"Estai em mim, e eu em vós; como o ramo de si mesmo não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós os ramos; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”. (Jo 15, 4-5)
O texto Jo15, 1-8 (A videira e os ramos) é a base da reflexão de hoje. É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
Foi publicada na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
WCejnóg
José Antonio Pagola
2 de maio de 2021
Não separar-nos de Jesus
A imagem é simples e de grande força expressiva. Jesus é a "videira verdadeira", cheia de vida; os discípulos são "ramos" que vivem da seiva que vem de Jesus; o Pai é o “vinhateiro” que cuida pessoalmente da vinha para que dê frutos abundantes. O importante é que o seu projeto de um mundo mais humano e feliz para todos se torne realidade.
A imagem destaca onde está o problema. Existem ramos secos pelos quais a seiva de Jesus não circula. Discípulos que não dão fruto porque o Espírito do Ressuscitado não corre em suas veias. Comunidades cristãs que definham desconectadas de suas pessoas.
Por isso se faz uma afirmação carregada de intensidade: «O ramo não pode dar fruto se não ficar na videira»: a vida dos discípulos é estéril «se não permanecer» em Jesus. Suas palavras são categóricas: "Sem mim você não pode fazer nada." Não é a verdadeira raiz da crise em nosso cristianismo que está sendo revelada a nós aqui, o fator interno que rompe seus alicerces como nenhum outro?
A forma como muitos cristãos vivem a sua religião, sem uma união vital com Jesus Cristo, não durará muito: ficará reduzida a um folclore anacrônico que não levará a ninguém a Boa Nova do Evangelho. A Igreja não poderá cumprir a sua missão no mundo contemporâneo se nós, que nos dizemos "cristãos", não nos tornarmos discípulos de Jesus, animados pelo seu espírito e pela sua paixão por um mundo mais humano. Ser cristão hoje requer uma experiência vital de Jesus Cristo, um conhecimento interior de sua pessoa e uma paixão por seu projeto que não eram exigidos para ser um praticante em uma sociedade cristã. Se não aprendermos a viver em contato mais imediato e apaixonado com Jesus, o declínio do nosso cristianismo pode se transformar em uma doença mortal.
Os cristãos hoje vivem preocupados e distraídos com muitas questões. Não pode ser de outra forma. Mas não devemos esquecer o essencial. Somos todos "ramos". Somente Jesus é "a videira verdadeira". O decisivo neste momento é "permanecer nele": dedicar toda a nossa atenção ao Evangelho; cultivar um contato vivo com ele em nossos grupos, redes, comunidades e paróquias; não nos afaste do seu projeto.
5 Páscoa - B (João 15,1-8)
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Fonte: Facebook
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