Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

“Iniciar a reação”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!



Por isso, João declarou a todos: ‘Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo.” (Lc 3,16)

Hoje, uma boa reflexão, muito atual e importante. Como pano de fundo  tem o texto bíblico Lc 3,15-16. 21-22 (Batismo do Senhor). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e meditar sobre esse assunto.
WCejnóg



IHU – ADITAL

11 Janreiro 2019



Iniciar a reação



O Batista não permite que as pessoas o confundam com o Messias. Conhece os seus limites e reconhece-os. Há alguém mais forte e decisivo que ele. O único a quem o povo tem de receber. O motivo é claro. O Batista -lhes um batismo de água. Somente Jesus, o Messias, os «batizará com o Espírito Santo e com fogo».



A leitura que a Igreja propõe para este Domingo do Batismo do Senhor é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 3,15-16.21-22. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.



Eis o texto



Na opinião de muitos observadores, o maior problema da Igreja hoje é a «mediocridade espiritual». A Igreja não possui o vigor espiritual de que precisa para enfrentar os desafios do momento presente. Está se tornando cada vez mais óbvio. Precisamos ser batizados por Jesus com seu fogo e o seu Espírito.




Em muitos cristãos, cresce o medo a tudo o que possa levar-nos a uma renovação. Insiste-se muito na continuidade para conservar o passado, mas não nos preocupamos em escutar as chamadas do Espírito para preparar o futuro. Pouco a pouco, estamos ficando cegos para ler os «sinais dos tempos».


Dá-se a primazia a certezas e crenças para fortalecer a fé e conseguir uma maior coesão eclesial face à sociedade moderna, mas, com frequência, não se cultiva a adesão viva a Jesus. Esquecemos que ele é mais forte que todos nós? A doutrina religiosa, quase sempre exposta com categorias pré-modernas, não toca os corações nem converte as nossas vidas.

Abandonada ao alento renovador do Concílio, foi-se apagando a alegria em setores importantes do povo cristão, para dar lugar à resignação. De forma calada mas palpável vai crescendo o descontentamento e a separação entre a instituição eclesial e não poucos cristãos.

É urgente criar o mais rápido possível um clima mais amigável e cordial. Não é qualquer um que pode despertar no povo simples a ilusão perdida. Necessitamos de voltar às raízes da nossa fé. Colocar-nos em contato com o Evangelho. Alimentar-nos das palavras de Jesus que são «espírito e vida».

Dentro de uns anos, as nossas comunidades cristãs serão muito pequenas. Em muitas paróquias já não haverá presbíteros permanentemente. Que importante é cuidar desde agora de um núcleo de crentes em redor do Evangelho. Eles manterão o Espírito de Jesus vivo entre nós. Tudo será mais humilde, mas também mais evangélico.
A nós é-nos pedido para iniciar já essa reação. O melhor que podemos deixar como herança às futuras gerações é um amor novo a Jesus e uma fé mais focada na sua pessoa e no seu projeto. O resto é mais secundário. Se viverem no Espírito de Jesus, encontrarão novos caminhos.

 


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