“Então, Jesus
aproximou-se deles e disse: "Foi-me dada toda a autoridade no céu e na
terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o
que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos".
(Mt 28, 18-20)
Ascensão
Abaixo, uma reflexão
muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 28, 16-20 (“Eis que estou convosco todos os dias”). É de
autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Foi publicada na no
site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a
pena ler!
WCejnóg
IHU
– ADITAL
22
Maio 2020
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o
Evangelho segundo Mateus 28,16-20 que corresponde ao Domingo da
Ascensão, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta
o texto.
Eis o texto
Mateus descreve a
despedida de Jesus traçando as linhas de força que guiarão para sempre seus
discípulos, os traços que deverão marcar sua Igreja para cumprir fielmente sua
missão.
O ponto de partida é a Galileia. Aí os convoca
Jesus. A ressurreição não os deve levar a esquecer do vivido com Ele na
Galileia. Aí o escutaram falar de Deus com parábolas comovedoras. Ali o viram
aliviando o sofrimento, oferecendo o perdão de Deus e acolhendo os mais
esquecidos. É isto precisamente o que deverão continuar a transmitir.
Entre os discípulos que rodeiam Jesus ressuscitado,
há “crentes” e há quem “duvida”. O narrador é realista. Os discípulos
“prostram-se”. Sem dúvida, querem acreditar, mas em alguns deles desperta a
dúvida e a indecisão. Talvez estejam assustados, não podem captar tudo o que
aquilo significa. Mateus conhece a fé frágil das comunidades cristãs. Se não
contassem com Jesus, logo se apagariam.
Jesus “aproxima-se”
e entra em contato com eles. Ele tem a força e o poder que lhes falta. O
Ressuscitado recebeu do Pai a autoridade do Filho de Deus com “pleno poder no
céu e na terra”. Se se apoiam Nele, não vacilarão.
Jesus indica-lhes com precisão qual deve ser sua
missão. Não é propriamente “ensinar doutrina”, não é apenas “anunciar o
Ressuscitado”. Sem dúvida, os discípulos de Jesus terão de cuidar de diversos
aspectos: “dar testemunho do Ressuscitado”, “proclamar o
evangelho”, “implantar comunidades”, mas tudo estará finalmente orientado para
um objetivo: “fazer discípulos” de Jesus.
Esta é a nossa missão: fazer “seguidores” de Jesus
que conheçam sua mensagem, que sintonizem com seu projeto, que aprendam a viver
como Ele e que reproduzam hoje sua presença no mundo. Atividades tão
fundamentais como o batismo, o compromisso de aderir a Jesus e o ensino de
“tudo o que é ordenado” por Ele são vias para aprender a ser seus discípulos.
Jesus promete-lhes sua presença e ajuda constante. Não estarão sós nem
desamparados. Nem mesmo que sejam poucos. Nem mesmo que sejam apenas dois ou
três.
Assim é a comunidade cristã. A força do
Ressuscitado é sustentada com seu Espírito. Tudo está orientado para aprender e
ensinar a viver como Jesus e a partir de Jesus. Ele continua vivo nas suas
comunidades. Continua conosco e entre nós, curando, perdoando, acolhendo...
salvando.
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