"Por essa razão eu lhes falo por
parábolas: ‘Porque vendo, eles não vêem e, ouvindo, não ouvem nem entendem’.
Neles se cumpre a profecia de Isaías: ‘Ainda que estejam sempre ouvindo, vocês
nunca entenderão; ainda que estejam sempre vendo, jamais perceberão.
Pois o coração deste povo se tornou insensível; de má vontade ouviram com os
seus ouvidos, e fecharam os seus olhos. Se assim não fosse, poderiam ver com os
olhos, ouvir com os ouvidos, entender com o coração e converter-se, e eu os
curaria’.
(Mt 13, 13-15)
Hoje trago para este espaço uma boa reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 13, 1-23 (Parábola do semeador). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
Para quem procura entender melhor a mensagem deixada por Jesus Cristo nos Evangelhos, certamente a reflexão de hoje pode ajudar nesse sentido.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
WCejnóg
IHU – ADITAL
11 Julho 2020
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus capítulo 13,1-23 que corresponde ao 15° Domingo do ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
A parábola do semeador é um convite à esperança. O semear do evangelho, muitas vezes inútil por diversas contrariedades e oposições, tem uma força irreprimível. Apesar de todos os obstáculos e dificuldades, e mesmo com resultados muito diferentes, o semear termina em colheita fecunda que faz esquecer outros fracassos.
Não devemos perder a confiança por causa da aparente impotência do reino de Deus. Sempre parece que “a causa de Deus” está em declínio e que o evangelho é algo insignificante e sem futuro. E, no entanto não é assim. O evangelho não é uma moral ou uma política, nem sequer uma religião com maior ou menor futuro. O evangelho é a força salvadora de Deus “semeada” por Jesus no coração do mundo e na vida dos homens.
Empurrados pelo sensacionalismo dos atuais meios de comunicação, parece que só temos olhos para ver o mal. E já não sabemos reconhecer essa força da vida que se encontra oculta por aparências mais desencorajadoras.
Se pudéssemos observar o interior da vida, ficaríamos surpreendidos ao encontrar tanta bondade, entrega, sacrifício, generosidade e amor verdadeiro. Há violência e sangue no mundo, mas cresce em muitos, o desejo de uma verdadeira paz. Impõe-se o consumismo egoísta na nossa sociedade, mas são bastantes os que descobrem o gozo de uma vida simples e partilhada. A indiferença parece ter apagado a religião, mas em não poucas pessoas desperta-se a nostalgia de Deus e a necessidade de oração.
A energia transformadora do evangelho está aí trabalhando a humanidade. A sede de justiça e de amor continuará a crescer. O semear de Jesus não terminará em fracasso. O que se nos pede é acolher a semente. Não descobrimos em nós mesmos a força que não provém de nós e que nos convida a crescer incessantemente, a ser mais humanos, a transformar nossas vidas, a tecer novas relações entre as pessoas, a viver com mais transparência, a abrir-nos com mais verdade a Deus?
Fonte: IHU – Comentário do Evangelho
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