Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 28 de janeiro de 2023

O Evangelho das bem-aventuranças. Reflexão do Dom Carmo João Rhoden.

 

"Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos Céus! 

Bem-aventurados os que cho­ram, porque serão consolados!  

Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão miseri­córdia!

Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!

Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!

Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus!" (Mt 5, 3-10)

Abaixo, uma breve porém excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 5, 1-12 (As Bem-aventuranças). É de autoria do Bispo Emérito de Taubaté (SP) Dom Carmo João Rhoden.

O texto foi publicado no site  do CNBB.

Vale a pena ler!

WCejnóg


Dom Carmo João Rhoden 
Bispo Emérito de Taubaté (SP) 

23/01/2023

O Evangelho das bem-aventuranças 

Textos referenciais: “Felizes os pobres de coração: deles é o Reino dos céus”. (Mt 5,3) “Felizes os que são perseguidos, por agirem retamente: deles é o Reino dos céus”. (Mt 5,10) 

O discurso das bem-aventuranças, faz parte do grande sermão da montanha. (Mt 5-7) 1.1 Da montanha (Mateus); da planície (Lucas 6,20-26). É preciso entender a pedagogia dos evangelistas. Para Mateus, Jesus é o novo e verdadeiro Moisés: é o definitivo legislador, dele emana o novo modo de ser, pensar e agir de todos os povos e não apenas de Israel. Jesus falou para todas as culturas e religiões, para todas as nações. Deve ter apresentado, em ocasiões diferentes, o conteúdo que Mateus enfaixou nos capítulos 5º a 7º, derrubando todas as barreiras e desfazendo as separações e divisões: sua mensagem é universal e definitiva. Para Lucas, o ensinamento de Jesus acontece na planície. Os que não conhecem a psicologia bíblica, discutem o “onde” Jesus falou. Para os autênticos discípulos, isso não conta, pois lá onde, vivemos, devemos cumprir com o ensinamento de Jesus fiel e amorosamente. 

Felizes os pobres de coração (em Espírito), porque deles é o Reino dos céus. Notemos bem: O verbo está no presente, como no versículo 10º. Nos outros versículos, está no futuro. 2.1 Ninguém é feliz, porque é pobre, mendigo ou miserável. É absurdo, desproposital. A comunidade que Jesus quer é aquela que ouve, corresponde e onde não há indigentes (At 4,34). Aliás, só Deus é mesmo rico, dono de tudo e Senhor de todos, mas partilha todas as coisas, com os homens e mulheres. ( Gn 1,27-29) Não cobra aluguel, nem o uso da energia do sol, ou da água, nem o oxigênio, que todos os dias inspiramos. Jesus quer que seus irmãos, não sejam gananciosos, apegados às riquezas, prepotentes, poderosos, mas que se valham do poder e das riquezas, para o bem de todos. Pobre em Espírito é então, quem sabe partilhar, dividir, servir, lutando pela felicidade de todos, não apenas a dos grupos. Ser desapegado, é por isso, exigência para todos os filhos de Deus. É fácil? Não. Jesus não trabalha com conceitos de facilidade ou dificuldade, mas com os do amor, da justiça ou da conversão, para o discipulado. 

Bem-aventurados os perseguidos por agirem retamente… Não é fácil ser cristão. Há um preço a ser pago, pelos que se decidem seguir Jesus Cristo. É claro que os que desejam ou querem uma sociedade diferente da existente, onde dominam os fortes, ricos e poderosos. A ninguém agradam, prepotências e injustiças. Os opressores não abraçam os valores do Reino de Deus. Haverá, por isso, muitas vezes, repressões e muito sofrimento. Afirma F. Armelini que a única força capaz de vencer a espiral da violência, é o amor, o perdão, e estes não são cultivados pelos violentos. 

É fácil rir, fazer festas, mas não é tão fácil, ser feliz. Contudo, todos nós queremos sê-lo. No entanto, somente os que vivem o Evangelho com seus valores, alcançarão a felicidade eterna. Não sem razão, Lucas fala em 4 bem-aventuranças e 4 mal aventuranças (Lc 6,20-26). Não analisei todas as bem-aventuranças, pois são 8 na realidade: era suficiente ressaltar a visão cristã da convivência, ou seja, da sociedade. Já, fizemos nossa opção? Feliz reflexão. 

4º Domingo do tempo comum

O Evangelho das bem-aventuranças (Mt 5,1-12)

29/01/2023 

Fonte: www. cnbb.org.br

 

sábado, 21 de janeiro de 2023

“Primeira palavra de Jesus”. – Reflexão de José Antonio Pagola.


Daí em diante Jesus começou a pregar: "Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo".  Andando à beira do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Eles estavam lançando redes ao mar, pois eram pescadores.  E disse Jesus: "Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens". No mesmo instante eles deixaram as suas redes e o seguiram.”. (Mt 17-20)

Abaixo, uma boa reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mateus 4,12-23 (Jesus começa sua missão na Galiléia). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

José Antonio Pagola

19 Janeiro 2023

A PRIMEIRA PALAVRA DE JESUS

O evangelista Mateus cuida muito bem do cenário em que Jesus fará sua aparição pública. A voz do Batista se apaga e a nova voz de Jesus começa a ser ouvida. A paisagem seca e sombria do deserto desaparece e a vegetação e a beleza da Galileia assumem o centro do palco. Jesus deixa Nazaré e se muda para Cafarnaum, às margens do lago. Tudo sugere o surgimento de uma nova vida.

Dentro da Igreja há uma "grande luz". É Jesus. Nele Deus nos é revelado. Não temos que escondê-lo

Mateus lembra que estamos na "Galiléia dos gentios". Você já sabe que Jesus pregou nas sinagogas judaicas daquelas aldeias e não andou entre os pagãos. Mas a Galiléia é uma encruzilhada; Cafarnaum, cidade aberta ao mar. Daqui virá a salvação para todos os povos.

Por enquanto, a situação é trágica. Inspirado por um texto do profeta Isaías, Mateus vê que “o povo habita nas trevas”. Na terra "há sombras de morte". A injustiça e o mal reinam. A vida não pode crescer. As coisas não são como Deus as quer. O Pai não reina aqui.

No entanto, no meio da escuridão, o povo começará a ver "uma grande luz". Entre as sombras da morte "uma luz começa a brilhar". Esse é sempre Jesus: uma grande luz que brilha no mundo.

Segundo Mateus, Jesus começa sua pregação com um grito: "Arrependam-se". Esta é a sua primeira palavra. É a hora da conversão. Você tem que se abrir para o re

com nossa liderança. Não devemos substituí-lo por nada. Não devemos fazer dela uma doutrina teórica, uma teologia fria ou uma palavra enfadonha. Se a luz de Jesus se apagar, os cristãos se tornarão o que Jesus tanto temia: “cegos tentando guiar outros cegos”.

É por isso que hoje esta é também a primeira palavra que devemos ouvir: "Converte-te"; recuperar sua identidade cristã; volte às suas raízes; ajudar a Igreja a passar para uma nova etapa do cristianismo mais fiel a Jesus; viva com uma nova consciência de seguidores; ponham-se a serviço do reino de Deus.

3 Tempo Comum – A

(Mateus 4,12-23)

22 de janeiro

José Antonio Pagola

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Fonte: Facebook