Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 7 de outubro de 2023

“Dura crítica aos dirigentes religiosos”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 
 
 Portanto, eu digo que o Reino de Deus será tirado de vocês e será dado a um povo que dê os frutos do Reino.”  (Mt 21,43)

Abaixo, uma excelente reflexão, muito atual, baseada no texto bíblico Mt 21,33-43 (os agricultores gananciosos e assassinos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

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WCejnóg

 Por José Antonio Pagola

05 Outubro 2023

DURA CRÍTICA AOS LÍDERES RELIGIOSOS

A parábola dos “agricultores assassinos” é, sem dúvida, a mais dura que Jesus pronunciou contra os líderes religiosos do seu povo. Não é fácil voltar à história original, mas provavelmente não foi muito diferente daquela que podemos ler hoje na tradição evangélica.

Os protagonistas mais importantes são, sem dúvida, os agricultores encarregados de trabalhar a vinha. Seu desempenho é sinistro. Não se parecem em nada com o dono que cuida da vinha com carinho e amor para que não lhe falte nada.

Não aceitam o homem a quem pertence a vinha. Eles querem ser os únicos proprietários. Um após o outro, eles eliminam os servos que o dono da vinha lhes envia com uma paciência incrível. Eles nem respeitam o filho. Quando ele chega, “o expulsam da vinha” e o matam. Sua única obsessão é “manter a herança”.

O que o proprietário pode fazer? Acabará com estes vinhateiros e entregará a sua vinha a outros “que entregarão os frutos”. A conclusão de Jesus é trágica: “Em verdade vos digo: o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produza os seus frutos”.

Desde a destruição de Jerusalém no ano 70, a parábola foi lida como uma confirmação de que a Igreja havia assumido o controle de Israel, mas nunca foi interpretada como se no “novo Israel” a fidelidade ao dono da vinha estivesse garantida.

O reino de Deus não pertence à Igreja. Não pertence à hierarquia. Não é propriedade desses teólogos ou daqueles. Seu único dono é o Pai. Ninguém deve se sentir dono da sua verdade ou do seu espírito. O reino de Deus está “no povo que produz os seus frutos” de justiça, compaixão e defesa dos últimos.

A maior tragédia que pode acontecer ao cristianismo hoje e sempre é que ele mate a voz dos profetas, que os sumos sacerdotes se sintam donos da “vinha do Senhor” e que, juntos, queiram expulsar o Filho, afogando-o seu espírito. Se a Igreja não responder às esperanças que o seu Senhor depositou nela, que Deus abra novos caminhos de salvação nos povos que produzem frutos.

27 Tempo Comum – A

(Mateus 21,33-43)

8 de outubro

José Antonio Pagola

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Fonte: Facebook

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