Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

domingo, 21 de julho de 2024

“Orar juntos e rir em comum”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

"E os apóstolos ajuntaram-se a Jesus, e contaram-lhe tudo, tanto o que tinham feito como o que tinham ensinado. E ele disse-lhes: Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco.” (Mc, 30-31)

Hoje temos uma excelente reflexão baseada no texto bíblico Marcos 6,30-34 (Jesus ensina com a marca de compaixão). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

02 Julho 2024

ORAR JUNTOS E RIR EM COMUM

A cena é cheia de ternura. Os discípulos chegam cansados ​​do trabalho que realizaram. A atividade é tão intensa que já não encontravam tempo para comer. E então Jesus lhes faz este convite: Venham para um lugar tranquilo para descansar”.

Nós, cristãos de hoje, esquecemos com demasiada frequência que um grupo de seguidores de Jesus não é apenas uma comunidade de oração, reflexão e trabalho, mas também uma comunidade de descanso e diversão.

Nem sempre foi assim. O texto que se segue não é de nenhum teólogo progressista. Foi escrito no século IV por aquele grande bispo que não desconfiava muito da frivolidade, Agostinho de Hipona.

«Um grupo de cristãos é um grupo de pessoas que rezam juntas, mas também conversam juntas. Eles riem juntos e trocam favores. Eles estão brincando juntos e falando sério juntos. Às vezes discordam, mas sem animosidade, como às vezes fazemos consigo mesmo, aproveitando essa discordância para reforçar sempre o acordo habitual.

Eles aprendem algo um com o outro ou ensinam um ao outro. Sentem falta, com tristeza, de quem está ausente. Eles acolhem com alegria quem chega. Fazem manifestações deste ou de outro tipo: faíscas do coração de quem se ama, expressas no rosto, na língua, nos olhos, em mil gestos de ternura».

Talvez o que mais nos surpreende hoje neste texto seja aquele aspecto do cristão que sabe rezar, mas também sabe rir. Eles sabem ser sérios e sabem brincar. A Igreja atual quase sempre parece séria e solene. Parece que os cristãos têm medo do riso, como se o riso fosse um sinal de frivolidade ou irresponsabilidade.

Existe, porém, um humor e saber rir que é sinal de maturidade e sabedoria. É o riso do crente que sabe relativizar o que é relativo, sem dramatizar desnecessariamente os problemas.

É um riso que nasce da confiança última naquele Deus que olha para todos nós com misericórdia e ternura. Uma risada que relaxa, liberta e dá força para continuar caminhando. Essa risada é uma delas. Quem ri junto não se agride nem se magoa, porque o riso verdadeiramente humano nasce de um coração que sabe compreender e amar.

16 Tempo Comum - B

(Marcos 6:30-34)

21 de julho de 2024

José Antonio Pagola

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Fonte: Facebook

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