Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

“As palavras de Jesus não passarão”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

“Eu asseguro a vocês que não passará esta geração até que todas estas coisas aconteçam. Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão. Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, senão somente o Pai.” (Mc 13, 30-32)

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito precisa e importante. Tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 13, 24-32 (Palavras que não passam).

Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

WCejnóg

IHU – ADITAL

12/11/2021

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Marcos 13, 24-32, que corresponde ao 33º domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.  

As palavras de Jesus não passarão 


Os sinais de desesperança nem sempre são inteiramente visíveis, pois a falta de esperança pode disfarçar-se de otimismo superficial, ativismo cego ou secreta indiferença.

Por outro lado, são muitos os que não reconhecem sentir medo, tédio, solidão ou desesperança porque, de acordo com o modelo social vigente, presume-se que um homem que triunfa na vida não se pode sentir sozinho, aborrecido ou temeroso. Erich Fromm, com a sua habitual perspicácia, apontou que o homem contemporâneo tenta livrar-se de algumas repressões, como a sexual, mas vê-se obrigado a «reprimir tanto o medo e a dúvida como a depressão, o tédio e a falta de esperança».

Outras vezes defendemo-nos do nosso «vazio de esperança» mergulhando-nos na atividade. Não suportamos estar sem fazer nada. Necessitamos estar ocupados com algo para não enfrentarmos o nosso futuro.

Mas a pergunta é inevitável: o que nos espera depois de tantos esforços, lutas, ilusões e problemas? Não temos outro objetivo senão produzir cada vez mais, desfrutar cada vez melhor do produzido e consumir mais e mais, até que sejamos consumidos pela nossa própria caducidade?

O ser humano precisa de uma esperança para viver. Uma esperança que não seja «um invólucro para a resignação», como a daqueles que arranjam forma de organizar uma vida tolerável o suficiente para aguentar a aventura de cada dia. Uma esperança que não deve ser confundida tampouco com uma espera passiva, que só é, com frequência, «uma forma disfarçada de desesperança e impotência» (Erich Fromm).

O homem precisa, no seu coração, de uma esperança que se mantenha viva, ainda que outras pequenas esperanças se vejam malogradas ou até mesmo completamente destruídas.

Nós cristãos encontramos essa esperança em Jesus Cristo e nas suas palavras, que «não passarão». Não esperamos algo ilusório. A nossa esperança assenta no facto inabalável da ressurreição de Jesus. Desde o Cristo ressuscitado atrevemo-nos a ver a vida presente num «estado de gestação», como germe de uma vida que alcançará a sua plenitude final em Deus.

Fonte:IHU – Comentário do Evangelho

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