Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 14 de maio de 2022

“Uma forma de amar”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!

 

"Um novo mandamento dou a vocês: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros". (Jo 13,34-35) 

 

Abaixo, uma excelente reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 13, 31-35 (A identidade de cristãos deve ser amor). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

WCejnóg

IHU – ADITAL

13 Maio 2022

A leitura que a Igreja propõe para este domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 13,31-35, que corresponde ao 5° domingo de Páscoa, ciclo C, de Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Uma forma de amar

Os cristãos começaram a sua expansão numa sociedade em que havia diferentes termos para expressar o que hoje chamamos amor. A palavra mais usada era filia, que designava o afeto para uma pessoa próxima e era usada para falar da amizade, carinho ou o amor aos parentes e amigos. Falava-se também de eros para designar a inclinação agradável, o amor apaixonado ou simplesmente o desejo orientado para aqueles que produzem em nós prazer e satisfação. 

Os primeiros cristãos abandonaram praticamente esta terminologia e colocaram em circulação outra palavra quase desconhecida, ágape, a que deram um conteúdo novo e original. Não queriam que o amor inspirado por Jesus fosse confundido com qualquer coisa. Daí o seu interesse em formular bem o «mandamento novo do amor»: «Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei». 

A forma de amar de Jesus é inconfundível. Não se aproxima das pessoas procurando o seu próprio interesse ou satisfação, a sua segurança ou bem-estar. Só pensa em fazer o bem, acolher, dar o melhor que tem, oferecer amizade, ajudar a viver. Assim o recordarão anos mais tarde nas primeiras comunidades cristãs: «Passou toda a sua vida a fazer o bem». 

É por isso que o seu amor tem um caráter serviçal. Jesus coloca-se ao serviço daqueles que mais podem necessitar dele. Abre espaço no seu coração e na sua vida para aqueles que não têm lugar na sociedade nem na preocupação das pessoas. Defende os fracos e os pequenos, os que não têm poder para se defender a si próprios, os que não são grandes ou importantes. Aproxima-se daqueles que estão sozinhos e indefesos, aqueles que não conhecem o amor ou a amizade de ninguém.

O habitual entre nós é amar aqueles que nos apreciam e realmente nos amam, ser afetuosos e atentos com os nossos familiares e amigos, e depois viver indiferente àqueles que sentimos como estranhos e alheios ao nosso pequeno mundo de interesses. No entanto, o que distingue o seguidor de Jesus não é um «amor» qualquer, mas precisamente essa forma de amor que consiste em nos aproximarmos daqueles que podem necessitar de nós. Não o deveríamos esquecer. 

Fonte: IHU – Comentário doEvangelho

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