Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 7 de junho de 2019

“O Espírito é de todos”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!



‘Novamente Jesus disse: "Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio". E com isso, soprou sobre eles e disse: "Recebam o Espírito Santo".’ (Jo 20, 21-22)


Pentecostes


Hoje, uma bonita reflexão, muito concreta e atual. Como pano de fundo  tem o texto bíblico Jo 20,19-23 (Jesus aparece aos onze). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Não deixe de ler!

WCejnóg





IHU - ADITAL
07 Junho 2019
O Espírito é de todos

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 20,19-23 que corresponde à Solenidade do Pentecostes ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 



Eis o texto



A nossa vida é feita de múltiplas experiências. Satisfação e decepções, conquistas e fracassos, luzes e sombras entrelaçam na nossa vida diária, enchendo-nos de vida ou sobrecarregando o nosso coração.



Mas com frequência não somos capazes de perceber tudo o que há em nós mesmos. O que captamos com a nossa consciência é apenas uma pequena ilha no mar muito mais amplo e profundo da nossa vida. Por vezes nos escapa, inclusive, o mais essencial e decisivo.



No seu precioso livro Experiência Espiritual, K. Rahner recorda-nos com vigor essa “experiência” radicalmente diferente que se dá sempre em nós, embora passe muitas vezes despercebida: a presença viva do Espírito de Deus que trabalha dentro de nosso ser.



Uma experiência que permanece, quase sempre, encoberta por muitas outras que ocupam nosso tempo e a nossa atenção. Uma presença que fica como reprimida e oculta sob outras impressões e preocupações que se apoderam do nosso coração.



Quase sempre nos parece que o grande e o gratuito devem ser sempre algo pouco frequente, mas, quando se trata de Deus, não é assim. Em certos setores do cristianismo houve uma tendência a considerar essa presença viva do Espírito como algo mais reservado a pessoas escolhidas e selecionadas. Uma experiência mais apropriada para crentes privilegiados.



Rahner recordou-nos que o Espírito de Deus está sempre vivo no coração do ser humano, pois o Espírito é simplesmente a comunicação do mesmo Deus no mais íntimo da nossa existência. Esse Espírito de Deus se comunica e se dá até mesmo onde aparentemente nada acontece. Ali onde se aceita a vida e se cumpre com simplicidade a obrigação pesada de cada dia.



O Espírito de Deus continua trabalhando silenciosamente no coração das pessoas comuns e simples, em contraste com o orgulho e as pretensões daqueles que se sentem na posse do Espírito.


A festa de Pentecostes é um convite para procurar a presença do Espírito de Deus em todos nós, não para apresentá-lo como um troféu que temos em relação aos outros que não foram escolhidos, mas para acolher a esse Deus que está na origem de toda a vida, por menor e pobre que nos possa parecer.



O Espírito de Deus pertence a todos, porque o amor imenso de Deus não pode esquecer nenhuma lágrima, nenhum lamento nem esperança que brota do coração de seus filhos e filhas.




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