“O semeador saiu a semear”. (Mt 13,3)
Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 13,1-23 (Parábola do semeador). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
11 Julho 2023
APRENDENDO A SEMEAR COMO JESUS
Não foi fácil para Jesus realizar seu projeto. Ele foi imediatamente recebido com críticas e rejeição. Sua palavra não teve a recepção que se poderia esperar. Entre seus seguidores mais próximos, o desânimo e a desconfiança começaram a despertar. Valeu a pena continuar trabalhando com Jesus? Não era tudo isso uma utopia impossível?
Jesus disse-lhes o que esperava. Contou-lhes a parábola do semeador para lhes mostrar o realismo com que trabalhava e a fé inabalável que o animava. As duas coisas. Há, certamente, trabalho infrutífero que pode ser estragado, mas o projeto final de Deus não falhará. Você não deve ceder ao desânimo. Você tem que continuar plantando. No final, haverá uma colheita abundante.
Aqueles que ouviram a parábola sabiam que ele estava falando de si mesmo. Jesus também. Ele semeou sua palavra onde quer que visse alguma esperança de que ela pudesse germinar. Semeou gestos de bondade e misericórdia até nos ambientes mais inesperados: entre pessoas distantes da religião.
Jesus semeou com o realismo e a confiança de um camponês da Galiléia. Todos sabiam que as colheitas seriam estragadas em mais de um lugar em uma terra tão desigual. Mas isso não desanimou ninguém: nenhum agricultor deixou de plantar por causa disso. O importante era a colheita final. Algo semelhante acontece com o reino de Deus. Obstáculos e resistências não faltam, mas a força de Deus dá seus frutos. Seria um absurdo parar de plantar.
Na Igreja de Jesus não precisamos de ceifeiros. A nossa não é colher sucesso, conquistar as ruas, dominar a sociedade, encher as igrejas, impor nossa fé religiosa. O que precisamos são semeadores. Seguidores de Jesus que semeiam palavras de esperança e gestos de compaixão por onde passam.
Esta é a conversão que devemos promover entre nós hoje: passar da obsessão da "colheita" ao trabalho paciente da "semeadura". Jesus nos deixou a parábola do semeador, não do ceifeiro.
15 Tempo Comum – A
(Mateus 13,1-23)
16 de julho
José Antonio Pagola
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Fonte: Facebook
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