“Jesus, porém, disse: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim. Porque quem não é contra nós, é a nosso favor.” (Mc 9,39-40)
Abaixo, uma linda reflexão, muito atual, que tem como base o texto bíblico Marcos 9,38-43.45.47-48 (Jesus ensina: nem ciúme, nem inveja!). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
José Antonio Pagola
25 de setembro de 2024
SÃO NOSSOS
O evangelista Marcos descreve um episódio em que Jesus corrige com força uma atitude equivocada dos Doze. Não ouviremos também hoje o seu aviso?
Os Doze tentam impedir a atuação de um homem que “expulsa demônios”, ou seja, alguém que se dedica a libertar as pessoas do mal que as escraviza, restaurando-lhes a liberdade e a dignidade. Ele é um homem preocupado em fazer o bem às pessoas. Ele até age “em nome de Jesus”. Mas os Doze observam algo que, na sua opinião, é muito grave: “Ele não é um de nós”.
Os Doze não toleram a atividade libertadora de quem não está com eles. Eles acham isso inaceitável. Somente através da adesão ao seu grupo a salvação que Jesus oferece pode ser realizada. Eles não percebem o bem que aquele homem faz. Eles estão preocupados que ele não esteja com eles.
Jesus, pelo contrário, desaprova categoricamente a atitude dos seus discípulos. Quem desenvolve uma atividade humanizadora já está, de alguma forma, ligado a Jesus e ao seu projeto de salvação. Seus seguidores não precisam monopolizar a salvação de Deus.
Os Doze querem exercer controle sobre a atividade de alguém que não pertence ao seu grupo, porque vêem nele um rival. Jesus, que só procura o bem do ser humano, vê nele um aliado e um amigo: “Quem não está contra nós, está por nós”.
A crise que a Igreja sofre hoje é uma oportunidade para os seguidores de Jesus recordarem que a nossa primeira tarefa não é organizar e desenvolver com sucesso a nossa própria religião, mas ser o fermento de uma nova humanidade.
É por isso que não devemos viver com suspeitas, condenando posições ou iniciativas que não estejam de acordo com os nossos desejos ou esquemas religiosos. Não é muito típico da Igreja de Jesus ver sempre inimigos em todos os lugares. Pelo contrário, ele convida-nos a alegrar-nos com o que as pessoas e as instituições fora da Igreja podem estar a fazer para um desenvolvimento mais humano da vida. Eles são um de nós porque lutam pela mesma causa: um ser humano mais digno de sua condição de filho de Deus.
26 Tempo Comum – B
(Marcos 9,38-43.45.47-48)
29 de setembro
José Antonio Pagola
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Fonte: Facebook