Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

“Por que o esquecemos?” – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!




Assentando-se, Jesus chamou os Doze e disse: "Se alguém quiser ser o primeiro, será o último, e servo de todos". E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles. Pegando-a nos braços, disse-lhes: 'Quem recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo; e quem me recebe, não está apenas me recebendo, mas também àquele que me enviou' ."  (Mc 9,35-37)

Abaixo, uma bonita reflexão, muito concreta e bem atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 9,30-37 (Quem é o maior?). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
WCejnóg

IHU - ADITAL
21 de Setembro de 2018

Por que o esquecemos?”

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 9,30-37 que corresponde ao 25° Domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

A caminho de Jerusalém, Jesus continua a instruir os seus discípulos sobre o final que o espera. Insiste uma vez mais que será entregue aos homens e estes o matarão, mas Deus o ressuscitará. Marcos diz que “Os discípulos não compreendiam o que Jesus estava dizendo, e tinham medo de fazer perguntas”. Não é difícil adivinhar nestas palavras a pobreza de muitos cristãos de todos os tempos. Não entendemos Jesus e temos medo de aprofundar a sua mensagem.

Ao chegar a Cafarnaum, Jesus pergunta-lhes: “Sobre o que vocês estavam discutindo no caminho?”  Os discípulos calam-se. Estão envergonhados. Marcos diz que, pelo caminho, tinham discutido sobre quem era o mais importante. Certamente é vergonhoso ver Jesus, que caminha para a cruz, acompanhado de perto por um grupo de discípulos cheios de estúpidas ambições. O que discutimos hoje na Igreja enquanto dizemos seguir Jesus?

Uma vez em casa, Jesus dispõe-se a transmitir um ensinamento. Necessitam. Estas são as suas primeiras palavras: “Quem quer ser o primeiro, que seja o último de todos e o que está a serviço de todos”.  No grupo que segue Jesus, o que quer se sobressair e ser mais que o outro deve colocar-se por último, no fim de todos; assim poderá ver o que necessitam e poderá ser o servidor de todos.

A verdadeira grandeza consiste em servir. Para Jesus, o primeiro não é o que ocupa um cargo de importância, mas quem vive a servir e a ajudar os outros. Os primeiros na Igreja não são as hierarquias, mas essas pessoas simples que vivem ajudando a quem encontram no seu caminho. Não devemos esquecê-lo.

Para Jesus, a sua Igreja deveria ser um espaço onde todos pensam no outro. Uma comunidade onde estejamos atentos a quem mais nos pode necessitar. Não é sonho de Jesus. Para Ele é tão importante que lhes põe um exemplo prático.

Senta-se e chama os seus discípulos. Logo aproxima uma criança e coloca-a no meio de todos para que fixem a sua atenção nela. No centro da Igreja apostólica deve estar sempre essa criança, símbolo das pessoas débeis e desvalidas: os necessitados de acolhimento, apoio e defesa. Não devem estar fora, longe da Igreja de Jesus. Devem ocupar o centro da nossa atenção.

Logo Jesus abraça a criança. Quer que os discípulos o recordem sempre assim: identificado com os débeis. Entretanto diz-lhes: “Quem acolhe em meu nome uma destas crianças, acolhe a mim”. “E quem me recebe não está recebendo a mim, mas aquele que me enviou.”

O ensinamento de Jesus é claro: o caminho para acolher Deus é acolher o seu Filho Jesus presente nos pequenos, nos indefesos, nos pobres e desvalidos. Por que o esquecemos tanto? O que está no centro da Igreja se já não está esse Jesus identificado com os pequenos?
  


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