Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 6 de setembro de 2025

“Ídolos privados”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

Considero que todas as reflexões que trago para este blog Indagações-Zapytania trazem uma interpretação interessante e uma visão autêntica e realista das mensagens contidas nos textos da Bíblia. Tenho muito aprazo pelos autores, cujos textos apresento aqui.

A Palavra das Escrituras é o caminho para a libertação do ser humano como filho de Deus e para devida valorizaçao da sua dignidade. A Palavra de Deus nunca deve ser usada para formular a desinformação, ou para fomentar ingenuidade, hipocrisia ou falsidade.

Essa é a ideia princiapal deste blog: através de boas reflexõe encontrar os esclarecimentos, que possam nos ajudar a alcançar respostas melhores para as indagações que nos inquietam. Espero que, pelo menos em parte, as postagens deste blog cumpram o seu objetivo. (W.Cejnog)

 

 

“ (...) E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo.   (Lc 14,27)

A reflexão de hoje tem como base o texto bíblico Lucas 14,25-33 (As condições para seguir Jesus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena conferir!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

3 de setembro de 2025

ÍDOLOS PRIVADOS

Há algo de escandaloso e insuportável para aqueles que se aproximam de Jesus a partir do clima de autossuficiência que prevalece na sociedade moderna. Jesus é radical ao exigir adesão à sua pessoa. Seu discípulo deve subordinar tudo ao seguimento incondicional.

Este não é um "conselho evangélico" para um grupo seleto de cristãos ou uma elite de seguidores dedicados. É a condição indispensável de todo discípulo. As palavras de Jesus são claras e contundentes: "Quem não renuncia a tudo o que possui não pode ser meu discípulo."

Todos nós sentimos, no fundo do nosso ser, o anseio pela liberdade. E, no entanto, há uma experiência que continua a prevalecer geração após geração: os seres humanos parecem condenados a ser "escravos de ídolos". Incapazes de ser autossuficientes, passamos a vida buscando algo que responda às nossas aspirações e desejos mais fundamentais.

Cada um de nós busca um "deus" para viver, algo que inconscientemente tornamos a essência de nossas vidas: algo que nos domina e toma posse de nós. Buscamos ser livres e autônomos, mas parece que não podemos viver sem nos entregar a algum "ídolo" que determina toda a nossa vida.

Esses ídolos são muito diversos: dinheiro, sucesso, poder, prestígio, sexo, paz de espírito, felicidade a todo custo... Cada um de nós conhece o nome do seu "deus particular", a quem secretamente entregamos o nosso ser.  Portanto, quando, num gesto de "liberdade ingênua", fazemos algo "porque nos apetece", devemos nos perguntar o que nos domina naquele momento e a quem estamos realmente obedecendo.

O convite de Jesus é provocativo. Só existe um caminho para crescer em liberdade, e só o conhece quem ousa seguir Jesus incondicionalmente, colaborando com ele no projeto do Pai: construir um mundo justo e digno para todos.

23º Tempo Comum – C

(Lucas 14:25-33)

7 de setembro

José Antonio Pagola

buenasnoticias@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

 

sábado, 30 de agosto de 2025

“Gratuito”. – Reflexão do José Antonio Pagola.

 

“Porque quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado”. (Lc 14,11)

 

Hoje temos uma ótima reflexão, que tem como a base o texto bíblico Lucas 14,1.7-14 (Os convidados para o banquete do Reino). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

28 de agosto de 2025

GRATUITO

Há uma "bem-aventurança" de Jesus que nós, cristãos, ignoramos. "Quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. Bem-aventurados serás se eles não tiverem com que te retribuir." Na realidade, temos dificuldade em compreender estas palavras, porque a linguagem da gratuidade nos parece estranha e incompreensível.

Na nossa "civilização da posse", quase nada é de graça. Tudo se troca, se empresta, se deve ou se exige. Ninguém acredita que "é melhor dar do que receber". Só sabemos prestar serviços pagos e "cobrar juros" por tudo o que fazemos ao longo dos nossos dias.

