"Chamando os Doze para junto de si, enviou-os de dois em dois e deu-lhes autoridade sobre os espíritos imundos. Estas foram as suas instruções: "Não levem nada pelo caminho, a não ser um bordão. Não levem pão, nem saco de viagem, nem dinheiro em seus cintos; calcem sandálias, mas não levem túnica extra; sempre que entrarem numa casa, fiquem ali até partirem; e, se algum povoado não os receber nem os ouvir, sacudam a poeira dos seus pés quando saírem de lá, como testemunho contra eles". Eles saíram e pregaram ao povo que se arrependesse.“ (Mc 6, 7-12)
Abaixo, uma boa reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Marcos 6,7-13 (Jesus envia os discípulos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor em sua página do Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
09 Julho 2021
COM POUCAS COISAS
O que poderia ter acontecido para nos distanciar tanto daquele projeto inicial de Jesus? Onde está a ordem do Mestre? Quem continua a ouvir suas recomendações hoje?
Poucos relatos evangélicos nos revelam melhor a intenção original de Jesus do que este que nos apresenta Jesus enviando seus discípulos de dois em dois, sem alforje, dinheiro ou túnica sobressalente.
Basta um amigo, uma bengala e umas sandálias para entrar nos caminhos da vida, anunciar a todos que é preciso mudar para descobrir o segredo último da vida e o caminho para a verdadeira libertação.
Não diminuamos nem desvirtuemos a mensagem de Jesus. Não pensemos que seja uma utopia ingênua, talvez típica de uma sociedade semi-nômade já superada, mas impossível em um mundo como o nosso.
Aqui está algo que não podemos contornar. O evangelho é anunciado por quem sabe viver com simplicidade. Homens e mulheres livres que conhecem a alegria de caminhar pela vida sem se sentirem escravos das coisas. Não são os poderosos, os financistas, os tecnocratas, os grandes estrategistas políticos que vão construir um mundo mais humano.
Esta sociedade precisa descobrir que é preciso voltar a uma vida simples e sóbria. Não basta aumentar a produção e alcançar um padrão de vida mais elevado. Não basta ganhar sempre mais, comprar cada vez mais coisas, desfrutar de um bem-estar maior.
Esta sociedade precisa como nunca do impacto de homens e mulheres que sabem conviver com poucas coisas. Crentes capazes de mostrar que a felicidade não está em acumular bens. Seguidores de Jesus que nos lembram que não somos ricos quando temos muitas coisas, mas quando sabemos desfrutá-las com simplicidade e compartilhá-las com generosidade. Quem vive uma vida simples e generosa é quem melhor prega hoje a conversão de que mais necessita a nossa sociedade.
15 Tempo Comum - B
(Marcos 6,7-13)
11 de julho de 2021
Jose Antonio Pagola
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Fonte: Facebook
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