Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 10 de abril de 2021

“Novo início” – Reflexão de José Antonio Pagola.

Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco. ". (Jo 20,19)

Hoje trago para este espaço uma reflexão curta, porém muito interessante. É do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 20, 19-31 (Jesus aparece aos discípulos).

Vale a pena conferir.

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IHU – ADITAL

09 Abril 2021

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de João 20,19-31, que corresponde ao 2° Domingo de Páscoa, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Aterrorizados com a execução de Jesus, os discípulos refugiam-se numa casa conhecida. De novo estão reunidos, mas Jesus já não está com eles. Na comunidade há um vazio que ninguém pode preencher. Falta-lhes Jesus. Não podem escutar as suas palavras cheias de fogo. Não podem vê-Lo abençoando com ternura os desgraçados. A quem seguirão agora?

Está anoitecendo em Jerusalém e também no seu coração. Ninguém os pode consolar da sua tristeza. Pouco a pouco, o medo vai-se apoderando de todos, mas não têm a Jesus para que fortaleça o seu ânimo. A única coisa que lhes dá alguma segurança é «fechar as portas». Já ninguém pensa em sair pelos caminhos a anunciar o reino de Deus e curar a vida. Sem Jesus, como vão espalhar sua Boa Nova?

O Evangelista João descreve de forma insuperável a transformação que se produz nos discípulos quando Jesus, cheio de vida, se torna presente no meio deles. O Ressuscitado está de novo no centro da sua comunidade. Assim deve ser para sempre. Com Ele tudo é possível: libertarmo-nos do medo, abrir as portas e pôr em marcha a evangelização.

Segundo o relato, a primeira coisa que Jesus infunde na sua comunidade é a sua paz. Nenhuma censura por O terem abandonado, nenhuma queixa ou reprovação. Só paz e alegria. Os discípulos sentem o seu alento criador. Tudo começa de novo. Impulsionados pelo seu Espírito, continuarão a colaborar ao longo dos séculos no mesmo projeto salvador que o Pai confiou a Jesus.

O que a Igreja necessita hoje não são apenas reformas religiosas e apelos à comunhão. Necessitamos de experimentar nas nossas comunidades um «novo início» a partir da presença viva de Jesus no meio de nós. Só Ele deve ocupar o centro da Igreja. Só ele pode impulsionar a comunhão. Só ele pode renovar os nossos corações.

Não bastam os nossos esforços e trabalhos. É Jesus quem pode desencadear a mudança de horizonte, a libertação do medo e dos receios, o novo clima de paz e serenidade de que tanto necessitamos para abrir as portas e ser capazes de partilhar o evangelho com os homens e mulheres do nosso tempo.

Mas temos de aprender a acolher com fé sua presença entre nós. Quando Jesus volta a apresentar-se depois de oito dias, o narrador diz-nos que, todavia, as portas continuam fechadas. Não é somente Tomé que tem de aprender a acreditar com confiança no Ressuscitado. Também os outros discípulos devem ir superando pouco a pouco as dúvidas e medos que ainda os fazem viver com as portas fechadas à evangelização. 

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho 

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