reage com docilidade ostensiva: “Claro que vou, senhor”. No entanto, tudo permanece em palavras, porque não vai para a vinha.

Também a mensagem da parábola é clara e fora de toda a discussão. Diante de Deus, o importante não é “falar”, mas fazer; o decisivo não é prometer ou confessar, mas cumprir sua vontade. As palavras de Jesus não têm nada original.

O original é a aplicação que, de acordo com o evangelista Mateus, Jesus lança aos líderes religiosos da sociedade: “Eu vos asseguro: os publicanos e prostitutas vão à vossa frente no caminho do reino de Deus”. Será verdade o que diz Jesus?

Os escribas falam constantemente da lei: o nome de Deus está sempre nos seus lábios. Os sacerdotes do templo louvam a Deus sem descanso; as suas bocas estão cheias de salmos. Ninguém duvidaria que fazem a vontade do Pai. Mas as coisas nem sempre são como parecem. Os cobradores de dívidas e prostitutas não falam a ninguém de Deus. Faz tempo que esqueceram a sua lei. No entanto, segundo Jesus, vão à frente dos sumos sacerdotes e escribas no caminho do reino de Deus.


Que podia ver Jesus naqueles homens e mulheres desprezados por todos? Talvez sua humilhação. Talvez um coração mais aberto a Deus e mais necessitado do seu perdão. Quem sabe uma compreensão e uma proximidade maior com os últimos da sociedade. Talvez menos orgulho e prepotência que a dos escribas e sumos sacerdotes.

Os cristãos, enchemos de palavras muito bonitas a nossa história de vinte séculos. Construímos sistemas impressionantes que recolhem a doutrina cristã com profundos conceitos. No entanto, hoje e sempre, a verdadeira vontade do Pai é feita por aqueles que traduzem em atos o evangelho de Jesus e por aqueles que se abrem com simplicidade e confiança ao seu perdão.

Fonte:IHU – Comentário do Evangelho

sábado, 19 de setembro de 2020

“Deus é bom com todos” – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!

 

"Mas ele respondeu a um deles: ‘Amigo, não estou sendo injusto com você. Você não concordou em trabalhar por um denário? Receba o que é seu e vá. Eu quero dar ao que foi contratado por último o mesmo que lhe dei. Não tenho o direito de fazer o que quero com o meu dinheiro? Ou você está com inveja porque sou generoso? ’
"Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos".
(Mt 20, 13-16)

Abaixo, uma excelente reflexão, muito concreta e bem atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 20, 1-16  (A justiça do Reino de Deus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Foi publicada na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).Vale a pena ler!

WCejnóg


IHU - ADITAL

18 Setembro 2020

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus capítulo 20,1-16, que corresponde ao 25° Domingo do ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol  José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto.

Sem dúvida, é uma das parábolas mais surpreendentes e provocadoras de Jesus. Costumava chamar-se «parábola dos trabalhadores da vinha». No entanto, o protagonista é o proprietário da vinha. Alguns investigadores chamam-lhe hoje «parábola do empregador que queria trabalho e pão para todos».

Esse homem sai pessoalmente à praça para contratar vários grupos de trabalhadores. Os primeiros, às seis da manhã, outros às nove, mais tarde ao meio dia e às três da tarde. Os últimos são contratados às cinco da tarde, quando só falta uma hora para terminar a jornada.

Sua conduta é estranha. Não parece motivado pela vindima. O que quer é que aquelas pessoas não fiquem sem trabalho. Por isso, sai inclusive na última hora para dar trabalho àqueles que ninguém chamou. E por isso, no final da jornada, dá a todos o denário que necessitam para jantar nessa noite, mesmo aqueles que não o mereceram. Quando os primeiros protestam, esta é a sua resposta: «Vão ter inveja porque sou bom?».

O que está Jesus sugerindo? Será que Deus não atua com os critérios de justiça e igualdade que nós utilizamos? Seria verdade que, mais do que estar medindo os méritos das pessoas, Deus procura responder às nossas necessidades?

Não é fácil acreditar nessa bondade insondável de Deus da qual fala Jesus. Mais de um pode se escandalizar de que Deus seja bom com todos, sejam eles merecedores ou não, sejam crentes ou agnósticos, invoquem seu nome ou vivam de costas para Ele. Mas Deus é assim. E o melhor é deixar Deus ser Deus, sem o diminuirmos com as nossas ideias e esquemas.

A imagem que não poucos cristãos fazem de Deus é um «conglomerado» de elementos heterogêneos e até contraditórios. Alguns aspectos vêm de Jesus, outros do Deus justiceiro do Antigo Testamento, outros dos seus próprios medos e fantasmas. Então, a bondade de Deus com todas as suas criaturas fica perdida ou distorcida.

Uma das tarefas mais importantes em uma comunidade cristã será sempre aprofundar cada vez mais na experiência de Deus vivida por Jesus. Somente as testemunhas desse Deus colocam uma esperança diferente no mundo.

 Fonte: IHU – Comentário do Evangelho