“Por
isso, João declarou a todos: ‘Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é
mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas
sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo.” (Lc 3,16)
Hoje, uma
boa reflexão, muito atual e importante. Como pano de fundo tem o texto bíblico Lc 3,15-16. 21-22 (Batismo do
Senhor). É de
autoria do padre e teólogo espanhol José
Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e meditar sobre
esse assunto.
WCejnóg
IHU – ADITAL
11 Janreiro 2019
Iniciar a reação
O Batista não permite que as pessoas o
confundam com o Messias.
Conhece os seus limites e reconhece-os. Há alguém mais forte e decisivo que
ele. O único a quem o povo tem de receber. O motivo é claro. O Batista -lhes um
batismo de água. Somente Jesus, o Messias, os «batizará com o Espírito Santo e com fogo».
A leitura que a Igreja propõe para
este Domingo do Batismo
do Senhor é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 3,15-16.21-22. O
teólogo espanhol José
Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
Na opinião de muitos observadores, o
maior problema da Igreja hoje é a «mediocridade
espiritual». A Igreja não possui o vigor espiritual de que
precisa para enfrentar os desafios do momento presente. Está se tornando cada
vez mais óbvio. Precisamos ser batizados por Jesus com seu fogo e o seu
Espírito.
Em muitos cristãos, cresce o medo a
tudo o que possa levar-nos a uma renovação. Insiste-se muito na continuidade
para conservar o passado, mas não nos preocupamos em escutar as chamadas do
Espírito para preparar o futuro. Pouco a pouco, estamos ficando cegos para ler
os «sinais dos tempos».
Dá-se a primazia a certezas e crenças
para fortalecer a fé e conseguir uma maior coesão eclesial face à sociedade
moderna, mas, com frequência, não se cultiva a adesão viva a Jesus. Esquecemos que ele é
mais forte que todos nós? A doutrina religiosa, quase sempre exposta com
categorias pré-modernas, não toca os corações nem converte as nossas vidas.
Abandonada ao alento renovador do
Concílio, foi-se apagando a alegria em setores importantes do povo cristão,
para dar lugar à resignação. De forma calada mas palpável vai crescendo o
descontentamento e a separação entre a instituição eclesial e não poucos
cristãos.
É urgente criar o mais rápido possível
um clima mais amigável e cordial. Não é qualquer um que pode despertar no povo
simples a ilusão perdida. Necessitamos de voltar às raízes da nossa fé. Colocar-nos
em contato com o Evangelho. Alimentar-nos das palavras de Jesus que são
«espírito e vida».
Dentro de uns anos, as nossas
comunidades cristãs serão muito pequenas. Em muitas paróquias já não haverá
presbíteros permanentemente. Que importante é cuidar desde agora de um núcleo
de crentes em redor do Evangelho. Eles manterão o Espírito de Jesus vivo
entre nós. Tudo será mais humilde, mas também mais evangélico.
A nós é-nos pedido para iniciar já
essa reação. O melhor que podemos deixar como herança às futuras gerações é um
amor novo a Jesus e uma fé mais focada na sua pessoa e no seu projeto. O resto
é mais secundário. Se viverem no Espírito de Jesus, encontrarão novos caminhos.
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