Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 21 de junho de 2019

“Acreditamos em Jesus?” – Reflexão de José Antonio Pagola. Bem atual!



"E vocês, o que dizem?, perguntou. Quem vocês dizem que eu sou?
Pedro respondeu: O Cristo de Deus. Jesus os advertiu severamente que não contassem isso a ninguém. E disse: É necessário que o Filho do homem sofra muitas coisas e seja rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, seja morto e ressuscite no terceiro dia. Jesus dizia a todos: Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa, este a salvará."   (Lc 6, 43-45)

Abaixo, uma reflexão bem concreta e muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 9, 18-24  (“Quem  vocês dizeis que eu sou?”). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
WCejnóg

 
IHU - ADITAL
21 Junho 2019

Acreditamos em Jesus?

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo Lucas 9,18-24 que corresponde ao 12°Domingo do Tempo Comum, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

As primeiras gerações cristãs conservaram a lembrança deste episódio evangélico como um relato de importância vital para os seguidores de Jesus. A sua intuição era certeira. Sabiam que a Igreja de Jesus deveria escutar uma e outra vez a pregunta que um dia fez Jesus aos seus discípulos nos arredores de Cesárea de Filipo: “Vós, quem dizeis que Eu sou?”.

Se nas comunidades cristãs deixamos apagar a nossa fé em Jesus, perderemos a nossa identidade. Não conseguiremos viver com audácia criadora a missão que Jesus nos confiou; não nos atreveremos a enfrentar o momento atual, abertos à novidade do Seu Espírito; iremos asfixiar na nossa mediocridade.

Não são tempos fáceis para nós. Se não voltamos para Jesus com mais verdade e fidelidade, a desorientação nos paralisará; as nossas grandes palavras continuarão a perder credibilidade. Jesus é a chave, o fundamento e a fonte de tudo o que somos, dizemos e fazemos. Quem é hoje Jesus para os cristãos?

Nós confessamos, como Pedro, que Jesus é o «Messias de Deus», o Enviado do Pai. É certo: Deus amou tanto o mundo que nos ofereceu Jesus. Saberemos nós, os cristãos, acolher, cuidar, desfrutar e celebrar esta grande oferta de Deus? É Jesus o centro das nossas celebrações, encontros e reuniões?

Confessamos também «Filho de Deus». Ele pode nos ensinar a conhecer melhor Deus, a confiar mais na sua bondade de Pai, a escutar com mais fé sua chamada para construir um mundo mais fraterno e justo para todos. Descobrimos nas nossas comunidades o verdadeiro rosto de Deus encarnado em Jesus? Sabemos anunciá-Lo e comunicá-Lo como uma grande notícia para todos?

Chamamos a Jesus «Salvador» porque tem força para humanizar as nossas vidas, libertar as nossas pessoas e encaminhar a história humana para a sua verdadeira e definitiva salvação. É esta a esperança que se respira entre nós? É esta a paz que se contagia a partir das nossas comunidades?

Confessamos a Jesus como nosso único «Senhor». Não queremos ter outros senhores nem submeter-nos a falsos ídolos. Mas, ocupa Jesus realmente o centro das nossas vidas?, damos-lhe primazia absoluta nas nossas comunidades?, colocamo-lo acima de tudo e de todos? Somos de Jesus? É Ele quem nos anima e faz viver?

A grande tarefa dos cristãos é hoje juntar forças e abrir caminhos para reafirmar muito mais a centralidade de Jesus na Sua Igreja. Tudo o mais vem depois.



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