Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 28 de junho de 2019

“Como seguir Jesus”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Vale a pena conferir!



”Enquanto estavam caminhando, alguém na estrada disse a Jesus: 'Eu te seguirei para onde quer que fores.' Jesus lhe respondeu: 'As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça.' Jesus disse a outro: 'Segue-me.' Este respondeu: 'Deixa-me primeiro ir enterrar meu pai.' Jesus respondeu: 'Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas tu, vai anunciar o Reino de Deus.' “  (Lc 9, 57-60)

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é bem concreta e interessante. Tem como pano de fundo o texto bíblico  Lc 9, 51-62 (Quem olha para trás não serve).
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Não deixe de ler.
WCejnog
 
IHU – Adital
28 Junho 2019

Como seguir Jesus

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo Lc 9,51-62 que corresponde ao 13° Domingo do Tempo Comum, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Jesus empreende com determinação sua marcha para Jerusalém. Sabe o perigo que corre na capital, mas nada o impede. Sua vida tem apenas um objetivo: anunciar e promover o projeto do reino de Deus. A marcha começa mal: os samaritanos rejeitam-No. Ele está habituado: o mesmo lhe aconteceu na sua terra de Nazaré.

Jesus sabe que não é fácil que lhe acompanhem na sua vida de profeta itinerante. Não pode oferecer aos seus seguidores a segurança e o prestígio que podem prometer os letrados da lei aos seus discípulos. Jesus não engana ninguém. Aqueles que querem segui-lo terão que aprender a viver como ele.

Enquanto eles estão a caminho, aproxima-se um desconhecido. Ele parece entusiasmado: «Te sigo para onde quer que vás». Antes de tudo, Jesus lhe faz ver que não espere dele segurança, vantagens ou bem-estar. Ele mesmo «não tem onde reclinar a cabeça». Não tem casa, come o que lhe oferecem, dorme onde pode.

Não nos enganemos. O grande obstáculo que impede que muitos cristãos de hoje sigam verdadeiramente a Jesus é o bem-estar em que vivemos instalados. Temos medo de levar a sério porque sabemos que exigiria viver de forma mais generosa e solidária. Somos escravos do nosso pequeno bem-estar. Talvez as crises econômicas nos possam tornar mais humanos e mais cristãos.

Outro pede a Jesus para deixá-lo ir enterrar o pai antes de segui-lo. Jesus lhe responde com um jogo de palavras provocativas e enigmáticas: «Deixa que os mortos enterrem os seus mortos, vai e anuncia o reino de Deus». Essas palavras intrigantes questionam o nosso estilo convencional de vida.

Temos de ampliar o horizonte em que nos movemos. A família não é tudo. Há algo mais importante. Se decidirmos seguir Jesus, temos de pensar também na família humana: ninguém deveria viver sem uma casa, sem pátria, sem documentos, sem direitos. Todos nós podemos fazer algo mais por um mundo justo e fraterno.

Outro está disposto a segui-lo, mas antes ele quer dizer adeus à sua família. Jesus surpreende-o com estas palavras: «Aquele que lança mão ao arado e olha para trás não é apto para o reino de Deus». Colaborar no projeto de Jesus exige dedicação total, olhar para frente sem distrair-nos, caminhar em direção ao futuro sem nos fecharmos no passado.

Papa Francisco avisou-nos de algo que está acontecendo hoje na Igreja: «Temos medo que Deus nos leve por caminhos novos, tirando-nos dos nossos horizontes, frequentemente limitados, fechados e egoístas, para nos abrir aos seus».



sexta-feira, 21 de junho de 2019

“Acreditamos em Jesus?” – Reflexão de José Antonio Pagola. Bem atual!



"E vocês, o que dizem?, perguntou. Quem vocês dizem que eu sou?
Pedro respondeu: O Cristo de Deus. Jesus os advertiu severamente que não contassem isso a ninguém. E disse: É necessário que o Filho do homem sofra muitas coisas e seja rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, seja morto e ressuscite no terceiro dia. Jesus dizia a todos: Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa, este a salvará."   (Lc 6, 43-45)

Abaixo, uma reflexão bem concreta e muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 9, 18-24  (“Quem  vocês dizeis que eu sou?”). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
WCejnóg

 
IHU - ADITAL
21 Junho 2019

Acreditamos em Jesus?

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo Lucas 9,18-24 que corresponde ao 12°Domingo do Tempo Comum, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

As primeiras gerações cristãs conservaram a lembrança deste episódio evangélico como um relato de importância vital para os seguidores de Jesus. A sua intuição era certeira. Sabiam que a Igreja de Jesus deveria escutar uma e outra vez a pregunta que um dia fez Jesus aos seus discípulos nos arredores de Cesárea de Filipo: “Vós, quem dizeis que Eu sou?”.

Se nas comunidades cristãs deixamos apagar a nossa fé em Jesus, perderemos a nossa identidade. Não conseguiremos viver com audácia criadora a missão que Jesus nos confiou; não nos atreveremos a enfrentar o momento atual, abertos à novidade do Seu Espírito; iremos asfixiar na nossa mediocridade.

Não são tempos fáceis para nós. Se não voltamos para Jesus com mais verdade e fidelidade, a desorientação nos paralisará; as nossas grandes palavras continuarão a perder credibilidade. Jesus é a chave, o fundamento e a fonte de tudo o que somos, dizemos e fazemos. Quem é hoje Jesus para os cristãos?

Nós confessamos, como Pedro, que Jesus é o «Messias de Deus», o Enviado do Pai. É certo: Deus amou tanto o mundo que nos ofereceu Jesus. Saberemos nós, os cristãos, acolher, cuidar, desfrutar e celebrar esta grande oferta de Deus? É Jesus o centro das nossas celebrações, encontros e reuniões?

Confessamos também «Filho de Deus». Ele pode nos ensinar a conhecer melhor Deus, a confiar mais na sua bondade de Pai, a escutar com mais fé sua chamada para construir um mundo mais fraterno e justo para todos. Descobrimos nas nossas comunidades o verdadeiro rosto de Deus encarnado em Jesus? Sabemos anunciá-Lo e comunicá-Lo como uma grande notícia para todos?

Chamamos a Jesus «Salvador» porque tem força para humanizar as nossas vidas, libertar as nossas pessoas e encaminhar a história humana para a sua verdadeira e definitiva salvação. É esta a esperança que se respira entre nós? É esta a paz que se contagia a partir das nossas comunidades?

Confessamos a Jesus como nosso único «Senhor». Não queremos ter outros senhores nem submeter-nos a falsos ídolos. Mas, ocupa Jesus realmente o centro das nossas vidas?, damos-lhe primazia absoluta nas nossas comunidades?, colocamo-lo acima de tudo e de todos? Somos de Jesus? É Ele quem nos anima e faz viver?

A grande tarefa dos cristãos é hoje juntar forças e abrir caminhos para reafirmar muito mais a centralidade de Jesus na Sua Igreja. Tudo o mais vem depois.