Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 21 de outubro de 2023

“ A Deus o que é de Deus”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

“Dize-nos, pois: Qual é a tua opinião? É certo pagar imposto a César ou não? Mas Jesus, percebendo a má intenção deles, perguntou: Hipócritas! Por que vocês estão me pondo à prova?” (Mt 22,17-18)

Abaixo, uma ótima reflexão baseada no texto bíblico Mt 22,15-21 (Dai a César o que é de César). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

18 Outubro 2023

Para Deus o que é de Deus

A armadilha que eles fizeram para Jesus é bem pensada: “É lícito pagar tributo a César ou não?” Se responder negativamente, poderá ser acusado de rebelião contra Roma. Se ele aceitar os impostos, será desacreditado por aquelas pessoas que vivem oprimidas pelos impostos, e a quem ele tanto ama e defende.

Jesus pede que lhe mostrem “a moeda usada para pagar o imposto”. Ele não a tem, pois vive como um vagabundo itinerante, sem terra nem trabalho fixo; ele não tem problemas com cobradores de impostos. Então ele lhes pergunta sobre a imagem que aparece naquele denário de prata. Representa Tibério, e a inscrição diz: «Tiberius Caesar, Divi Augusti Filius Augustus». No verso podia-se ler: «Pontifex Maximus».

O gesto de Jesus já é esclarecedor. Os seus adversários vivem como escravos do sistema, porque, ao utilizarem essa moeda cunhada com símbolos políticos e religiosos, estão a reconhecer a soberania do imperador. Este não é o caso de Jesus, que vive de forma pobre mas livre, dedicado aos mais pobres e excluídos do Império.

Jesus então acrescenta algo que ninguém lhe perguntou. Perguntam-lhe sobre os direitos de César e ele responde, lembrando-se dos direitos de Deus: “Pague a César o que é de César, mas pague a Deus o que é de Deus”.

A moeda traz a imagem do imperador, mas o ser humano, como nos lembra o antigo livro do Gênesis, é “a imagem de Deus”. É por isso que ele nunca deve ser submetido a nenhum imperador. Jesus havia registrado isso muitas vezes. Os pobres pertencem a Deus; os mais pequenos são os seus filhos preferidos; o reino de Deus pertence a eles. Ninguém deveria abusar deles.

Jesus não diz que a metade da vida, a material e econômica, pertence à esfera de César, e a outra metade, a espiritual e religiosa, à esfera de Deus. A sua mensagem é outra: se entrarmos no reino, não devemos permitir que nenhum César sacrifique o que pertence apenas a Deus: os famintos do mundo, os subsaarianos abandonados que chegam em barcos, os “indocumentados” das nossas cidades. Que nenhum César conte connosco.

 29 Tempo Comum – A

(Mateus 22,15-21)

22 de outubro

José Antonio Pagola

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Fonte: Facebook

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