Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 28 de setembro de 2024

“São nossos”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

Jesus, porém, disse: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim. Porque quem não é contra nós, é a nosso favor.”  (Mc 9,39-40)

 

Abaixo, uma linda reflexão, muito atual, que tem como base o texto bíblico Marcos 9,38-43.45.47-48 (Jesus ensina: nem ciúme, nem inveja!).  É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

José Antonio Pagola

25 de setembro de 2024

SÃO NOSSOS

O evangelista Marcos descreve um episódio em que Jesus corrige com força uma atitude equivocada dos Doze. Não ouviremos também hoje o seu aviso?

Os Doze tentam impedir a atuação de um homem que “expulsa demônios”, ou seja, alguém que se dedica a libertar as pessoas do mal que as escraviza, restaurando-lhes a liberdade e a dignidade. Ele é um homem preocupado em fazer o bem às pessoas. Ele até age “em nome de Jesus”. Mas os Doze observam algo que, na sua opinião, é muito grave: “Ele não é um de nós”.

Os Doze não toleram a atividade libertadora de quem não está com eles. Eles acham isso inaceitável. Somente através da adesão ao seu grupo a salvação que Jesus oferece pode ser realizada. Eles não percebem o bem que aquele homem faz. Eles estão preocupados que ele não esteja com eles.

Jesus, pelo contrário, desaprova categoricamente a atitude dos seus discípulos. Quem desenvolve uma atividade humanizadora já está, de alguma forma, ligado a Jesus e ao seu projeto de salvação. Seus seguidores não precisam monopolizar a salvação de Deus.

Os Doze querem exercer controle sobre a atividade de alguém que não pertence ao seu grupo, porque vêem nele um rival. Jesus, que só procura o bem do ser humano, vê nele um aliado e um amigo: “Quem não está contra nós, está por nós”.

A crise que a Igreja sofre hoje é uma oportunidade para os seguidores de Jesus recordarem que a nossa primeira tarefa não é organizar e desenvolver com sucesso a nossa própria religião, mas ser o fermento de uma nova humanidade.

É por isso que não devemos viver com suspeitas, condenando posições ou iniciativas que não estejam de acordo com os nossos desejos ou esquemas religiosos. Não é muito típico da Igreja de Jesus ver sempre inimigos em todos os lugares. Pelo contrário, ele convida-nos a alegrar-nos com o que as pessoas e as instituições fora da Igreja podem estar a fazer para um desenvolvimento mais humano da vida. Eles são um de nós porque lutam pela mesma causa: um ser humano mais digno de sua condição de filho de Deus.

26 Tempo Comum – B

(Marcos 9,38-43.45.47-48)

29 de setembro

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

sábado, 21 de setembro de 2024

“O que stamos discutindo no caminho? ” – Reflexão de José Antonio Pagola.

“Assentando-se, Jesus chamou os Doze e disse: Se alguém quiser ser o primeiro, será o último, e servo de todos.” (Mc 9, 35)

 

Hoje temos uma excelente reflexão, baseada no texto bíblico Marcos 9, 30-37 (Quem é o mais importante?). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

19 Setembro 2024

O QUE ESTAMOS DISCUTINDO AO LONGO DA ESTRADA?

Segundo o relato de Marcos, Jesus insiste até três vezes, no caminho para Jerusalém, no destino que o espera. A sua dedicação ao projeto de Deus não terminará no sucesso triunfante que os seus discípulos imaginam. No final haverá uma “ressurreição”, mas, por incrível que pareça, Jesus “será crucificado”. Seus seguidores deveriam saber disso.

Contudo, os discípulos não o compreendem. Eles têm medo até de perguntar a si mesmos. Continuam a pensar que Jesus lhes trará glória, poder e honra. Não pensam em mais nada. Ao chegar à casa deles em Cafarnaum, Jesus lhes faz uma única pergunta: “Sobre o que vocês estavam discutindo no caminho? ”  O que eles conversaram pelas costas naquela conversa em que Jesus estava ausente?

Os discípulos permanecem em silêncio. Eles têm vergonha de dizer a verdade. Enquanto Jesus lhes fala sobre dedicação e fidelidade, eles pensam em quem será o mais importante. Não acreditam na igualdade fraterna que Jesus procura. Na verdade, o que os move é a ambição e a vaidade: ser superiores aos outros.

De costas para Jesus e sem a presença do seu Espírito, não continuamos discutindo sobre coisas semelhantes? A Igreja deve renunciar aos privilégios multisseculares ou deve buscar o “poder social”? A quais grupos e movimentos deve ser dada importância? E quais deveriam ser deixados de lado? Quais teólogos merecem a honra de serem considerados “ortodoxos” e quais deveriam ser silenciados como marginais?

Diante do silêncio dos seus discípulos, Jesus senta-se e chama-os. Ele tem grande interesse em ser ouvido. Não se deve esquecer o que ele vai dizer: “Quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”. No seu movimento vocês não precisam olhar tanto para aqueles que ocupam as primeiras posições e têm renome, títulos e honrarias. Importantes são aqueles que, sem pensar muito no seu prestígio ou reputação pessoal, se dedicam sem ambição e com total liberdade a servir, colaborar e contribuir para o projeto de Jesus. Não devemos esquecer: o importante não é parecer bem, mas fazer o bem seguindo Jesus.

25 Tempo Comum – B

(Marcos 9,30-37)

22 de setembro

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte:Facebook