“Pois eu digo que, se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus.” (Mt 5,20)
Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 5,17-37 (A verdadeira lei é o amor!). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
A mesma reflexão já tinha sido publicada neste blog em 10 de fevereiro 2017, mas continua muito atual!
Vale a pena ler!
WCejnóg
José Antonio Pagola
9 Fevereiro 2023
NÃO À GUERRA ENTRE NÓS
Os judeus falavam com orgulho da Lei de Moisés. Segundo a tradição, o próprio Deus o havia dado ao seu povo. Foi o melhor que já receberam dele. Nessa Lei está contida a vontade do único Deus verdadeiro. Lá eles podem encontrar tudo o que precisam para serem fiéis a Deus.
Também para Jesus a Lei é importante, mas já não ocupa o lugar central. Ele vive e comunica outra experiência: o reino de Deus está chegando; o Pai procura abrir caminho entre nós para tornar o mundo mais humano. Não basta ficar apenas cumprindo a Lei de Moisés. É preciso abrir-se ao Pai e colaborar com Ele para tornar a vida mais justa e fraterna.
Por isso, segundo Jesus, não basta cumprir a Lei, que manda “não matarás”. Também é necessário tirar de nossas vidas a agressividade, o desprezo pelos outros, os insultos ou a vingança. Quem não mata cumpre a Lei, mas se não se livra da violência, ainda não reina em seu coração aquele Deus que busca construir uma vida mais humana conosco.
Segundo alguns observadores, uma linguagem que reflete o crescimento da agressividade está se espalhando na sociedade atual. Os insultos ofensivos são cada vez mais frequentes, proferidos apenas para humilhar, desprezar e ferir. Palavras nascidas de rejeição, ressentimento, ódio ou vingança.
Por outro lado, as conversas costumam ser tecidas com palavras injustas que condenam e semeiam suspeitas. Palavras ditas sem amor e sem respeito que envenenam a convivência e machucam. Palavras nascidas quase sempre de irritação, mesquinhez ou baixeza.
Este não é um fato que ocorre apenas na convivência social. É também um problema sério dentro da Igreja. O Papa Francisco sofre quando vê divisões, conflitos e confrontos de “cristãos em guerra contra outros cristãos”. É uma situação tão contrária ao Evangelho que ele sentiu a necessidade de nos dirigir um apelo urgente: “Não à guerra entre nós”.
Assim fala o Papa: «Dói-me ver como em algumas comunidades cristãs, e também entre pessoas consagradas, consentimos em várias formas de ódio, calúnias, difamações, vinganças, ciúmes, o desejo de impor as próprias ideias ao custo de qualquer coisa, e até mesmo perseguição. Eles parecem uma caça às bruxas implacável. A quem vamos evangelizar com esses comportamentos? O Papa quer trabalhar por uma Igreja na qual “todos possam admirar como vocês cuidam uns dos outros, como vocês se encorajam e como vocês se acompanham”.
6 Tempo Comum – A
(Mateus 5,17-37)
12 de fevereiro
José Antonio Pagola
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Fonte: Facebook
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