Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 25 de fevereiro de 2023

“Nossos erros”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo". (Mt 4,1)

Abaixo, uma bonita reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mateus 4,1-11 (A tentação de Jesus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg


 José Antonio Pagola

23 Fevereiro 2023

NOSSOS ERROS

Toda pessoa que não quer viver alienada deve fortalecer sua lucidez e vigilância diante de possíveis erros que possa cometer na vida.

Uma das contribuições mais válidas de Jesus é poder oferecer a quem o conhece e segue a possibilidade de ser cada dia mais humano. Em Jesus podemos ouvir o grito de advertência contra os graves erros em que podemos cair ao longo da vida.

O primeiro erro consiste em fazer da satisfação das necessidades materiais o objetivo absoluto de nossa vida; pensar que a felicidade última do ser humano se encontra na posse e gozo dos bens.

Segundo Jesus, esta satisfação das necessidades materiais, embora muito importante, não é suficiente. O homem torna-se progressivamente humano quando aprende a escutar a Palavra do Pai, que o chama a viver como irmão. Então ele descobre que ser humano é compartilhar e não possuir; doar, e não acumule; criar vida, e não explorar o irmão.

O segundo erro é buscar o poder, o sucesso ou o triunfo pessoal, acima de tudo e a qualquer preço. Mesmo sendo infiel à própria missão e caindo escravo das mais ridículas idolatrias.

Segundo Jesus, a pessoa tem razão não quando busca o próprio prestígio e poder, na competição e rivalidade com os outros, mas quando é capaz de viver no serviço generoso e desinteressado aos irmãos.

O terceiro erro consiste em tentar resolver o último problema da vida, sem riscos, lutas ou esforços, usando Deus de forma egoísta de forma mágica e egoísta.

Segundo Jesus, entender a religião dessa maneira é destruí-la. A verdadeira fé não conduz à passividade, à evasão e ao absentismo perante os problemas. Pelo contrário, quem compreendeu um pouco o que significa ser fiel a um só Deus, Pai de todos, arrisca-se cada dia mais na luta por um mundo mais digno e justo para todos.

1 Quaresma – A

(Mateus 4,1-11)

26 de fevereiro

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

“Cordialidade”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 


“Mas eu digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos”. (Mt 5, 44-45)

 

Hoje temos à disposição uma boa reflexão, muito concreta e relevante para os dias de hoje, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mateus 5,38-48 (Amor cristão é mais do que afeição). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Não deixe de ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

15 Janeiro 2023

CORDIALIDADE

A manifestação sensível dos sentimentos não é o melhor critério para verificar o amor cristão, mas o comportamento atencioso para o bem do outro, sem poupar esforços. Em geral, um serviço humilde aos necessitados contém, quase sempre, mais amor do que muitas palavras comoventes.

Mas, às vezes, deu-se tanta ênfase ao esforço da vontade que chegamos a privar a caridade de seu conteúdo afetivo. E, no entanto, o amor cristão que nasce no íntimo da pessoa também inspira sentimentos e se traduz em afeto cordial.

Amar o próximo exige fazer o bem a ele, mas também significa aceitá-lo, respeitá-lo, valorizar o que há de bom nele, fazê-lo sentir nossa acolhida e nosso amor. A caridade cristã induz a pessoa a adotar uma atitude cordial de simpatia, solicitude e afeto, superando posições de antipatia, indiferença ou rejeição.

Naturalmente, nossa forma pessoal de amar é condicionada pela sensibilidade, riqueza afetiva ou capacidade de comunicação de cada um. Mas o amor cristão promove a cordialidade, o afeto sincero e a amizade entre as pessoas.

Esta cordialidade não é mera cortesia exterior exigida pelas boas maneiras, nem simpatia espontânea que nasce do contacto com pessoas agradáveis, mas sim a atitude sincera e purificada de quem se deixa animar pelo amor cristão.

