Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 6 de maio de 2022

“Deus não está em crise”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!

As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão. Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um". (Jo 10, 27-30)

Abaixo, uma reflexão muito concreta e relevante para os dias de hoje, que tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 10, 27-30 (Jesus é o Bom Pastor). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

WCejnóg

 

IHU – ADITAL

06 Maio 2022

A leitura que a Igreja propõe para este domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João,10,27-30, que corresponde ao 4° domingo de Páscoa, ciclo C, de Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Deus não está em crise 

É mais frequente do que pensamos. Nós, os crentes, dizemos acreditar em Deus, mas na prática vivemos como se não existisse. Este é também o risco que temos hoje ao abordar a atual crise religiosa e o futuro incerto da Igreja: viver estes momentos de forma «ateia». 

Já não sabemos caminhar no «horizonte de Deus». Analisamos as nossas crises e planejamos o futuro pensando apenas nas nossas possibilidades. Esquecemo-nos que o mundo está nas mãos de Deus, não nas nossas. Ignoramos que o «Grande Pastor» que cuida e guia a vida de cada ser humano é Deus. 

Vivemos como «órfãos» que perderam o seu Pai. A crise domina-nos. O que nos é pedido parece-nos excessivo. Temos dificuldade em perseverar com ânimo numa tarefa sem ver o êxito em lado algum. Sentimo-nos sós, e cada um defende-se como pode. 

Segundo o relato do Evangelho, Jesus está em Jerusalém para comunicar sua mensagem. É inverno e, para não arrefecer, passeia por um dos pórticos do Templo, rodeado de judeus, que o assediam com as suas perguntas. Jesus vai falar das «ovelhas» que ouvem a sua voz e o seguem. A certa altura, diz: «O meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai». 

Segundo Jesus, «Deus supera a todos». Que nós estejamos em crise não significa que Deus esteja em crise. Que nós, cristãos, percamos o ânimo não quer dizer que Deus tenha ficado sem força para salvar. Que não saibamos dialogar com o homem de hoje não significa que Deus já não encontre caminhos para falar com o coração de cada pessoa. Que as pessoas deixem as nossas Igrejas não quer dizer que se escapem a Deus das suas mãos protetoras. 

Deus é Deus. Nenhuma crise religiosa e nenhuma mediocridade da Igreja poderão «arrebatar-lhe das mãos» esses filhos e filhas que ama com amor infinito. Deus não abandona ninguém. Tem os seus caminhos para cuidar e guiar cada um dos seus filhos, e os seus caminhos não são necessariamente o que nós lhe pretendemos traçar.

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho

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