No entanto, os momentos mais intensos e culminantes da vida são aqueles em que sabemos viver gratuitamente. Só na doação altruísta podemos saborear o verdadeiro amor, a alegria, a solidariedade e a confiança mútua. Gregório de Nazianzo disse que "Deus fez do homem o cantor do seu esplendor", e, certamente, o homem nunca é maior do que quando sabe irradiar amor livre e altruísta.

Não poderíamos ser mais generosos com aqueles que nunca poderão nos retribuir o que fazemos por eles? Não poderíamos estender a mão àqueles que vivem sozinhos e desamparados, pensando apenas no seu bem-estar? Viveremos sempre em busca dos nossos próprios interesses?

Acostumados a perseguir todo o tipo de alegrias e satisfações, ousaremos saborear a felicidade oculta, mas autêntica, que reside em nos entregarmos livremente a quem precisa de nós? Aquele fiel seguidor de Jesus, Charles Péguy, viveu convencido de que, na vida, "quem perde, ganha".

22º Tempo Comum – C

(Lucas 14,1.7-14)

31 de agosto

José Antonio Pagola

buenasnoticias@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

sábado, 23 de agosto de 2025

“Que tolerância? ” – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

“Pessoas virão do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e ocuparão os seus lugares à mesa no Reino de Deus. De fato, há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos". (Lc  13, 29-30)

 

Hoje temos uma boa reflexão, baseada no texto bíblico Lucas 13,22-30 (Para Deus a religião não é o mais importante). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Muito bom!

WCejnóg

Por José António Pagola

20 de agosto de 2025

QUE TOLERÂNCIA?

A tolerância ocupa hoje um lugar de destaque entre as virtudes mais valorizadas no Ocidente. Todas as sondagens o confirmam. Ser tolerante é um valor social cada vez mais generalizado nos dias de hoje. As gerações mais jovens não podem tolerar mais a intolerância ou o desrespeito pelo próximo.

Devemos celebrar este novo clima social após séculos de intolerância e violência, muitas vezes perpetradas em nome da religião ou do dogma. Como estremece hoje a nossa consciência ao ler obras como o excelente romance "O Herege", de Miguel Delibes, e que alegria experimentam os nossos corações com o seu apaixonado hino à tolerância e à liberdade de pensamento.

Tudo isto não nos impede de criticar um tipo de "tolerância" que, mais do que uma virtude ou um ideal humano, é um desinteresse pelos valores e uma indiferença pelo sentido de qualquer projecto humano: cada um pode pensar o que quiser e fazer o que quiser, pois pouco importa o que uma pessoa faz com a sua vida. Esta "tolerância" surge quando faltam princípios claros para distinguir o bem do mal, ou quando as exigências morais são diluídas ou reduzidas ao mínimo.

A verdadeira tolerância não é "niilismo moral", nem cinismo ou indiferença pela actual erosão dos valores. É o respeito pela consciência alheia, a abertura a todos os valores humanos e o interesse por aquilo que torna os seres humanos mais dignos desse nome. A tolerância é um grande valor não porque não exista uma verdade objetiva ou moral, mas porque a melhor forma de a abordar é através do diálogo e da abertura mútua.

Quando isso não acontece, é logo desmascarada. A tolerância é presumida, mas são reproduzidas novas exclusões e discriminações; afirma-se o respeito por todos, mas aqueles que causam problemas são desqualificados e ridicularizados. Como explicar que, numa sociedade que se proclama tolerante, a xenofobia ressurja ou se fomente o escárnio religioso?

No cerne da verdadeira tolerância está o desejo de procurar sempre o melhor para a humanidade. Ser tolerante é dialogar, procurar em conjunto, construir um futuro melhor sem desconsiderar ou excluir ninguém, mas não é irresponsabilidade, abandono de valores ou negligência de exigências morais. O chamamento de Jesus para entrar pela "porta estreita" nada tem a ver com um rigorismo tenso e estéril. É um apelo a viver sem esquecer as exigências, por vezes urgentes, de qualquer vida digna de ser humano.

21º Tempo Comum – C

(Lucas 13,22-30)

24 de agosto

José António Pagola

buenasnoticias@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook