Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 15 de setembro de 2018

Levar Jesus à sério. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!



“ ‘E vocês?’, perguntou ele. ‘Quem vocês dizem que eu sou?’
Pedro respondeu: ‘Tu és o Cristo’.” (Mc 8,28)

Hoje, uma boa reflexão, muito concreta e atual. Como pano de fundo  tem o texto bíblico Mc 8, 27-35 (‘Se alguém quer me seguir, tome a sua cruz, renuncie a si mesmo e me siga). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
WCejnóg

IHU – ADITAL
14 Setembro 2018.

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 8,27-35 7 que corresponde ao 24° Domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

O episódio de Cesarea de Filipo ocupa um lugar central no evangelho de Marcos. Depois de um tempo de convívio com Ele, Jesus faz aos Seus discípulos uma pergunta decisiva: «Quem dizeis que Eu sou?». Em nome de todos, Pedro responde sem duvidar: «Tu és o Messias». Por fim parece que tudo está claro. Jesus é o Messias enviado por Deus, e os discípulos seguem-no para colaborar com Ele.

Mas Jesus sabe que não é assim. Todavia falta-lhes aprender algo muito importante. É fácil professar Jesus com palavras, mas ainda não sabem o que significa segui-Lo de perto partilhando o Seu projeto e o Seu destino. Marcos diz que Jesus «começou a ensiná-los» que teriam de sofrer muito. Não é um ensinamento mais, mas algo fundamental que os discípulos terão de ir assimilando pouco a pouco.

Desde o início que lhes fala «com toda a clareza». Não lhes quer ocultar nada. Têm de saber que o sofrimento os acompanhará sempre na sua tarefa de abrir caminhos para o reino de Deus. No final será condenado pelos dirigentes religiosos e morrerá executado violentamente. Só ao ressuscitar se verá que Deus está com Ele.

Pedro rebela-se perante o que está ouvindo. A sua reação é incrível. Leva Jesus consigo e fala com Ele à parte para o «censurar». Tinha sido o primeiro a reconhecê-lo como Messias. Agora é o primeiro a rejeitá-Lo. Quer fazer ver a Jesus que o que está dizendo é absurdo. Não está disposto a que siga esse caminho. Jesus deve alterar essa forma de pensar.

Jesus reage com uma dureza desconhecida. De repente vê em Pedro os traços de Satanás, o tentador do deserto que procura afastá-Lo da vontade de Deus. Volta-se para os discípulos e «repreende» literalmente Pedro com estas palavras: «Afasta-te de Mim, Satanás»: volta a ocupar o teu lugar de discípulo. Deixa de tentar-me. «Os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens.»

Logo chama as pessoas e os Seus discípulos para que escutem bem as Suas palavras. Irá repeti-las em diversas ocasiões. Não devem esquecê-las jamais. «Se alguém quiser vir comigo, que renuncie a si mesmo, que carregue a sua cruz e que me siga.»

Seguir Jesus não é obrigatório. É uma decisão livre de cada um. Mas temos de levar a sério Jesus. Não bastam confissões fáceis. Se quisermos segui-lo na Sua tarefa apaixonante de fazer um mundo mais humano, digno e ditoso, temos de estar dispostos a duas coisas. Primeiro, renunciar a projetos ou planos que se oponham ao reino de Deus. Segundo, aceitar os sofrimentos que nos podem chegar por seguir Jesus e nos identificarmos com a sua causa.



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