Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

“Um gesto pouco religioso” – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!




Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: “Eles já não têm vinho”. Respondeu-lhe Jesus: “Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou”. Disse, então, sua mãe aos serventes: “Fazei o que ele vos disser”." (Jo 2, 3-5)

Abaixo, uma excelente reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 2,1-11 (Casamento em Caná da Galileia), do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de  ler!
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IHU- ADITAL

18 Janeiro 2019.



A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 2, 1-11 que corresponde ao 2° Domingo de Tempo Comum, ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Houve um casamento na Galileia. Assim começa este relato em que nos é dito algo inesperado e surpreendente. A primeira intervenção pública de Jesus, o Mensageiro de Deus, não tem nada de religioso. Não acontece num local sagrado. Jesus inaugura sua atividade profética “salvando” uma festa de casamento que poderia ter terminado muito mal.

Naquelas aldeias pobres da Galileia, a festa de casamento era a mais apreciada por todos. Durante vários dias, familiares e amigos acompanhavam os noivos, comendo e bebendo com eles, bailando danças festivas e cantando canções de amor. João nos diz que foi no meio de um desses casamentos que Jesus deu seu “primeiro sinal”, o que nos oferece a chave para compreender todas suas ações e o significado profundo de Sua missão salvadora.

O evangelista João não fala de “milagres”. Aos gestos surpreendentes que Jesus realiza chama-lhes sempre “sinais”. Não quer que os seus leitores fiquem no que possa ter de prodigioso na sua ação. Convida-nos para que descubramos o seu significado mais profundo. Para isso, oferece-nos algumas pistas de natureza simbólica. Vejamos apenas uma.

A mãe de Jesus, atenta aos detalhes da festa, percebe que “não resta vinho” e conta ao filho. Talvez os noivos, de condição humilde, tenham sido ultrapassados pelos convidados. Maria está preocupada. A festa está em perigo. Como pode terminar uma festa de casamento sem vinho? Ela confia em Jesus.

Entre os camponeses da Galileia o vinho era um símbolo muito conhecido de alegria e amor. Todos sabiam disso. Se na vida falta a alegria e o amor, como pode ser a convivência? Maria não se engana. Jesus intervém para salvar a festa, proporcionando vinho abundante e de excelente qualidade.

Este gesto de Jesus ajuda-nos a compreender a orientação de toda a sua vida e o conteúdo fundamental do seu projeto do reino de Deus. Enquanto os líderes religiosos e os mestres da lei se preocupam com a religião, Jesus dedica-se a tornar a vida das pessoas mais humana e suportável.

Os evangelhos apresentam Jesus focado não na religião, mas na vida. Não é só para pessoas religiosas e piedosas. É também para aqueles que vivem desapontados pela religião, mas sentem a necessidade de viver de uma maneira mais digna e feliz. Por quê? Porque Jesus transmite a fé num Deus em quem se pode confiar e com quem se pode viver com alegria, e porque Ele atrai para uma vida mais generosa, movida por um amor solidário.

Fonte: IHU – Comentário doEvangelho

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