Talvez não tenhamos enfatizado suficientemente hoje a importância de cultivar esta cordialidade na família, no trabalho e em todas as nossas relações. No entanto, a cordialidade faz com que as pessoas se sintam melhor, ameniza as tensões e os conflitos de posição, fortalece a amizade e faz crescer a fraternidade.

A cordialidade ajuda a nos libertar dos sentimentos de indiferença e rejeição, pois se opõe diretamente à nossa tendência de dominar, manipular ou fazer sofrer os outros. Quem sabe comunicar afeto de forma saudável e generosa cria um mundo mais humano e habitável em seu ambiente.

Jesus insiste em mostrar essa cordialidade não só diante do amigo ou da pessoa simpática, mas também diante daquele que nos rejeita. Recordemos algumas das suas palavras que revelam o seu estilo de ser: «Se cumprimentas apenas os teus irmãos, o que estás a fazer de extraordinário?».

7 Tempo Comum – A

(Mateus 5,38-48)

19 de fevereiro

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

“Não à guerra entre nós!” – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

Pois eu digo que, se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus.” (Mt 5,20)

Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 5,17-37 (A verdadeira lei é o amor!). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

A mesma reflexão já tinha sido publicada neste blog em 10 de fevereiro 2017, mas continua muito atual!

Vale a pena ler!

WCejnóg


José Antonio Pagola

9 Fevereiro 2023

NÃO À GUERRA ENTRE NÓS

Os judeus falavam com orgulho da Lei de Moisés. Segundo a tradição, o próprio Deus o havia dado ao seu povo. Foi o melhor que já receberam dele. Nessa Lei está contida a vontade do único Deus verdadeiro. Lá eles podem encontrar tudo o que precisam para serem fiéis a Deus.

Também para Jesus a Lei é importante, mas já não ocupa o lugar central. Ele vive e comunica outra experiência: o reino de Deus está chegando; o Pai procura abrir caminho entre nós para tornar o mundo mais humano. Não basta ficar apenas cumprindo a Lei de Moisés. É preciso abrir-se ao Pai e colaborar com Ele para tornar a vida mais justa e fraterna.

Por isso, segundo Jesus, não basta cumprir a Lei, que manda “não matarás”. Também é necessário tirar de nossas vidas a agressividade, o desprezo pelos outros, os insultos ou a vingança. Quem não mata cumpre a Lei, mas se não se livra da violência, ainda não reina em seu coração aquele Deus que busca construir uma vida mais humana conosco.

Segundo alguns observadores, uma linguagem que reflete o crescimento da agressividade está se espalhando na sociedade atual. Os insultos ofensivos são cada vez mais frequentes, proferidos apenas para humilhar, desprezar e ferir. Palavras nascidas de rejeição, ressentimento, ódio ou vingança.

Por outro lado, as conversas costumam ser tecidas com palavras injustas que condenam e semeiam suspeitas. Palavras ditas sem amor e sem respeito que envenenam a convivência e machucam. Palavras nascidas quase sempre de irritação, mesquinhez ou baixeza.

Este não é um fato que ocorre apenas na convivência social. É também um problema sério dentro da Igreja. O Papa Francisco sofre quando vê divisões, conflitos e confrontos de “cristãos em guerra contra outros cristãos”. É uma situação tão contrária ao Evangelho que ele sentiu a necessidade de nos dirigir um apelo urgente: “Não à guerra entre nós”.

Assim fala o Papa: «Dói-me ver como em algumas comunidades cristãs, e também entre pessoas consagradas, consentimos em várias formas de ódio, calúnias, difamações, vinganças, ciúmes, o desejo de impor as próprias ideias ao custo de qualquer coisa, e até mesmo perseguição. Eles parecem uma caça às bruxas implacável. A quem vamos evangelizar com esses comportamentos? O Papa quer trabalhar por uma Igreja na qual “todos possam admirar como vocês cuidam uns dos outros, como vocês se encorajam e como vocês se acompanham”.

6 Tempo Comum – A

(Mateus 5,17-37)

12 de fevereiro

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook