Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

“Árvores saudáveis”- Reflexão de José Antônio Pagola.

 

"Toda árvore é reconhecida por seus frutos. Ninguém colhe figos de espinheiros, nem uvas de ervas daninhas. O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração." (Lc, 6, 44-45)

 

Abaixo, uma reflexão muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lucas 6,39-45 (Frutos que brotam do coração). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

27 de fevereiro de 2022

ÁRVORES SAUDÁVEIS

A advertência de Jesus é fácil de entender. "Não há árvore saudável que dê frutos danificados, nem árvore danificada que dê frutos saudáveis. Cada árvore é conhecida pelo seu fruto. Figos não são colhidos de árvores da mata, nem cachos de úvas são colhidos de espinhos.

Em uma sociedade prejudicada por tantas injustiças e abusos, onde crescem os “espinhos” de interesses e rivalidades mútuas, e onde brotam tantos “espinhos” de ódio, discórdia e agressividade, são necessárias pessoas saudáveis ​​que dêem outro tipo de fruto. O que cada um de nós pode fazer para curar um pouco de convivência social tão prejudicada entre nós?

Talvez devêssemos começar por não tornar a vida de ninguém mais difícil do que é. Faça um esforço para que, pelo menos conosco, a vida seja mais humana e suportável. Não envenene o meio ambiente com nossa amargura. Criar em nosso ambiente diferentes relações feitas de confiança, gentileza e cordialidade.

Precisamos entre nós de pessoas que saibam acolher. Quando acolhemos alguém, estamos libertando-o da solidão e dando-lhe novas forças para viver. Por mais difícil que seja a situação em que se encontre, se descobrir que não está sozinho e tem a quem recorrer, sua esperança será despertada. Como é importante oferecer refúgio, acolher e ouvir tantas pessoas maltratadas pela vida.

Devemos também desenvolver muito mais compreensão. Deixe as pessoas saberem que não importa quão sérios sejam seus erros, eles sempre encontrarão alguém que os entenderá. Devemos começar por não desprezar ninguém, nem mesmo internamente: não condenar ou julgar precipitadamente. A maioria de nossas provações e convicções mostra apenas nossa pouca qualidade humana.

Também é importante espalhar encorajamento para aqueles que sofrem. Nosso problema não é ter dificuldades ou problemas, mas não ter forças para enfrentá-los. Junto conosco há pessoas que sofrem de insegurança, solidão, fracasso, doença, incompreensão... Não precisam de receitas para resolver sua crise. Eles precisam de alguém que compartilhe seu sofrimento e coloque em suas vidas a força interior que os sustenta.

O perdão pode ser outra fonte de esperança em nossa sociedade. As pessoas que não guardam rancor ou ressentimento, e perdoam de verdade, espalham esperança ao seu redor. Junto com eles a vida sempre cresce.

Não se trata de fechar os olhos ao mal e à injustiça. Trata-se simplesmente de ouvir o lema de Paulo de Tarso: «Não te deixes vencer pelo mal; Em vez disso, vença o mal com o bem.”

A maneira mais saudável de lutar contra o mal em uma sociedade tão prejudicada como a nossa é fazer o bem “sem retribuir o mal com o mal...; tanto quanto possível e quanto depender de vós, em paz com todos os homens” (Romanos 12:17-18).

8 Tempo Comum - C

(Lucas 6,39-45)

27 de fevereiro de 2022

goodnews@ppc-editorial.com

 Fonte: Facebook

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

“O que é perdoar?” – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!

 

Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para com os ingratos e maus. Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso.”  (Lucas 6,35-36)

Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lucas 6,27-38 (Amar os inimigos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

20 de fevereiro de 2022

O QUE É PERDOAR?

A mensagem de Jesus é clara e retumbante: "Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam". É possível viver nesta atitude? O que está sendo pedido de nós? Podemos amar o inimigo? Talvez devêssemos começar conhecendo melhor o que significa "perdoar".

É importante, antes de tudo, compreender e aceitar os sentimentos de raiva, rebeldia ou agressividade que nascem em nós. É normal. Estamos feridos. Para não nos machucarmos ainda mais, precisamos recuperar ao máximo a paz interior que nos ajuda a reagir de maneira saudável.

A primeira decisão de quem perdoa é não se vingar. Não é fácil. A vingança é a resposta quase instintiva que vem de dentro quando somos feridos ou humilhados. Procuramos compensar nosso sofrimento fazendo sofrer aquele que nos feriu. Para perdoar, é importante não gastar energia imaginando nossa vingança.

É crucial, acima de tudo, não alimentar o ressentimento. Não permitir que o ódio se instale em nossos corações. Temos direito à justiça; quem perdoa não renuncia aos seus direitos. Mas o importante é se curar dos danos que nos causaram.

O perdão pode levar tempo. O perdão não consiste em um ato da vontade, que rapidamente resolve tudo. Em geral, o perdão é o fim de um processo que envolve também sensibilidade, compreensão, lucidez e, no caso do crente, fé em um Deus cujo perdão todos vivemos.

Para perdoar, às vezes é necessário compartilhar nossos sentimentos com alguém. Perdoar não significa esquecer o dano que nos foi feito, mas significa lembrar-se dele da maneira menos prejudicial para o ofensor e para si mesmo. Aquele que vem para perdoar se sente melhor novamente.

Quem entende o perdão dessa forma entende que a mensagem de Jesus, longe de ser algo impossível e irritante, é o caminho certo para curar as relações humanas, sempre ameaçadas por nossas injustiças e conflitos.

7 Tempo Comum – C

(Lucas 6,27-38)

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook