"Ao anoitecer, depois do pôr do sol, o povo levou a Jesus todos os doentes e os endemoninhados. Toda a cidade se reuniu à porta da casa, e Jesus curou muitos que sofriam de várias doenças.”. (Mc 1, 32-34)
A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito interessante e útil para os tempos em que vivemos. Tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 1,29-39 (Jesus cura a sogra de Simão).
Não deixe de ler e refletir.
WCejnog
Por José Antonio Pagola
03 de fevereiro de 2021
ALIVIAR O SOFRIMENTO
A doença é uma das experiências mais
duras do ser humano. Não só padece o doente que sente a sua vida ameaçada e
sofre sem saber porquê, para quê e até quando. Sofre também a sua família, os
entes queridos e os que o cuidam.
De pouco servem as palavras e explicações. O que fazer quando a ciência já não pode deter o inevitável? Como lidar humanamente com a deterioração? Como estar junto ao familiar ou amigo gravemente doente?
O primeiro é aproximar-se. Ao que sofre não se pode ajudar de longe. Há que estar perto. Sem pressas, com discrição e respeito total. Ajudá-lo a lutar contra a dor. Dar-lhe forças para que colabore com aqueles que tratam de o curar.
Isto requer acompanhá-lo nas várias etapas da doença e nos diferentes estados de ânimo. Oferecer-lhe o que necessita em cada momento. Não nos incomodarmos com a sua irritabilidade. Ter paciência. Permanecer junto a ele.
É importante ouvi-lo. Que o doente possa contar e partilhar o que vai dentro de si: as esperanças frustradas, as suas queixas e medos, a sua angústia perante o futuro. É um alívio para o doente poder desabafar com alguém de confiança. Nem sempre é fácil ouvir. Requer colocar-se no lugar daquele que sofre, e estar atento ao que nos diz com as suas palavras e, sobretudo, com os seus silêncios, gestos e olhares.
A verdadeira escuta exige acolher e compreender as reações do doente. A incompreensão fere profundamente a quem está a sofrer e se queixa. De nada servem conselhos, dicas, razões ou explicações prontas. Só a compreensão de quem acompanha com carinho e respeito pode aliviar.
A pessoa pode adotar ante a doença atitudes saudáveis e positivas, ou pode deixar-se destruir por sentimentos estéreis e negativos. Muitas vezes necessitará de ajuda para confiar e colaborar com os que o atendem, para não se encerrar sozinho na sua dor, para ter paciência consigo mesmo, ou para ser agradecido.
O doente pode necessitar também de se reconciliar consigo mesmo, curar feridas do passado, dar um sentido mais profundo ao seu sofrimento, purificar a sua relação com Deus. O crente pode então ajudá-lo a orar, a viver com paz interior, a crer no Seu perdão e a confiar no Seu amor salvador.
O Evangelista Marcos diz-nos que as pessoas levavam os seus doentes e possuídos a Jesus. Ele sabia acolhe-los com carinho, despertar a sua confiança em Deus, perdoar o seu pecado, aliviar a sua dor, e curar a sua doença. A sua ação face ao sofrimento humano sempre será para os cristãos o exemplo a seguir no trato com os doentes.
5 Tempo comum - B
(Marcos 1,29-39)
7 de febrero 2021
José Antonio Pagola
buenasnoticias@ppc-editorial.com
Fonte: www.feadulta.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário