Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 28 de julho de 2023

“A decisão mais importante”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!

 

"O Reino dos céus também é como um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo o que tinha e a comprou". 

(Mt  13, 45-46)

 

Hoje temos uma excelente reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mateus 13,44-52 (Jesus fala do reino de Deus por parábolas). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

11 Julho 2023

A DECISÃO MAIS IMPORTANTE


O evangelho inclui duas breves parábolas de Jesus com a mesma mensagem. Em ambas as histórias, o protagonista descobre um tesouro de enorme valor ou uma pérola de valor inestimável. E ambos reagem da mesma forma: vendem com alegria e decisão o que têm e ficam com o tesouro ou a pérola. Segundo Jesus, é assim que reagem aqueles que descobrem o reino de Deus.

O que podemos dizer hoje depois de vinte séculos de cristianismo? Por que tantos bons cristãos vivem fechados em sua prática religiosa com a sensação de não terem descoberto nela nenhum "tesouro"? Onde está a raiz última desta falta de entusiasmo e alegria em não poucos âmbitos da nossa Igreja, incapaz de atrair tantos homens e mulheres que dela se afastam para o centro do Evangelho, sem renunciar a Deus ou a Jesus para isso?

Depois do Concílio, Paulo VI fez esta declaração contundente: "Só o reino de Deus é absoluto. Todo o resto é relativo." Anos depois, João Paulo II o reafirmou dizendo: “A Igreja não é seu fim, porque está orientada para o reino de Deus, do qual é semente, sinal e instrumento”. O Papa Francisco tem nos repetido: “O projeto de Jesus é estabelecer o reino de Deus”.

Se esta é a fé da Igreja, por que existem cristãos que nem sequer ouviram falar deste projeto que Jesus chamou de "reino de Deus"? Por que não sabem que a paixão que animou toda a vida de Jesus, a razão de ser e o objetivo de todas as suas ações, foi anunciar e promover aquele projeto humanizador do Pai: buscar o reino de Deus e sua justiça?

A Igreja não pode renovar-se a partir das suas raízes se não descobrir o "tesouro" do Reino de Deus. Chamar os cristãos a colaborar com Deus em seu grande projeto de tornar o mundo mais humano não é o mesmo que viver distraído por práticas e costumes que nos fazem esquecer o verdadeiro cerne do Evangelho.

O Papa Francisco está nos dizendo que "o reino de Deus nos reclama". Este grito vem-nos do próprio coração do Evangelho. Temos que ouvi-lo. Certamente, a decisão mais importante que temos que tomar hoje na Igreja e em nossas comunidades cristãs é recuperar o projeto do Reino de Deus com alegria e entusiasmo.

17 Tempo Comum - A

(Mateus 13,44-52)

30 de julho de 2023

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

sábado, 22 de julho de 2023

“A vida é mais do que você viu”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

“E contou-lhes outra parábola: "O Reino dos céus é como um grão de mostarda que um homem plantou em seu campo. Embora seja a menor entre todas as sementes, quando cresce, torna-se uma das maiores plantas e atinge a altura de uma árvore, de modo que as aves do céu vêm fazer os seus ninhos em seus ramos". (Mt 13, 31-32) 

 

Abaixo, uma excelente reflexão sobre as parábolas de Jesus. O texto que fala sobre elas  encontra-se no Evangelho segundo Mateus 13,24-43 (parábolas: o trigo e o joio, o grão de mostarda,  o fermento). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

A reflexão foi publicada pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

 

Por José Antonio Pagola

11 Julho 2023

A VIDA É MAIS DO QUE VOCÊ VIU

Normalmente, tendemos a buscar Deus no espetacular e maravilhoso, não no pequeno e insignificante. Por isso foi difícil para os galileus acreditar em Jesus quando ele lhes disse que Deus já estava agindo no mundo. Onde seu poder poderia ser sentido? Onde estavam os "sinais extraordinários" de que falavam os escritores apocalípticos?

Jesus teve que ensiná-los a compreender a presença salvadora de Deus de outra maneira. Descobrimos sua grande convicção: a vida é mais do que você vê. Enquanto vivemos distraídos sem capturar nada de especial, algo misterioso está acontecendo dentro da vida.

Jesus viveu com essa fé: não podemos experimentar nada de extraordinário, mas Deus está operando o mundo. Sua força é irresistível. Leva tempo para ver o resultado final. Acima de tudo, fé e paciência são necessárias para olhar a vida até o fundo e sentir a ação secreta de Deus.

Talvez a parábola que mais os surpreendeu foi a do grão de mostarda. É o menor de todos, como a cabeça de um alfinete, mas com o tempo se torna um lindo arbusto. Em abril, todos podem ver bandos de pintassilgos abrigados em seus galhos. Tal é o "reino de Deus".

A confusão tinha que ser geral. Os profetas não falaram assim. Ezequiel comparou-o a um "cedro magnífico", plantado em uma "montanha alta e exaltada", que lançaria ramos luxuriantes e serviria de abrigo para todos os pássaros e pássaros do céu. Para Jesus, a verdadeira metáfora de Deus não é o “cedro”, que sugere algo grande e poderoso, mas a “mostarda”, que sugere o pequeno e insignificante.

Para seguir Jesus não é preciso sonhar com grandes coisas. É um erro de seus seguidores buscar uma Igreja poderosa e forte que se imponha sobre as outras. O ideal não é o cedro empoleirado no alto da montanha, mas a mostarda que cresce ao longo dos caminhos e acolhe os pintassilgos em abril.

Deus não está no sucesso, no poder ou na superioridade. Para descobrir a sua presença salvífica, devemos estar atentos ao pequeno, ao comum e ao quotidiano. A vida não é apenas o que você vê. É muito mais. Espero que sim Jesus.

16 Tempo Comum - A

(Mateus 13,24-43)

23 de julho de 2023

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

 

Fonte: Facebook