Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 27 de março de 2021

“Jesus antes da sua morte”. – Domingo de Ramos. Reflexão de José Antonio Pagola.

 

"Levou consigo Pedro, Tiago e João; e começou a ter pavor e a angustiar-se. Disse-lhes: A minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai. Adiantando-se alguns passos, prostrou-se com a face por terra e orava que, se fosse possível, passasse dele aquela hora. Aba! (Pai!), suplicava ele. Tudo te é possível; afasta de mim este cálice! Contudo, não se faça o que eu quero, senão o que tu queres."  (Mc 14, 33-36)

 

Abaixo, uma boa reflexão muito apropriada para este domingo. Como pano de fundo tem o texto bíblico Mc 14,1 - 15,47 (Domingo de Ramos: Última céia, Oração no jardim de Oliveiras). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor em sua página do Facebook.  Vale a pena ler!

Wcejnóg


Por José Antonio Pagola

24 Março 2021

JESUS ​​ANTES DE SUA MORTE

Reflexão

Jesus antecipou seriamente a possibilidade de uma morte violenta. Talvez ele não contasse com a intervenção da autoridade romana ou a crucificação como o último destino mais provável. Mas a reação que seu desempenho estava causando nos setores mais poderosos não lhe foi escondida. A face de Deus que ele apresenta desfaz muitos esquemas teológicos, e o anúncio de seu reinado quebra muitas seguranças políticas e religiosas.

No entanto, nada modifica seu desempenho. Não evita a morte. Não se defende. Ele não foge. Ele também não busca sua condenação. Jesus não é o homem que busca a morte em uma atitude suicida. Durante sua curta estada em Jerusalém, ele fez um esforço para se esconder e não aparecer em público.

Se quisermos saber como Jesus viveu sua morte, temos que parar em duas atitudes fundamentais que dão sentido a todo o seu comportamento final. Toda a sua vida tem sido "sair do seu caminho" pela causa de Deus e pelo serviço libertador aos homens. Sua morte agora selará sua vida. Jesus morrerá por fidelidade ao Pai e por solidariedade com os homens.

Em primeiro lugar, Jesus enfrenta a própria morte por uma atitude de total confiança no Pai. Ele avança para a morte, convencido de que sua execução não poderá impedir a chegada do reino de Deus, que ele continua anunciando até o fim.

No jantar de despedida, Jesus manifesta a sua total fé em que voltará a comer a verdadeira Páscoa com o seu povo, quando estiver estabelecido o reino definitivo de Deus, sobretudo as injustiças que o homem pode cometer.

Quando tudo falha e até mesmo Deus parece abandoná-lo como um falso profeta, justamente condenado em nome da lei, Jesus clama: “Pai, coloco a minha vida nas tuas mãos”.

Por outro lado, Jesus morre em atitude de solidariedade e de serviço a todos. Toda a sua vida consistiu em defender os pobres contra a desumanidade dos ricos, em solidariedade com os fracos contra os interesses egoístas dos poderosos, em anunciar o perdão aos pecadores diante da dureza inabalável dos "justos".

Agora ele sofre a morte de um homem pobre, um homem abandonado que nada pode fazer diante do poder daqueles que governam a terra. E ele vive sua morte como um serviço. O último e supremo serviço que você pode prestar à causa de Deus e à salvação final de seus filhos e filhas.

Domingo de Ramos - B

(Marcos 14,1 - 15,47)

21 de março de 2021

Fonte: Facebook

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