Considero que todas as reflexões que
trago para este blog Indagações-Zapytania trazem uma interpretação interessante
e uma visão mais autêntica e realista das mensagens contidas nos textos da
Bíblia. Tenho muito aprazo pelos autores, cujos textos apresento aqui,
A Palavra das Escrituras é o caminho para a libertação e para a maior dignidade do ser humano, e nunca deve levar à desinformação ou fomentar ingenuidade, hipocrisia ou falsidade. Essa é a ideia princiapal deste blog: nas boas reflexões encontrar os esclarecimentos que possam ajudar a alcançar respostas melhores para as indagações que nos inquietam.
Espero que, pelo menos em parte, as postagens deste blog cumpram o seu objetivo.
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“E, vendo eles (os magos) a estrela, regoziram-se muito com grande alegria. E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.” (Mt 2, 10-11)
Epifania do Senhor
Abaixo, uma boa reflexão, baseada no texto bíblico Mateus 2,1-12 (A visita dos reis magos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
02 Janeiro 2025
Seguir a estrela
Estamos muito acostumados com a história dos magos. Por outro lado, hoje mal temos tempo para parar e contemplar devagar as estrelas. Provavelmente não é só uma questão de tempo. Pertencemos a uma época em que é mais fácil ver a escuridão da noite do que os pontos luminosos que brilham no meio de qualquer escuridão.
No entanto, é comovente pensar naquele escritor cristão que, ao elaborar o relato dos magos, os imaginou no meio da noite, seguindo a pequena luz de uma estrela. A narração retrata a convicção profunda dos primeiros crentes após a ressurreição. Em Jesus se cumpriram as palavras do profeta Isaías: «O povo que andava na escuridão viu uma luz grande. Eles habitavam em uma terra de sombras e uma luz brilhou diante dos seus olhos» (Isaías 9,1).
Seria ingenuidade pensar que estamos vivendo uma hora particularmente escura, trágica e angustiante. Não é precisamente esta escuridão, frustração e impotência que captamos neste momento um dos traços que acompanham quase sempre a caminhada do ser humano ao longo dos séculos?
Basta abrir as páginas da história. Sem dúvida encontramos momentos de luz em que se anunciam grandes libertações, novos mundos se revelam, horizontes mais humanos se abrem. E depois, o que vem? Revoluções que criam novas escravaturas, conquistas que provocam novos problemas, ideais que terminam em "meias soluções", lutas nobres que acabam em "pactos medíocres". Outra vez as trevas.
Não admira que nos digam que «ser homem é muitas vezes uma experiência de frustração». Mas essa não é toda a verdade. Apesar de todos os fracassos e frustrações, o homem volta a recompor-se, volta a esperar, volta a andar em direção a algo. Há no ser humano algo que o chama repetidamente à vida e à esperança. Há sempre uma estrela que volta a acender.
Para os fiéis, essa estrela sempre conduz a Jesus. O cristão não acredita em qualquer messianismo. E por isso não cai em nenhum desencanto. O mundo não é "um caso desesperado". Não está na escuridão completa. O mundo está orientado para a sua salvação. Deus será um dia o fim do exílio e das trevas. Luz total. Hoje só o vemos em uma humilde estrela que nos guia para Belém.
Epifania do Senhor – C
(Mateo 2,1-12)
6 de janeiro
Fonte: Facebook