Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 5 de junho de 2021

“Fazer memória de Jesus” – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

"Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, recitou a bênção e partiu-o, deu-o aos discípulos e disse: «Tomai: isto é o meu Corpo». Depois tomou um cálice, deu graças e entregou-lho. E todos beberam dele. Disse Jesus: «Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos”. (Mc 14, 22-24)

Abaixo, uma bonita reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 14, 12-16.22-26 (A Última Céia). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

WCejnóg

IHU – ADITAL

04 Junho 2021

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Marcos 14,12-16.22-26, que corresponde à Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Jesus cria um clima especial na ceia de despedida que partilha com os Seus na véspera da sua execução. Sabe que é a última. Já não voltará a sentar-se à mesa com eles até a festa final junto ao Pai. Quer deixar bem gravado na sua memória o que sempre foi sua vida: paixão por Deus e entrega total a todos.

Nessa noite vive tudo com tanta intensidade que, ao distribuir o pão e distribuir-lhes o vinho, diz-lhes estas palavras memoráveis: «Assim sou Eu. Dou-vos a minha vida inteira. Olhai: este pão é o meu corpo partido por vós; este vinho é o meu sangue derramado por vós. Não me esqueçais nunca. Fazei isto em memória de mim. Recordai-Me assim: totalmente entregue a vós. Isto alimentará as vossas vidas».

Para Jesus é o momento da verdade. Neste jantar, reafirma-se na sua decisão de ir até o fim na sua fidelidade ao projeto de Deus. Continuará sempre do lado dos fracos, morrerá enfrentando a quem deseja outra religião e outro Deus esquecido do sofrimento do povo. Dará a sua vida sem pensar em si mesmo. Confia no Pai. Deixará tudo nas suas mãos.


Celebrar a Eucaristia é recordar este Jesus, gravando dentro de nós como viveu até o fim. Reafirmarmo-nos na nossa escolha de viver seguindo os seus passos. Tomar a nossa vida nas nossas mãos para tentar vivê-la até as últimas consequências.

Celebrar a Eucaristia é, acima de tudo, dizer como Ele: «Esta minha vida não quero guardá-la exclusivamente para mim. Não quero guardá-la só para o meu próprio interesse. Quero passar por esta terra reproduzindo em mim algo do que Ele viveu. Sem encerrar-me no meu egoísmo; contribuindo desde o meu local e da minha pequenez para fazer um mundo mais humano».

É fácil fazer da Eucaristia algo muito diferente do que é. Basta ir à missa para cumprir uma obrigação, esquecendo o que Jesus viveu na última ceia. Basta comungar pensando só em nosso bem-estar interior. Basta sair da igreja sem nunca decidir viver de forma mais entregue.

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho

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