Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 29 de maio de 2020

“Barro animado pelo Espírito”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!

Novamente Jesus disse: Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio. E com isso, soprou sobre eles e disse: Recebam o Espírito Santo.”  (Jo 20, 21-22)

Pentecostes

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é bem concreta e interessante. Tem como pano de fundo o texto bíblico  Jo 20, 19-23 (Missão dos discípulos).

Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler.
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IHU – ADITAL

29 Maio 2020

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo João 20,19-23 que corresponde ao Domingo de Pentecostes, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto.

João cuidou muito da cena em que Jesus vai confiar aos seus discípulos sua missão. Quer deixar bem claro o que é o essencial.  Jesus está no centro da comunidade, enchendo todos com sua paz e alegria. Mas aos discípulos espera-os uma missão. Jesus não os convocou apenas para apreciá-lo, mas para torná-lo presente no mundo.

Jesus «envia-os». Não lhes diz em concreto a quem devem ir, que devem fazer ou como devem agir: «Como o Pai me enviou, assim também vos envio». A sua tarefa é a mesma de Jesus. Não têm outra: a que Jesus recebeu do Pai. Devem ser no mundo o que Ele foi.

Já viram a quem se aproximou, como tratou os mais desamparados, como levou para frente seu projeto de humanizar a vida, como semeou gestos de libertação e de perdão. As feridas de suas mãos e do seu lado recordam-lhes sua entrega total. Jesus envia-os agora para que «reproduzam» sua presença entre as pessoas.

Mas sabe que seus discípulos são frágeis. Mais de uma vez ficou surpreendido pela sua «pouca fé». Necessitam do seu próprio Espírito para cumprir a sua missão. Por isso se dispõe a fazer com eles um gesto muito especial. Não lhes impõe as mãos, nem os abençoa como fazia com os doentes e os pequenos: «Exala o seu alento sobre eles e diz: Recebei o Espírito Santo».

O gesto de Jesus tem uma força que nem sempre sabemos captar. Segundo a tradição bíblica, Deus modelou Adão com «barro»; depois soprou sobre ele o Seu «sopro de vida»; e aquele barro converteu-se em «vida». Esse é o ser humano: um pouco de barro alentado pelo Espírito de Deus. E isso será sempre a Igreja: barro alentado pelo Espírito de Jesus.

Crentes frágeis e de fé pequena: cristãos do barro, teólogos do barro, sacerdotes e bispos de barro, comunidades do barro... Somente o Espírito de Jesus nos converte em Igreja viva. As áreas em que o Seu Espírito não é bem-vindo ficam «mortas». Fazem mal a todos nós, pois impedem de atualizar a Sua presença viva entre nós. Muitos não podem capturar em nós a paz, a alegria e a vida renovada por Cristo.

Não devemos batizar apenas com água, mas infundir o Espírito de Jesus. Não só devemos falar de amor, mas também amar pessoas como Ele. 


Fonte: IHU – Comentário do Evangelho

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