“E João lhe respondeu, dizendo:
Mestre, vimos um que em teu nome expulsava demônios, o qual não nos segue; e
nós lho proibimos, porque não nos segue.
Jesus, porém, disse: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim. Porque quem não é contra nós, é por nós.” (Mc 9, 38-40)
Jesus, porém, disse: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim. Porque quem não é contra nós, é por nós.” (Mc 9, 38-40)
Abaixo, uma boa reflexão, muito concreta, que tem
como pano de fundo o texto bíblico Mc
9, 38-48 (A favor ou contra Jesus). É de autoria do padre e teólogo
espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler!
WCejnóg
IHU-ADITAL
28
Setembro 2018
Ninguém
tem exclusividade de Jesus
A leitura que a Igreja propõe neste
domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 9,38-48 que
corresponde ao 26° Domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo
espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o
texto
A cena é surpreendente. Os discípulos
se aproximam de Jesus com um problema. Neste momento, o mensageiro do grupo não
é Pedro, mas João, um dos dois irmãos que procuram os primeiros lugares.
Agora pretende que o grupo de
discípulos tenha exclusividade de Jesus e o monopólio da sua ação libertadora.
Os discípulos estão preocupados. Um
exorcista que não faz parte do grupo está expulsando demônios em nome de
Jesus. Eles não se alegram de que estas pessoas fiquem curadas e possam
iniciar uma vida mais humana. Só pensam no prestígio do seu próprio
grupo. Por isso procuraram cortar pela raiz sua intervenção. Esta é sua única
razão: «Não é dos nossos».
Os discípulos dão por certo que, para
atuar em nome de Jesus e com sua força de curar, é necessário ser membro do seu
grupo. Ninguém pode invocar o nome de Jesus e trabalhar por um mundo
mais humano sem fazer parte da Igreja. É realmente assim? Que pensa
Jesus?
Suas primeiras palavras são rotundas:
«Não os proíbam». O nome de Jesus e sua força humanizadora são mais importantes
que o pequeno grupo de seus discípulos. É bom que a salvação que Jesus
traz se estenda para além da Igreja estabelecida e ajude as pessoas a viver de
forma mais humana. Ninguém deve vê-la como uma concorrência desleal.
Jesus rompe toda a tentativa sectária
de seus seguidores. Ele não formou seu grupo para controlar sua salvação
messiânica. Não é rabino de uma escola fechada, mas Profeta de uma salvação
aberta a todos e todas. Sua Igreja deve apoiar seu nome ali onde é
invocado para fazer o bem.
Jesus não quer que entre seus
seguidores se fale dos que são nossos e dos que não o são, os de dentro e os de
fora, os que podem atuar em seu nome e os que não podem fazê-lo. Seu modo de
ver as coisas é diferente: «O que não está contra nós está a favor de
nós».
Na sociedade atual há muitos homens e
mulheres que trabalham por um mundo mais justo e humano sem pertencer à Igreja. Alguns nem são crentes, mas estão a abrir
caminhos para o reino de Deus e sua justiça. São dos nossos. Temos de nos
alegrar em vez de olhá-los com ressentimento. Temos de apoiá-los em vez de
desqualificá-los.
É um erro viver na Igreja vendo
hostilidade e maldade por todos os lados, acreditando
ingenuamente que só nós somos portadores do Espírito de Jesus. Ele não nos
aprovaria. Convida-nos a colaborar com alegria com todos os que vivem de forma
humana e se preocupam com os mais pobres e necessitados.