Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

“Perdoar nos faz bem”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

‘Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: "Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? "
Jesus respondeu: "Eu lhe digo: não até sete, mas até setenta vezes sete”.’  (Mt 18, 21-22)

Hoje trago para este espaço uma relevante reflexão, bem atual, que pode-nos ajudar a entender melhor a importância e o sentido do perdão.  Como base desta reflexão temos aqui o texto bíblico Mt 18, 21-35  (Perdoar sempre!) . É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

Foi publicada na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

WCejnóg

IHU – ADITAL

11 Setembro 2020

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus capítulo 18,21-35, que corresponde ao 24° Domingo do ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto.

As grandes escolas de psicoterapia mal estudaram a força curativa do perdão. Até muito recentemente, os psicólogos não lhe concediam um papel no crescimento de uma personalidade saudável. Pensava-se erroneamente – e ainda se pensa – que o perdão é uma atitude puramente religiosa.

Por outro lado, a mensagem do cristianismo reduziu-se com frequência a exortar as pessoas a perdoar com generosidade, fundamentando esse comportamento no perdão que Deus nos concede, mas sem ensinar muito mais sobre os caminhos que devem ser seguidos para chegar a perdoar de coração. Não é, pois, estranho que existam pessoas que ignorem quase tudo sobre o processo de perdão.

No entanto, o perdão é necessário para se conviver de forma saudável: na família, onde o atrito da vida cotidiana pode gerar frequentes tensões e conflitos; na amizade e no amor, onde se deve saber agir ante humilhações, enganos e infidelidades possíveis; em múltiplas situações da vida, nas quais temos de reagir ante agressões, injustiças e abusos. Quem não sabe perdoar pode ficar ferido para sempre.

Há algo que é necessário aclarar desde o início. Muitos acreditam que são incapazes de perdoar porque confundem raiva com a vingança. A raiva é uma reação saudável de irritação à ofensa, à agressão ou à injustiça sofrida: o indivíduo revolta-se de forma quase instintiva para defender a sua vida e a sua dignidade. Pelo contrário, o ódio, o ressentimento e a vingança vão além dessa primeira reação; a pessoa vingativa procura fazer mal, humilhar e até destruir a quem lhe fez mal.

Perdoar não significa necessariamente reprimir a raiva. Pelo contrário, reprimir esses primeiros sentimentos pode ser prejudicial se a pessoa acumula no seu interior uma ira que mais tarde se desviará para outras pessoas inocentes ou para si mesma. É mais saudável reconhecer e aceitar a raiva, partilhando talvez a raiva e a indignação com alguém.

Então será mais fácil serenar-se e tomar a decisão de não continuar a alimentar o ressentimento nem as fantasias de vingança, para não nos fazermos mais mal.

A fé num Deus perdoador é, então, para o crente, um estímulo e uma força inestimáveis. Aqueles que vivem do amor incondicional de Deus resulta-lhes mais fácil perdoar.

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho


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