Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 28 de maio de 2022

“O último gesto” – Reflexão de José Antonio Pagola. Vale a pena ler!

“Tendo-os levado até as proximidades de Betânia, Jesus ergueu as mãos e os abençoou. Estando ainda a abençoá-los, ele os deixou e foi elevado ao céu." (Lc 24, 50-51)

Abaixo, uma boa reflexão para marcar o dia da Solenidade de Ascensão do Senhor Jesus Cristo. Tem como pano de fundo o texto bíblico Lucas 24,46-53 (Jesus sobe aos céus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. 

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg


 Por José Antonio Pagola 

29 de maio de 2022

O ÚLTIMO GESTO

Jesus era realista. Ele sabia que não poderia transformar de um dia para o outro aquela sociedade onde via tanta gente sofrer. Não tem poder político ou religioso para provocar mudanças revolucionárias. Só a sua palavra, os seus gestos e a sua grande fé no Deus de quem sofre.

É por isso que ele gosta tanto de fazer gestos de bondade. "Abraça" as crianças de rua para que não se sintam órfãs. Ele "toca" os leprosos para que não sejam excluídos das aldeias. Ele amigável "acolhe" pecadores e indesejáveis ​​à sua mesa para que eles não se sintam desvalorizados.

Não são gestos convencionais. Eles nascem de sua vontade de fazer um mundo mais amável e solidário, no qual as pessoas se ajudem e cuidem umas das outras. Não importa se são pequenos gestos. Deus leva em conta até o "copo de água" que damos a quem tem sede.

Jesus gosta sobretudo de “abençoar”. Abençoa os pequeninos e abençoa sobretudo os enfermos e desafortunados. Seu gesto é cheio de fé e amor. Ele deseja envolver aqueles que mais sofrem com a compaixão, proteção e bênção de Deus.

Não surpreendentemente, ao narrar sua despedida, Lucas descreve Jesus levantando as mãos e "abençoando" seus discípulos. É o seu último gesto. Jesus entra no mistério insondável de Deus e seus seguidores são envolvidos em sua bênção.

Há muito esquecemos, mas a Igreja deve ser uma fonte de bênção no meio do mundo. Num mundo onde é tão frequente “amaldiçoar”, condenar, prejudicar e denegrir, a presença de seguidores de Jesus que saibam “abençoar”, buscar o bem, fazer o bem, atrair para o bem é mais necessária do que nunca.

Uma Igreja fiel a Jesus é chamada a surpreender a sociedade com gestos públicos de bondade, rompendo esquemas e distanciando-se de estratégias agressivas, estilos de ação e linguagem que nada têm a ver com Jesus, o Profeta que abençoava as pessoas com gestos e palavras de bondade.

Ascensão do Senhor

- C (Lucas 24,46-53)

Jose Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook 

quinta-feira, 19 de maio de 2022

“O grande dom de Jesus”. – Reflexão de josé Antonio Pagola. Excelente!

 

Deixo a paz a vocês; a minha paz dou a vocês. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo." (Jo 14,27)

Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 14,23-29      (A paz de Jesus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

José Antonio Pagola

22 Maio 2021

O GRANDE DOM DE JESUS

Seguindo o costume judaico, os primeiros cristãos se cumprimentavam desejando "paz" uns aos outros. Não era uma saudação rotineira e convencional. Para eles, tinha um significado mais profundo. Numa carta que Paulo escreve por volta do ano 61 a uma comunidade cristã da Ásia Menor, exprime o seu grande desejo: «Que a paz de Cristo reine nos vossos corações».

Esta paz não deve ser confundida com nada. Não é apenas ausência de conflitos e tensões. Nem uma sensação de bem-estar ou uma busca de tranquilidade interior. Segundo o Evangelho de João, é o grande presente de Jesus, a herança que ele quis deixar para seus seguidores para sempre. Assim Jesus diz: «Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz».

Sem dúvida, eles se lembraram do que Jesus havia pedido aos seus discípulos quando os enviou para construir o reino de Deus: "Na casa em que entrares, dizei primeiro: 'Paz a esta casa'". Para humanizar a vida, a primeira coisa é semear a paz, não a violência; promover o respeito, o diálogo e a escuta mútua, não a imposição, o confronto e o dogmatismo. Por que a paz é tão difícil? Por que voltamos repetidas vezes ao confronto e à agressão mútua? Há uma primeira resposta tão elementar e simples que ninguém a leva a sério: só homens e mulheres que têm paz podem colocá-la na sociedade.

Nem todos podem semear a paz. Com o coração cheio de ressentimento, intolerância e dogmatismo, as pessoas podem ser mobilizadas, mas não é possível trazer a verdadeira paz à convivência. Não ajuda a aproximar posições e criar um clima amigável de compreensão, aceitação mútua e diálogo.

Não é difícil apontar alguns traços da pessoa que carrega dentro de si a paz de Cristo: busca sempre o bem de todos, não exclui ninguém, respeita as diferenças, não alimenta a agressão, promove o que une, nunca o que se opõe .

Com o que estamos contribuindo hoje da Igreja de Jesus? Concórdia ou divisão? Reconciliação ou confronto? E se os seguidores de Jesus não carregam paz em seus corações, o que eles carregam? Medos, interesses, ambições, irresponsabilidade?

6 Páscoa – C (João 14,23-29)

22 de maio de 2022

goodnews@ppc-editorial.com

 Fonte: Facebook