Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 26 de julho de 2025

“Pai nosso”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

“E ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu. Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano; E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve, e não nos conduzas à tentação, mas livra-nos do mal”. (Lc 11, 2-4)

Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico

Lucas 11,1-13 (Jesus ensina a rezar). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Muito bom!

WCejnóg

 

Por José Antonio Pagola

23 Julho 2025

PAI NOSSO

Do Pai Nosso foi dito tudo. É a oração por excelência. O melhor presente que Jesus nos deixou. A invocação mais sublime a Deus. E, no entanto, repetida vezes sem conta pelos cristãos pode se tornar uma oração rotineira, palavras que se repetem mecanicamente sem elevar o coração a Deus.

É por isso que é bom que paremos de vez em quando para refletir sobre esta oração em que se fecha toda a vida de Jesus. Logo perceberemos que só podemos rezar se vivermos com seu Espírito.

 

«Pai nosso». É o primeiro grito que brota do coração humano quando vive habitado não por temor a Deus, mas por plena confiança no seu amor criador. Um grito no plural ao qual é Pai de todos. Uma invocação que nos enraiza na fraternidade universal e nos torna responsáveis perante todos os outros.

«Santificado seja o Vosso Nome». Este primeiro pedido não é mais um. É a alma de toda esta oração de Jesus, sua suprema aspiração. Que o "nome" de Deus, isto é, o seu mistério insondável, o seu amor e a sua força salvadora se manifestem em toda a sua glória e poder. E isto dito não em atitude passiva, mas desde o compromisso de colaborar com a nossa própria vida até essa aspiração de Jesus.

«Venha o Vosso Reino». Que a violência e o ódio destruidor não reinem no mundo. Que Deus reine e sua justiça. Que o primeiro mundo não reine sobre o terceiro, os europeus sobre os africanos, os poderosos sobre os fracos. Não deixe o homem dominar a mulher, nem o rico o pobre. Deixe o mundo ser dono da verdade. Que se abram caminhos para a paz, perdão e libertação verdadeira.

«Seja feita a Vossa vontade». Que ele não encontre tanto obstáculo e resistência em nós. Que a humanidade inteira obedeça ao chamado de Deus, que do fundo da vida convida o ser humano a sua verdadeira salvação. Que minha vida seja hoje em busca dessa vontade de Deus.

«Dai-nos o pão de cada dia». O pão e o que precisamos para viver digna, não só nós, mas todos os homens e mulheres da Terra. E isto dito não a partir do egoísmo acumulador ou do consumismo irresponsável, mas da vontade de partilhar mais o que é nosso com os necessitados.

"Perdoe-nos". O mundo precisa do perdão de Deus. O ser humano só pode viver pedindo perdão e perdoando. Aquele que renuncia à vingança de uma atitude aberta ao perdão assemelha-se a Deus, o Pai bom e perdoador.

«Não nos deixeis cair em tentação». Não se trata das pequenas tentações de cada dia, mas da grande tentação de abandonar Deus, esquecer o Evangelho de Jesus e seguir um caminho errado. Este grito de socorro fica ecoando em nossa vida. Deus está conosco diante de todo mal.

17 Tempo Comum – C

(Lucas 11,1-13)

27 de julho

Fonte: Facebook

 

sábado, 19 de julho de 2025

“Uma coisa necessária’. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

“E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e preocupada com muitas coisas, mas uma só é necessária...” (Lc 10,:41)

 

Hoje temos uma reflexão muito boa, baseada no texto bíblico Lucas 10,38-42 (Na casa de Marta e Maria). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

16 Julho 2025

UMA COISA NECESSÁRIA

Quase sem perceber, as atividades diárias vão moldando nosso jeito de ser. Se não somos capazes de viver de dentro, os acontecimentos do dia a dia nos puxam e nos levam de um lado para o outro, sem outro horizonte além da preocupação de cada dia. Por isso é bom que escutemos as palavras de Jesus àquela mulher tão ativa e trabalhadora: «Marta, Marta: andas inquieta e nervosa com tantas coisas, e só uma é necessária».

Agitados por tantas ocupações e preocupações, precisamos tirar de vez em quando um tempo de descanso para nos sentirmos vivos novamente. Mas precisamos também de nos levantar e encontrar o sossego necessário para recordarmos de novo «o importante» da vida.

As férias teriam para nós um conteúdo novo e enriquecedor se pudéssemos responder a estas duas simples perguntas: quais são as pequenas coisas da vida que a falta de sossego, de silêncio e de oração ampliaram indevidamente até matar em mim a alegria de viver?; quais são as coisas importantes que eu dediquei pouco tempo, empobrecendo assim meu dia a dia?

No silêncio e na paz do descanso podemos nos encontrar mais facilmente com a nossa própria verdade, pois voltamos a ver as coisas como elas são. E podemos também encontrar Deus para descobrir nele não apenas a força para continuar lutando, mas também a fonte última da paz.

Recordemos a experiência de "abandono em Deus" pregada com tanta hondura pelo Mestre Eckhart e tão lindamente comentada por Dorothee Sölle: «Não preciso de me agarrar, pois sou sustentado. Não preciso carregar o peso, porque sou suportado. Posso sair de mim mesmo e entregar-me.

Quando somos capazes de encontrar em Deus o nosso descanso e a nossa paz interior, as férias se tornam graça. Talvez um dos maiores agradecimentos que podemos receber no meio da nossa vida tão agitada e nervosa.

16 Tempo Comum – C

(Lucas 10,38-42)

20 de julho

Fonte: Facebook