Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 13 de julho de 2024

“Sem apoio social?” – Reflexão de José Antonio Pagola.

‘Naquele tempo, Jesus chamou os doze e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura.”  (Mc 6, 7-8)

 

Abaixo, uma excelente reflexão, baseada no texto bíblico Marcos 6, 7-13 (Missão dos Apóstolos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler! 

WCejnog

Por José Antonio Pagola

10 de julho de 2024

SEM APOIO SOCIAL?

Como poderia a Igreja recuperar o seu prestígio social e exercer novamente a influência que tinha na nossa sociedade há apenas alguns anos? Talvez sem o confessar em voz alta, há muitos que anseiam por aqueles tempos em que a Igreja pudesse anunciar a sua mensagem a partir de plataformas privilegiadas que contassem com o apoio do poder político.

Não deveríamos lutar para recuperar novamente aquele poder perdido que nos permite fazer uma eficaz “propaganda” religiosa e moral, capaz de superar outras ideologias e correntes de opinião que se impõem entre nós?

Não deveríamos desenvolver estruturas religiosas mais poderosas, fortalecer as nossas organizações e tornar a Igreja uma “empresa mais competitiva e lucrativa”?

Sem dúvida, no fundo desta preocupação está um desejo sincero de levar o Evangelho aos homens e mulheres do nosso tempo, mas será esse o caminho a seguir? As palavras de Jesus, ao enviar os seus discípulos sem pão nem saco, sem dinheiro nem túnica extra, insistem antes em “caminhar” mal, com liberdade, leveza e total disponibilidade.

O importante não são os equipamentos que nos dão segurança, mas a própria força do evangelho vivido com sinceridade, pois o evangelho penetra na sociedade não tanto através de meios eficazes de propaganda, mas através de testemunhas que vivem fielmente o seguimento de Jesus Cristo.

Organização e estruturas são necessárias na Igreja, mas apenas para sustentar a vida evangélica dos crentes. Uma Igreja carregada de bagagem excessiva corre o risco de se tornar sedentária e conservadora. No longo prazo, ela estará mais preocupada em prover para si mesma do que em andar livremente no serviço do reino de Deus.

Uma Igreja mais desprotegida, mais desprovida de privilégios e mais empobrecida em poder sociopolítico, será uma Igreja mais livre, capaz de oferecer o evangelho na sua verdade mais autêntica.

15 Tempo Comum – B

(Marcos 6,7-13)

14 de julho

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

Nenhum comentário:

Postar um comentário