Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 15 de maio de 2021

“Confiar no Evangelho”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!

 

E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram”. (Mc 16,20)

Ascensão do Senhor

Abaixo, uma excelente reflexão que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 16-15-20 (A missão dos dicípulos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Foi publicada na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler e refletir!

WCejnóg

IHU – ADITAL

14 Maio 2021

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Marcos 16,15-20, que corresponde à Festa da Ascensão do Senhor, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

A Igreja tem já 20 séculos. Atrás ficam dois mil anos de fidelidade e também de não poucas infidelidades. O futuro parece sombrio. Fala-se de sinais de decadência no seu seio: cansaço, envelhecimento, falta de audácia, resignação. Cresce o desejo de algo novo e diferente, mas também a impotência para gerar uma verdadeira renovação.

O Evangelista Mateus culmina a sua escrita colocando nos lábios de Jesus uma promessa destinada a alimentar para sempre a fé dos seus seguidores: «Eu estarei convosco todos os dias até ao fim do mundo». Jesus continuará vivo no meio do mundo. O seu movimento não se extinguirá. Sempre haverá crentes que atualizem a Sua vida e a Sua mensagem. Marcos diz-nos que, depois da Ascensão de Jesus, os Apóstolos «proclamavam o evangelho em todo o lado e o Senhor atuava com eles».

Esta fé leva-nos a confiar também hoje na Igreja: com atrasos e resistências talvez, com erros e debilidades, sempre continuará a procurar ser fiel ao evangelho. Leva-nos também a confiar no mundo e no ser humano: por caminhos nem sempre claros nem fáceis o reino de Deus continuará a crescer.

Hoje há mais fome e violência no mundo, mas há também mais consciência para fazê-lo mais humano. Há muitos que não acreditam em nenhuma religião, mas acreditam numa vida mais justa e digna para todos, que é, em definitivo, o grande desejo de Deus.

Esta confiança pode dar um tom diferente à nossa maneira de ver o mundo e o futuro da Igreja. Pode ajudar-nos a viver com paciência e paz, sem cair no fatalismo e sem desesperar do evangelho.

Temos de sanar as nossas vidas eliminando aquilo que nos esvazia de esperança. Quando nos deixamos dominar pelo desencanto, o pessimismo ou a resignação, tornamo-nos incapazes de transformar a vida e renovar a Igreja. O filósofo americano Herbert Marcuse dizia que «a esperança só é merecida por aqueles que caminham». Eu diria que a esperança cristã só a conhecem aqueles que caminham pelos passos de Jesus. São eles que podem «proclamar o evangelho a toda a criação».

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho

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