Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 6 de fevereiro de 2021

“Aliviar o sofrimento”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!

 

"Ao anoitecer, depois do pôr do sol, o povo levou a Jesus todos os doentes e os endemoninhados. Toda a cidade se reuniu à porta da casa, e Jesus curou muitos que sofriam de várias doenças.”. (Mc 1, 32-34)

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito interessante e útil para os tempos em que vivemos. Tem como pano de fundo o texto bíblico  Mc 1,29-39  (Jesus cura a sogra de Simão).

Não deixe de ler e refletir.

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 Por José Antonio Pagola

03 de fevereiro de 2021

ALIVIAR O SOFRIMENTO

 


A doença é uma das experiências mais duras do ser humano. Não só padece o doente que sente a sua vida ameaçada e sofre sem saber porquê, para quê e até quando. Sofre também a sua família, os entes queridos e os que o cuidam.

 

De pouco servem as palavras e explicações. O que fazer quando a ciência já não pode deter o inevitável? Como lidar humanamente com a deterioração? Como estar junto ao familiar ou amigo gravemente doente?

 

O primeiro é aproximar-se. Ao que sofre não se pode ajudar de longe. Há que estar perto. Sem pressas, com discrição e respeito total. Ajudá-lo a lutar contra a dor. Dar-lhe forças para que colabore com aqueles que tratam de o curar.

 

Isto requer acompanhá-lo nas várias etapas da doença e nos diferentes estados de ânimo. Oferecer-lhe o que necessita em cada momento. Não nos incomodarmos com a sua irritabilidade. Ter paciência. Permanecer junto a ele.

 

É importante ouvi-lo. Que o doente possa contar e partilhar o que vai dentro de si: as esperanças frustradas, as suas queixas e medos, a sua angústia perante o futuro. É um alívio para o doente poder desabafar com alguém de confiança. Nem sempre é fácil ouvir. Requer colocar-se no lugar daquele que sofre, e estar atento ao que nos diz com as suas palavras e, sobretudo, com os seus silêncios, gestos e olhares.

A verdadeira escuta exige acolher e compreender as reações do doente. A incompreensão fere profundamente a quem está a sofrer e se queixa. De nada servem conselhos, dicas, razões ou explicações prontas. Só a compreensão de quem acompanha com carinho e respeito pode aliviar.

 

A pessoa pode adotar ante a doença atitudes saudáveis e positivas, ou pode deixar-se destruir por sentimentos estéreis e negativos. Muitas vezes necessitará de ajuda para confiar e colaborar com os que o atendem, para não se encerrar sozinho na sua dor, para ter paciência consigo mesmo, ou para ser agradecido.

 

O doente pode necessitar também de se reconciliar consigo mesmo, curar feridas do passado, dar um sentido mais profundo ao seu sofrimento, purificar a sua relação com Deus. O crente pode então ajudá-lo a orar, a viver com paz interior, a crer no Seu perdão e a confiar no Seu amor salvador.

 

O Evangelista Marcos diz-nos que as pessoas levavam os seus doentes e possuídos a Jesus. Ele sabia acolhe-los com carinho, despertar a sua confiança em Deus, perdoar o seu pecado, aliviar a sua dor, e curar a sua doença. A sua ação face ao sofrimento humano sempre será para os cristãos o exemplo a seguir no trato com os doentes.

5 Tempo comum - B

(Marcos 1,29-39)

7 de febrero 2021

José Antonio Pagola

buenasnoticias@ppc-editorial.com

Fonte: www.feadulta.com


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