Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 4 de janeiro de 2025

“Seguir a estrela”. – Reflexão de José Antonio Pagola.


Considero que todas as reflexões que trago para este blog Indagações-Zapytania trazem uma interpretação interessante e uma visão mais autêntica e realista das mensagens contidas nos textos da Bíblia. Tenho muito aprazo pelos autores, cujos textos apresento aqui,

A Palavra das Escrituras é o caminho para a libertação e para a maior dignidade do ser humano, e nunca deve levar à desinformação ou fomentar ingenuidade, hipocrisia ou falsidade. Essa é a ideia princiapal deste blog: nas boas reflexões encontrar os esclarecimentos que possam ajudar a alcançar respostas melhores para as indagações que nos inquietam.

 Espero que, pelo menos em parte, as postagens deste blog cumpram o seu objetivo.

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E, vendo eles (os magos) a estrela, regoziram-se muito com grande alegria. E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.”  (Mt 2, 10-11)

 

Epifania do Senhor

Abaixo, uma boa reflexão, baseada no texto bíblico Mateus 2,1-12 (A visita dos reis magos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

02 Janeiro 2025

Seguir a estrela

Estamos muito acostumados com a história dos magos. Por outro lado, hoje mal temos tempo para parar e contemplar devagar as estrelas. Provavelmente não é só uma questão de tempo. Pertencemos a uma época em que é mais fácil ver a escuridão da noite do que os pontos luminosos que brilham no meio de qualquer escuridão.

No entanto, é comovente pensar naquele escritor cristão que, ao elaborar o relato dos magos, os imaginou no meio da noite, seguindo a pequena luz de uma estrela. A narração retrata a convicção profunda dos primeiros crentes após a ressurreição. Em Jesus se cumpriram as palavras do profeta Isaías: «O povo que andava na escuridão viu uma luz grande. Eles habitavam em uma terra de sombras e uma luz brilhou diante dos seus olhos» (Isaías 9,1).

Seria ingenuidade pensar que estamos vivendo uma hora particularmente escura, trágica e angustiante. Não é precisamente esta escuridão, frustração e impotência que captamos neste momento um dos traços que acompanham quase sempre a caminhada do ser humano ao longo dos séculos?

Basta abrir as páginas da história. Sem dúvida encontramos momentos de luz em que se anunciam grandes libertações, novos mundos se revelam, horizontes mais humanos se abrem. E depois, o que vem? Revoluções que criam novas escravaturas, conquistas que provocam novos problemas, ideais que terminam em "meias soluções", lutas nobres que acabam em "pactos medíocres". Outra vez as trevas.

Não admira que nos digam que «ser homem é muitas vezes uma experiência de frustração». Mas essa não é toda a verdade. Apesar de todos os fracassos e frustrações, o homem volta a recompor-se, volta a esperar, volta a andar em direção a algo. Há no ser humano algo que o chama repetidamente à vida e à esperança. Há sempre uma estrela que volta a acender.

Para os fiéis, essa estrela sempre conduz a Jesus. O cristão não acredita em qualquer messianismo. E por isso não cai em nenhum desencanto. O mundo não é "um caso desesperado". Não está na escuridão completa. O mundo está orientado para a sua salvação. Deus será um dia o fim do exílio e das trevas. Luz total. Hoje só o vemos em uma humilde estrela que nos guia para Belém.

Epifania do Senhor – C

(Mateo 2,1-12)

6 de janeiro

Fonte: Facebook

sábado, 28 de dezembro de 2024

“Deixar Jesus entrar em nossa casa”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

“Então (Jesus) foi com eles para Nazaré e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, guardava todas essas coisas em seu coração. Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens.”  (Lc 2, 51-52)

 

Festa da Sagrada Família

 

Abaixo, uma ótima reflexão, baseada no texto bíblico Lucas 2,41-52 (O Menino Jesus no templo). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

18 Dezembro 2024

Deixar Jesus entrar em nossa casa

Precisamos, antes de mais, procurar, cuidar e desenvolver um projeto saudável, digno e feliz de família que possa traduzir-se na vida concreta de cada lar. Jesus, acolhido com fé e convicção em nossa família, pode nos ajudar a corrigir e melhorar o nosso modo de viver e pode nos mostrar um novo caminho mais digno de seguidores do Seu Evangelho.

Deixar Jesus entrar em nossa casa significa enraizar a família com mais verdade, mais paixão e mais foco em sua pessoa, sua mensagem e seu projeto do reino de Deus. Muitas coisas serão feitas nos próximos anos para reavivar nossas famílias, mas nada mais decisivo do que colocar Jesus no centro do lar, confiando na sua promessa: “Onde dois ou três se reúnem em meu nome, aí estou eu” (Mateus 18,20). Vocês não estão sozinhos. No centro da sua casa está Jesus. Ele vos reúne, encoraja e sustenta. Com Jesus tudo é possível.

Acolher Jesus em casa é tarefa de uma vida inteira. Primeiro, aprender a viver em casa com um coração novo e um espírito renovador. Isso significa começar a viver um novo relacionamento com Jesus, uma adesão mais viva. Uma família formada por cristãos que mal conhecem Jesus, que só o confessam de vez em quando e de forma abstrata, que nunca lêem o evangelho, que se relacionam com um Jesus mudo do qual não ouvem nada de especial, nada de interesse para o homem e a mulher de hoje, um Jesus apagado que não atrai nem seduz, que não toca os corações ... , é uma família que dificilmente poderá sentir sua força renovadora.

Se ignorarmos Jesus e não soubermos sua mensagem, não poderemos orientar nossa vida familiar a partir do Seu Evangelho. Se não soubermos olhar o mundo, a vida, as pessoas, os filhos, os problemas... com os olhos com que Jesus olhava, diremos que contamos com a luz privilegiada da revelação, mas seremos uma família cega que não sabe olhar a vida como Jesus a olhava. E se não ouvirmos o sofrimento das pessoas com a atenção, sensibilidade e compaixão com que Jesus escutava aqueles que encontrava sofrendo no seu caminho, seremos famílias surdas. E se não sintonizarmos com o estilo de vida de Jesus, com a sua paixão por fazer um mundo mais justo, com a sua ternura para com as crianças, com o seu perdão para com os desprezados... , não saberemos transmitir o melhor que Jesus transmitia, o mais valioso, o mais atraente: Sua Boa Nova.

É sobre viver em nossas famílias esta experiência: caminhar os próximos anos para um novo nível de convivência familiar, mais inspirado e motivado por Jesus, e para uma dinâmica e um estilo de vida melhor orientados para abrir caminhos para o reino de Deus, isto é, para esse novo mundo mais humano e feliz que o Pai quer para todos, começando pelos últimos. Após vinte séculos de cristianismo, as famílias cristãs precisam de um "coração novo" para viver e comunicar a Boa Nova do Deus revelado em Jesus no meio da sociedade atual. O decisivo é não nos resignarmos a viver hoje em família sem Jesus.

Sagrada Família – C

(Lucas 2,41-52)

29 de dezembro

Fonte: Facebook