Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 17 de abril de 2021

“Companheiro de caminho”. – Reflexão de José Antônio Pagola. Excelente!

“Enquanto falavam sobre isso, o próprio Jesus apresentou-se entre eles e lhes disse: "Paz seja com vocês!" Eles ficaram assustados e com medo, pensando que estavam vendo um espírito.  Ele lhes disse: "Por que vocês estão perturbados e por que se levantam dúvidas no coração de vocês? Vejam as minhas mãos e os meus pés. Sou eu mesmo! Toquem-me e vejam; um espírito não tem carne nem ossos, como vocês estão vendo que eu tenho". (Lc 24, 36-39)

Abaixo, uma boa reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 25, 31-46 (Jesus ressuscitado aparece aos discípulos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

WCejnóg

IHU – ADITAL

16 Abril 2021

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Lucas 24,35-48, que corresponde ao 3° Domingo de Páscoa, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.  

Eis o texto

Há muitas maneiras de colocar obstáculos à verdadeira fé. Há a atitude do «fanático», que se agarra a um conjunto de crenças sem nunca se deixar interrogar por Deus e sem jamais ouvir ninguém que possa questionar a sua posição. A sua é uma fé fechada, onde falta acolhimento e escuta do Mistério e onde sobra arrogância. Esta fé não liberta da rigidez mental nem ajuda a crescer, pois não se alimenta do verdadeiro Deus.

Há também a posição do «cético», que não procura nem se interroga, pois já não espera nada de Deus, nem da vida, nem de si mesmo. A sua é uma fé triste e apagada. Falta nela o dinamismo da confiança. Não vale a pena. Tudo se resume a continuar a viver, sem mais.

Há também a posição do «indiferente», que já não se interessa nem pelo sentido da vida nem pelo mistério da morte. Sua vida é pragmatismo. Só lhe interessa o que lhe pode proporcionar segurança, dinheiro ou bem-estar. Deus diz-lhe cada vez menos. Na verdade, para que pode servir acreditar nele?

Há também quem se sinta «proprietário da fé», como se esta consistisse num «capital» recebido no batismo e que está aí, não se sabe muito bem onde, sem ter que se preocupar muito. Esta fé não é fonte de vida, mas «herança» ou «costume» recebida de outros. Podia livrar-se dela sem sentir sua falta.

Há também a «fé infantil» daqueles que não acreditam em Deus, mas sim naqueles que falam dele. Nunca tiveram a experiência de dialogar sinceramente com Deus, de procurar seu rosto, ou de se abandonar no seu mistério. Basta-lhes acreditar na hierarquia ou confiar «nos que sabem dessas coisas». Sua fé não é experiência pessoal. Falam de Deus «de ouvir dizer».

Em todas estas atitudes falta o mais essencial da fé cristã: o encontro pessoal com Cristo. A experiência de caminhar pela vida acompanhados por alguém vivo com quem podemos contar e em quem podemos confiar. Só Ele nos pode fazer viver, amar e esperar apesar dos nossos erros, fracassos e pecados.

Segundo o relato do evangelho, os discípulos de Emaús contavam «o que lhes tinha acontecido no caminho». Caminhavam tristes e desesperançados, mas algo novo se despertou neles ao encontrarem-se com um Cristo próximo e cheio de vida. A verdadeira fé sempre nasce do encontro pessoal com Jesus como «companheiro de caminho».

   Fonte:IHU – Comentário do Evngelho


 

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