"E disse também a quem o tinha convidado: <Quando tu deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa. Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos>.” (Lc 14, 12-14)
Abaixo, uma excelente reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lucas 14,1.7-14 (Os convidados para o banquete do Reino). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
24 Agosto 2022
CONVIDE OS POBRES
Jesus viveu um estilo de vida diferente. Quem quer segui-lo sinceramente sente-se convidado a viver de uma forma nova e revolucionária, em contradição com a forma "normal" de comportamento que observamos à nossa volta.
Como não nos sentirmos desconcertados e desafiados quando ouvimos palavras como essas? «Quando você der uma refeição ou um jantar, não convide seus amigos, nem seus irmãos, nem seus parentes, nem os vizinhos ricos, porque eles retribuirão convidando você e você será pago... Quando você der um banquete, convidar os pobres, aleijados, coxos e cegos. Bem-aventurados sois, porque não vos podem pagar; eles te pagarão quando os justos ressuscitarem”.
Somos convidados a agir a partir de uma atitude de gratuidade e atenção aos pobres, o que não é usual. Somos chamados a compartilhar sem seguir a lógica de quem sempre procura cobrar dívidas, mesmo à custa de humilhar aquele pobre que está sempre devendo a todos.
Jesus pensa nas relações humanas a partir de um novo espírito de liberdade, gratuidade e amor fraterno. Um espírito que contraria o comportamento normal dentro do sistema, que acaba sempre abandonando os mais indefesos.
Os seguidores de Jesus devem sentir-se chamados a prolongar o seu estilo de vida, ainda que com gestos muito modestos e humildes. Esta é a nossa missão: introduzir na história esse novo espírito de Jesus; contradizer a lógica da ganância e da acumulação egoísta. Não conseguiremos mudanças espetaculares, muito menos imediatamente. Mas com nossa ação solidária, livre e fraterna criticaremos o comportamento egoísta como algo indigno de uma convivência saudável.
Quem acompanha Jesus de perto sabe que sua ação é absurda, incômoda e intolerável para a “lógica” da maioria. Mas também sabe que com seus pequenos gestos está apontando para a salvação definitiva do ser humano.
22 Tempo Comum - C
(Lucas 14,1.7-14)
28 de agosto
Jose Antonio Pagola
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Fonte: Facebook