Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

“Acreditar sem agradecer”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!



Jesus perguntou: "Não foram purificados todos os dez? Onde estão os outros nove? Não se achou nenhum que voltasse e desse louvor a Deus, a não ser este estrangeiro? " (Lc 17, 17-18)

Abaixo, uma reflexão muito concreta e bem atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 17, 11-19 (O samaritano, exemplo de gratidão). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Foi publicada na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Não deixe de ler!
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IHU – ADITAL

11 Outubro 2019



Acreditar sem agradecer



A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo Lc 17,11-19 que corresponde ao 28° Domingo do Tempo Comum, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.



Eis o texto



O relato começa narrando a cura de um grupo de dez leprosos nas proximidades de Samaria. Mas, desta vez, Lucas não se detém nos detalhes da cura, mas na reação de um dos leprosos ao ser curado. O evangelista descreve cuidadosamente todos seus passos, porque ele quer sacudir a fé rotineira de muitos cristãos.



Jesus pediu aos leprosos que se apresentassem aos sacerdotes para obter a autorização que lhes permita integrar-se na sociedade. Mas um deles, de origem samaritana, quando vê que está curado, em vez de ir aos sacerdotes, volta para procurar Jesus. Sente que para ele começa uma nova vida. A partir daí tudo será diferente: poderá viver de forma mais digna e feliz. Sabe a quem o deve. Necessita encontrar-se com Jesus.



Volta “louvando a Deus com grandes gritos”. Sabe que a força salvadora de Jesus só pode ter a sua origem em Deus. Agora sente algo novo por esse Pai Bom, de que fala Jesus. Não o esquecerá nunca. De agora em diante viverá dando graças a Deus. Louvará, gritando com todas as suas forças. Todos devem saber que se sente amado por Ele.



Ao se encontrar com Jesus, “cai a seus pés dando graças”. Os seus companheiros seguiram caminho para encontrar-se com os sacerdotes, mas ele sabe que Jesus é o seu único Salvador. Por isso está aqui junto a Ele dando-lhe graças. Em Jesus, encontrou o melhor presente de Deus.



Ao concluir o relato, Jesus toma a palavra e faz três perguntas expressando a sua surpresa e tristeza pelo que aconteceu. Não são dirigidas ao samaritano que tem a Seus pés. Recolhem a mensagem que Lucas quer que se escute nas comunidades cristãs. “Não ficaram limpos os dez?”.  Não se curaram todos? Por que não reconhecem o que receberam de Jesus?  “Os outros nove, onde estão?”. Por que não estão ali? Por que há tantos cristãos que vivem sem dar graças a Deus, quase nunca? Por que vocês não sentem um agradecimento especial a Jesus? Não o conheçem? Não significa nada novo para eles?



“Só voltou este estrangeiro para dar glória a Deus?”. Por que há pessoas afastadas da prática religiosa que sentem verdadeira admiração e agradecimento a Jesus, enquanto alguns cristãos não sentem nada de especial por Ele? Bento XVI advertia há alguns anos que um agnóstico em busca pode estar mais perto de Deus do que um cristão de rotina que é apenas por tradição ou herança. Uma fé que não gera nos crentes alegria e gratidão é uma fé doente.




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