Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

“Estender a mão”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

"E aproximou-se dele um leproso que, rogando-lhe, e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me. E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo. E, tendo ele dito isto, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo”.  (Mc 1,40-42)

Abaixo, uma boa reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 1, 40-45 (Jesus cura um leproso). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.  O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

WCejnóg

IHU – ADITAL

12 Fevereiro 2021

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Marcos 1,40-45, que corresponde ao 6° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto.

A felicidade só é possível ali onde nos sentimos acolhidos e aceitos. Onde falta acolhimento, falta vida; o nosso ser paralisa-se; a criatividade atrofia-se. Por isso uma «sociedade fechada é uma sociedade sem futuro, uma sociedade que mata a esperança de vida dos marginalizados e que finalmente se afunda a si própria» (Jorgen Moltmann).

São muitos os fatores que convidam os homens e mulheres do nosso tempo a viver em círculos fechados e exclusivistas. Numa sociedade em que crescem a insegurança, a indiferença ou a agressividade, é explicável que cada um de nós trate de assegurar a nossa «pequena felicidade» com aqueles que sentimos iguais.

As pessoas que são como nós, que pensam e querem o mesmo que nós, dão-nos segurança. Por outro lado, as pessoas que são diferentes, que pensam, sentem e querem de forma diferente, produzem preocupação e medo.

Por isso se agrupam as nações em «blocos» que se olham mutuamente com hostilidade. Por isso procura cada um de nós o nosso «recinto de segurança», aquele círculo de amigos, fechado aqueles que não são da nossa condição.

Vivemos como «à defesa», cada vez mais incapazes de quebrar distâncias para adotar uma posição de amizade aberta para com qualquer pessoa. Habituamo-nos a aceitar apenas os mais próximos. Aos restantes toleramos ou olhamos com indiferença, se não mesmo com cautela e prevenção.

Ingenuamente pensamos que, se cada um se preocupa em assegurar a sua pequena parcela de felicidade, a humanidade continuará a caminhar em direção ao seu bem-estar. E não nos apercebemos que estamos a criar marginalização, isolamento e solidão. E que nesta sociedade vai ser cada vez mais difícil ser feliz.

Por isso, o gesto de Jesus assume uma especial atualidade para nós. Jesus não só limpa o leproso. Estende a mão e toca-o, quebrando preconceitos, tabus e fronteiras de isolamento e marginalização que excluem os leprosos da convivência. Os seguidores de Jesus devemos sentir-nos chamados a trazer a amizade aberta aos setores marginalizados da nossa sociedade. São muitos os que necessitam de uma mão estendida que chegue a tocá-los.

 

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho

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